Moraes, o genial músico baiano. Por Claudio Guedes |
Ter, 14 de Abril de 2020 07:16 |
![]() Sempre uma alegria, sempre genial nas músicas & letras generosas, sem frescuras, odes a um mundo colorido e amoroso. Moraes é daqueles criadores que deixam uma obra que será revisitada por muito tempo. O carnaval da Bahia não o esquecerá, tenho certeza. Vi, como tantos da minha geração, que vinha grudada à dele, o surgimento da música baiana que conquistou o Brasil de forma avassaladora a partir do anos 70. Estávamos ali, ao lado, no Colégio de Aplicação da UFBa, e vimos quando Bernadete Dinorah chegou de Niterói, com uma mão na frente e outra atrás, e depois juntou-se a Moraes, Galvão, Paulinho Boca de Cantor e o Gato Félix, que não era músico, mas era da turma, e virou Baby Consuelo, com sua voz doce e sua delicadeza cativante. E depois o encontro deles com Pepeu Gomes, casamento total na vida e na música durante muitos anos, e o resto é história. Moraes algum tempo depois fez uma linda homenagem à garotada do Aplicação, seus primeiros fãs, numa época que os músicos geniais andavam nas ruas, bebiam nos dias de folia com seus amigos nas barracas da Praça Castro Alves e frequentavam a praia do Porto da Barra sem chamar muita atenção. "No céu, azul, azul fumaça Uma nova raça Saindo dos prédios para as praças Uma nova raça" Éramos jovens, divididos entre a luta contra a ditadura e a alegria contagiante de uma Bahia que explodia em sensualidade e emoção e encontrava no Carnaval seus momentos de epifania. Moraes foi um dos maestros soberanos dessa catarse maravilhosa. [Para Selma Borges de Paula, Rita Olivieri-Godet, Lais Abramo, Maria Cristina Guimarães, Cristina Jesuino, Leo Campos Jr., Julio Guedes, Cledys Magnavita, Sue Saphira (!), Ligia Maria Vieira da Silva, Renato Pinheiro, Maria Zita Braga, José Peroba Filho, Ana Regina Torres (in memorian) e tantos colegas do inesquecível Colégio de Aplicação). |
Agenda |
Aldeia Nagô |
Capa |