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MUNCAB, A Árvore da Memória por José Carlos Capinan
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Ter, 04 de Junho de 2013 03:36

Jose_Carlos_Capinam1O mês de maio celebra datas importantes no país, consagradas à Abolição, aos Museus, à Diversidade e à África. Tempo, portanto, de pensar e refletir sobre a liberdade como fator de lutas históricas e na estratégia das relações no mundo contemporâneo; a propósito da nossa identidade......

enquanto instituição museológica; quanto à diversidade, dimensão fundamental da cultura nacional e, no que tange à influência africana, seu caráter decisivo na nossa formação e os legados culturais presentes no cotidiano brasileiro.

O projeto de instalação do Muncab - Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira completa 10 anos numa luta incessante e tenaz da sua entidade proponente, a Amafro-Sociedade dos Amigos da Cultura Afro-brasileira, para concluir a implantação do primeiro museu nacional na Bahia e único no Brasil preconcebido a partir de projeto museológico, desenvolvido junto à comunidade pela renomada museóloga Maria Célia Teixeira Moura Santos. Dadas às interrupções decorrentes da escassez de recursos, entre outras demandas, adotamos a bandeira de “Museu em Processo”, a indicar que o fazer cultural permanece, mesmo sem estar definitivamente aberto à sociedade.

Promovemos ações culturais e educativas, como a “Erês do Museu”, dedicada a jovens estudantes das escolas públicas e a série de exposições iniciada com a internacional “Bahia-Benin está vivo ainda lá – Ancestralidade e Contemporaneidade”; “2011-Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes”; “Mestre Didi - o Escultor do Sagrado” e a da “Coleção Inicial do Acervo do Muncab”, quase 300 peças que incluem documentos históricos, fotografias, gravuras, pinturas e esculturas de renomados autores, já expostas até mesmo em Brasília.

Esse ano, realizamos duas prestigiadas exposições temporárias: “Cavalo de Santo”, “A Estética de Búzios” e inauguraremos em breve a mostra “7 Cabeças de Orixás”. O Museu dialoga diariamente com a sociedade. Acolhe oficinas de capoeira, “bate-papo musical”, “teatro do oprimido”. Programamos novas intervenções culturais com reflexões e debates a demonstrar a diversidade da cultura brasileira. Nessa demonstração de vida em um contexto de carências, o Muncab vem sendo reconhecido em circuitos nacionais e internacionais, ainda que sob inquietações, nossa e da sociedade, a cobrar a finalização do projeto e sua federalização.

A propósito, vimos esboçar-se nos últimos dias a proposta de um protocolo para federalização do Museu, sob a incansável luta da senadora Lídice da Matta, empenhada em garantir prioridade para o Muncab, como idealizada pelo artista plástico e gestor cultural Emanoel Araújo. Nos estatutos da Amafro está definido como principal objetivo da entidade consolidar o Muncab como uma entidade “pública e federal”, proposta do saudoso professor Ubiratan Castro, sócio fundador da entidade e seu diretor, a quem homenageamos.

Estamos atentos e inseridos nos processos de transformação por que passam todos os museus no mundo, hoje. Seja face à concorrência de outros equipamentos culturais, novas demandas sociais e às revoluções geradas pelas tecnologias de comunicação que nos impõem a aplicação de novos suportes de imagens, sons, luz, cores, além de acervo digitalizado e disponibilizado na Internet. Local de patrimônio, coleções de objetos e artefatos, o museu deve converter-se, também, em local de lazer, prazer, sedução, encantamento, reflexão e busca de conhecimentos.

A estratégica localização do Muncab no Centro Antigo possibilita a captação do público soteropolitano, inclusive crianças e jovens do seu entorno e das escolas das redes pública e particular, tanto quanto a atração de turistas em visita a Salvador. Para isso, consideramos o caráter estruturante de um “corredor cultural” no Centro Antigo, com atrativos que proporcionem interação e mobilidade. Fruto da diáspora afro-atlântica e de nossas ancestralidades, o que temos a consolidar, portanto, não é só a edificação de um “museu do negro”, mas, em contraposição à arvore do esquecimento, o plantio da frondosa árvore da nossa inesgotável memória.
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José Carlos Capinan, poeta, presidente da Amafro-Sociedade Amigos da Cultura Afro-brasileira

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