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Um “beijo no ombro” para o “modismo anti-petista” por Cláudio Lisboa da Silva*
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Ter, 20 de Maio de 2014 02:31

Cludio_Lisboa_da_Silva2Tem se tornado recorrente o aparecimento nas redes sociais de comentários raivosos contra o Partido d@s Trabalhador@s e o Governo Dilma.

 

Seriam até preocupantes se estes comentários fossem fundamentados e consistentes ou se estes não fossem, em sua grande maioria, ligados a blocos conservadores da política brasileira ou estimulados pelos interesses da "grande mídia" deste país. O conservadorismo político não consegue digerir as mudanças promovidas pelos Governos Lula e Dilma em prol do povo brasileiro e a "grande mídia", que se caracteriza pela centralização dos grandes meios de comunicação nas mãos de algumas "poucas e poderosas famílias", não vê com bons olhos a crescente instrumentalização social do povo, impulsionada por uma série de ações e políticas desenvolvidas nesta última década.

É compreensível que "os conservadores" e "os coronéis das comunicações" intensifiquem a ofensiva contra as mudanças já experimentadas e contra quaisquer possibilidades de transformação social que tenha como horizonte o bem popular. Foram (e são) estes os grupos mais aplicados em se colocar contra a política de cotas nas universidades, bem como agora contras as cotas nos concursos públicos; contra a reforma do sistema político brasileiro com ampla participação popular; contra a criação de novas universidades públicas e o fortalecimento do ensino profissional e superior; contra os programas de transferência de renda para a população em estado de vulnerabilidade social; contra a maioria das pautas dos movimentos sociais referentes à gênero, diversidade sexual e diversidade religiosa; contra a democratização dos meios de comunicação... Por mais que estas colocações me pareçam suficientes para o repúdio a esses dois grupos, a lista de "medidas e posições não populares" poderia seguir.

 

Logicamente, existem críticas necessárias, e também seria muito estranho se não existissem. O Governo atual não é o que podemos chamar de "gestão dos sonhos", mas certamente está nas proximidades do que podemos considerar como "gestão do possível e das possibilidades", tanto é que nos instrumentaliza para que possamos pensar e atuar na construção "do que virá", tanto é que nos embebe de perspectivas. Perspectivas estas que tendem a se materializar a partir da crítica responsável aos erros e acertos. De forma objetiva, podemos pontuar que uma coisa é a postura crítica diante do Governo e outra coisa é a raiva incondicional disseminada contra o PT e Governo. Desconsiderar as transformações sociais em curso no Brasil é garantir a sustentação do discurso conservador e fortalecer a movimentação nociva da elite brasileira, dos segmentos historicamente dominantes no cenário político e que sempre tiveram como instrumento forte e estratégico a subjugação do povo.

Vou apontar alguns dos episódios que contribuem para o entendimento de quais forças tem atuado sob a orientação de respeito e defesa das pautas sociais e populares. No ano passado (2013), a presidenta Dilma (em resposta às manifestações populares de junho e em consonância com um debate já existente no Partido dos Trabalhadores) apresentou a proposta de convocação do plebiscito por uma constituinte exclusiva para tratar da reforma política, sendo esta proposta integrada ao que se chamou dos "cinco pactos" apresentados por ela (Dilma) nas áreas de transporte, educação, saúde, responsabilidade fiscal e reforma política.

A referida proposta foi automaticamente criticada pelos grupos conservadores do Congresso Nacional, pela mídia golpista e por outros agrupamentos que também não conseguem admitir a efetiva participação popular nesse processo. Hoje, os movimentos sociais e outras organizações políticas (inclusive o PT e sua militância), em rede, estão atuando na luta pelo Plebiscito Popular Por Uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, que tem como foco garantir o debate sobre uma nova legislação para o sistema político brasileiro.

No ano de 2009, o Democratas (antigo Partido da Frente Liberal – PFL) ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra as cotas raciais nas universidades alegando que a adoção das cotas gera "ofensa arbitrária ao princípio da igualdade" e negando a efetividade do conceito de reparação histórica. É um discurso similar ao do racista e anti-popular Demétrio Magnolli, que afirmava (e, ainda afirma) que a política de cotas e as ações afirmativas destruiriam as universidades. Em suma, é o reforço da perversa ladainha de que os pobres e pretos não tem o direito de estudar numa universidade de qualidade e de ter o seu direito de permanência e formação garantidos. Avançamos no debate das cotas e @s estudantes negr@s, vindos das camadas populares e das escolas públicas, tem apresentado um histórico de sucesso acadêmico nas universidades brasileiras. Outro elemento importante é avançarmos ainda mais no combate ao racismo que, assim como nos demais espaços, não se faz ausente da dinâmica universitária.

A "grande mídia" e a elite brasileira não queriam o Programa Mais Médicos, que tem atuado na ampliação, fortalecimento e melhoria dos atendimentos nas regiões onde há a escassez de profissionais; não queriam a aprovação do Marco Civil da Internet, que reconhece a internet como ferramenta fundamental para o exercício democrático da expressão e aponta para deveres e direitos essenciais dos usuários; não querem a expansão e interiorização das universidades e institutos federais; não querem as medidas que visam ampliação da participação do povo na construção política do nosso país; não querem o Imposto sobre Grandes Fortunas; não querem a democratização dos meios de comunicação; não queriam a eleição do Lula; não queriam a eleição da Dilma, bem como não querem sua reeleição...

Meus sentimentos aos pessimistas, mas o Partido d@s Trabalhador@s vai continuar na luta e nas ruas, ao lado do povo, "lutando suas lutas". Meus sentimentos aos agourentos, mas o povo brasileiro reelegerá Dilma e, junto com ela, o projeto que vem transformando para melhor a vida de milhões de brasileiros e brasileiras. Todo respeito a@s que constroem a boa luta do povo... Aos anti-petistas, "beijo no ombro".

* O Autor do texto é Taperoense, Negro, Militante, Educador e Estudante da UFRB

Artigo publicado originalmente em http://pelegrini.org/politica/28911

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Última atualização em Ter, 20 de Maio de 2014 04:09
 

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