Já se disse que o futuro governo começa com a montagem do atual, visto que os ocupantes de cargos, quase todos políticos profissionais, estão se colocando como futuros candidatos, ou poderão se tornar, e, portanto, deverão ser considerados como tal, se o atual governante tiver pretensões a sua reeleição, ou mesmo havendo candidatos preferenciais, pessoal ou do seu grupo, o que é lógico em quaisquer dos processos eleitorais.

Falamos isto, porque o presidente Lula vive um problemão com a postulação da candidatissima Simone Tebet, que já está se colocando como pretendente a cargo estratégico no seu futuro governo, posto que tal posição deverá servir para o fortalecimento de sua política no centro do poder e lhe garantir maior visibilidade para fortalecer sua pretensão. Resta saber se Lula, mesmo tendo se declarado como um “não candidato” à sua sucessão, estará disposto a abrir mão de tal espaço para um candidato do seu partido, ou sua ampla base de apoio, seja Haddad ou Alckmin.

Vale o registro da esperteza desta candidata que, saindo de uma candidatura pouco expressiva, cerca de 5 % dos votos, no I Turno, se aproximou rapidamente da candidatura de Lula, e mesmo se declarando como “independente” dos 2 candidatos, se afirmou, objetivamente, como agregada, importante, desta candidatura, e passou a ocupar um lugar de relevância e, assim, se colocou como uma “candidatável” a sucessão presidencial, querendo  ou não, o Partido dos Trabalhadores e os seus aliados, Alckmin e Haddad, principalmente.

Deste modo, o desembaraço e a esperteza desta autocandidata precisa ser tratado como muitas reservas e cuidados, posto que qualquer cargo que venha a ocupar, e ela não se contentará com pouca representatividade, deverá ser usado como ponte de lançamento para sua alta pretensão, colocando todos os outros partidos e aliados de ante-pé, para sua postulação, pois se trata já de uma forte manobra pré-eleitoral. Deste modo, a base do presidente Lula já está de sobreaviso para tentar barrar a rápida escalada pretendida pela já candidata à presidência.

Sérgio Guerra

Compartilhe: