Este período do ano sempre nos remete a avaliações do acontecido e projeções do que pode vir a ocorrer, sendo que alguns eventos já estão no calendário como o Carnaval, as festas juninas e as eleições presidenciais, se bem que alguns imaginem que estas últimas não devam ocorrer, principalmente, se considerarmos a possibilidade cada vez maior, conforme as pesquisas, de que Lula seja o grande vitorioso, ainda no 1º turno, a continuar crescendo como vem e seus potenciais adversários se atrapalhando com as denúncias e os processos que vem os perseguindo cada vez mais de perto.

Entretanto, neste ano, como nunca antes na história deste país tropical, para confirmar e reforçar meu incorrigível e histórico otimismo, se prendeu tantas autoridades, a ponto de em certo momento neste mês de dezembro, encontrarmos 3 ex-governadores do Rio de Janeiro e inúmeros auxiliares e “sócios”, encarcerados na prisão de Bangú, em seus enumerados prédios e dependências. Ainda que o “soltador-mor da República” os tenha liberado, na sua quase totalidade, juntamente com o “indulto de Natal” ainda mais liberalizado por recente decreto presidencial que ampliou o seu já avantajado número, incluindo alguns condenados da Lava-Jato.

Deste modo, por mais que tenhamos desconfianças quanto aos reais objetivos da Lava-Jato, voltada preliminar, principal e quase exclusivamente contra Lula, os seus desdobramentos parecem ter escapado ao controle e caiu também pesadamente em cima do Rio de Janeiro. Assim, com os recentes casos aparecidos dos metrôs, deve alcançar os governos de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, além de Brasília e Bahia, do Democrata, além de outros estados até então aparente e estranhamente imunes desta grande máfia das construtoras que se beneficiaram grandemente das grandes obras no Brasil e no mundo, como a Odebrecht, Andrade Gutierrez, UTC e a nossa OAS.

Tudo isto sem contar com as famosas obras e estádios para a Copa do Mundo da FIFA no Brasil que se forem devidamente investigadas fornecerá um novo filão de condenações, posto que até esta grande instituição sofre um grande e longo processo de apuração que já tem gerado inúmeras punições a seus dirigentes, cultural, histórica e tradicionalmente corruptos, tanto internamente, como externamente, no recente caso de Nova York, onde o presidente da CBF acabou de ser condenado em 6 das 7 denúncias de que foi denunciado. O que se espera que seja apenas o começo de uma longa série.

E por fim, após mais de 40 anos de denúncias e processos, em vários lugares do mundo, a tal ponto famoso que virou sinônimo e verbo, “malufar”, depois de condenado e proibido de sair do país, posto que contra ele existe um mandato de prisão emitido pela Interpol, válido em quase todo o mundo, menos no Brasil, o deputado federal Paulo Maluf se encontra preso na Polícia Federal, onde provavelmente deverá passar as festas de fim de ano, visto que seu pedido de prisão domiciliar tendo em vista sua precária condição de idade e saúde, curiosamente agravada entre a saída de casa e a chegada na sede da Polícia Federa em São Paulo, só deverá ser apreciado após este período.

De tudo isto, resta uma pergunta: Até quando Maluf ficará preso? Com a palavra o “soltador-mor da República”, Gilmar Mendes.

25.12.2017.

Sérgio Guerra
Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação - BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.

Presidente do Instituto Ze Olivio  IZO

Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina".

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