Domingueiras LXIV, Por Sérgio Guerra |
Seg, 12 de Março de 2018 05:38 |
Por outro lado, Temer se torna cada vez mais sujeito (suspeito?) de inquéritos na Lava-Jato, posto que os ministros do Supremo autorizam a inclusão de seu nome e investigação de suas contas, com quebra de sigilo bancário, além de mandar investigar como o presidente golpista, conseguiu quebrar o “sigilo de justiça”, conforme seus advogados apresentaram em documentos em resposta a pedidos de esclarecimento apresentados por autoridades a respeito de situações mal esclarecidas e suspeitas de beneficiar empresas que administram o porto de Santos, beneficiadas por prolongamentos dos prazos de concessão. Enquanto isto, os pré-candidatos a presidência nas eleições deste ano, começam a ser apresentados, como o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, pelo DEM, e Guilherme Boulos, militante do Movimento dos Trabalhadores sem Teto, pelo PSOL, saindo o primeiro da base do presidente Temer, portanto pela direita, e o segundo pela esquerda, contando inclusive com o aval de Lula, portanto um possível herdeiro dos votos do ex-presidente, em caso da inviabilização de sua conturbada pretensão a candidatura, cada vez mais condenada pelos vários tribunais do Brasil. Obviamente, outras candidaturas deverão acontecer, visto que o PSDB apresentará, mais cedo ou mais tarde, a eterna postulação de Alckmin, dono quase absoluto da legenda, principalmente agora que o desejo de Aécio, literalmente virou pó e Serra, não só pela idade, mas também com os comprometimentos, cada vez maiores, com a Lava-Jato, estão a enterrar, ao que parece definitivamente, seus desejos presidenciais. Já o PMDB procura desesperadamente quem defenda o “seu legado”, nem que para isto tenha de contratar o ministro Meirelles, se a Intervenção do Rio de Janeiro não der resultados mais rápidos do que as sonhadas melhorias da economia. Enfim, o Brasil está em compasso de espera, neste ano que deverá durar uma eternidade, mesmo que a sua velocidade e de seus acontecimentos, dêem a sensação de que passa célere, mesmo porque ninguém pode avaliar o que ainda pode acontecer, pois como diz o poeta, “pode acontecer tudo inclusive nada”. De qualquer forma, só nos resta esperar que a aventura “bolsonaresca” não seja nada mais do que um breve sonho de verão, pois de golpes e autoritarismo, esperamos que o Brasil já tenha se saturado, pelo menos por muito tempo e que a democracia, apesar de tudo, retome o seu caminho. Sérgio Guerra. 11032018. Licenciado, Mestre e Doutor em História Presidente do Instituto Ze Olivio IZO Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina". |
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