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Não haverá despedida. Por Franciel Cruz
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Ter, 14 de Abril de 2020 07:02

Franciel-CruzAntes que o vinho me leve por outros desmantelos, enfio logo two cents que me ligam irremediavelmente a MORAL MOREIRA.

Primeiro. Pai solteiro, ninei muito meu guri com a Lenda do Pégaso, alumbramento de autoria dele e de Mautner.

Além disso, moro numa rua que é transversal à Ubarana-Amaralina que alucina a multidão.

Bom, agora que já meti a carteirada, posso tratar do tema com autoridade.

Seguinte. Nesta inconsequente segunda-cheira, além do choro e ranger de dentes, ainda rolaram vários lamentos porque Moraes não teve a despedida que merecia.

Perdoem-me, mas discordo. Não deve existir despedida, pois ele continuará.

E quando digo isso não tô tentando vender pretensas poéticas ilusões. Não e nécaras. Moraes permanecerá porque sim, porque nunca teve receio de dizer adeus, mesmo que áspero. De romper quando parecia impossível, mas necessário. E de ficar quando não era mais.

Voz que inaugurou o trio, nele prosseguiu nos momentos em que esta lhe era fugidia. Levou ao paroxismo a história de que:

Assim como a cigarra

Que no seu canto se agarra

Não quer saber de parar

Só para quando o papo estourar.

O papo estourou? Que papo, que papo é este? Só quem não dança se cansa. E ele dançou. Líder da principal banda da história do país, saiu do aconchego para o risco do recomeço. E recomeços, para Moraes, nunca significaram surfar nas ondas fáceis daqueles que pretendem se mostrar antenados.

Cale a minha voz

E até meu violão

Só não queira mudar meu coração.

O caminhão não virou. Viajou pra outras paragens. E retornou sem concessões à monocultura do axé. AXÉ, Moraes.

Ética e estética. Estética é ética. Talento e caráter, conforme bem sintetizou Tom Zé, seu professor e aluno. Canções do sem fim.

Jamais acaba.

E quando eu descia a ribanceira em direção a Moraes era nesta pisada. Quem me acompanhou ou me abandonou sempre soube disso.

A (des) propósito, o menino André Uzêda me lembrou que nos carnavais moraeslizados eu fazia algo patético. Ficava tentando empurrar o trio na contramão. Sinceramente, nem lembrava. Quando André falou, recordei que já era useiro e vezeiro disso em folias de antanho. Agora mesmo vejo com nitidez a cara de desespero do motô querendo levar o carro na Castro Alves e este exu tranca rua atrapalhando o trânsito.

Era pra não ter fim. E não terá.

Por isso, quando vi Walter Hupsel afirmando que

"Moraes, tanto ou mais

Que os irmãos Macedo

Inventou o carnaval da Bahia

De rua e praça"

Interrompi com um grito de guerra.

MORAL MOREIRA não inventou o Carnaval.

Ele é o Carnaval.

E o Carnaval nunca morre nem na quarta, muito menos numa segunda.

Sigamos.

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