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Diários da Copa XV: Pode acontecer de tudo, ou mesmo nada por Sérgio Guerra
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Sáb, 12 de Julho de 2014 23:28

Sergio_Guerra2Vocês se lembram de quem disse estas frases que compõem o título e a epígrafe, este artigo? Não? Então, digo que fui eu, aqui mesmo nestes “Diários da Copa XIV”.

E daí? Que como eu já previra, “aconteceu de tudo”, ainda que dentro do previsto, salvo o tamanho amazônico, do “sapeca, yayá!”.

Este resultado é sim, algo “nunca antes visto em todas as histórias de todas as Copas”, em uma fase de “mata-mata”, entre 2 grandes equipes, além de único, por muito tempo espero. Este sim, imprevisível!  E que nunca mais ninguém duvide do tamanho da burrice e da incapacidade das “zelites nacionais”.

Este placar é inédito, nestas condições, salvo para a turma do “BA-VI”, ou do “jogo e santo” e muito conhecedora das artes e estripulias, de “Seu 7/Legbara” ou simplesmente, “Exú”, que costuma “aprontar das suas” e ainda registrar seu placar, “seu 7”, nos clássicos regionais, especialmente, entre Bahia e Pernambuco, sua pátria e seus domínios americanos. Perdão, “meu pai Jaime” por adentrar por seus caminhos sem pedir benção e licença, aos nossos ancestrais e a você mesmo, meu grande Mestre!”.

Porém, “voltando á vaca fria” do jogo de ontem, podemos resumir em 2 aspectos:  2 “apagões” que aconteceram por volta dos 20 minutos, sendo que no 1º o Brasil tomou 4 gols em 7 minutos e no 2º, já no 2º tempo, tomou mais 2 gols. Vale lembrar que a seleção brasileira começou bem os dois tempos. E aí quando aconteceram estes ”brancos”, que sempre podem acontecer. Como já previsto, faltou o líder, ou os líderes, para “pegar a bola debaixo do braço”, ou simplesmente “pisar na bola”, pedir calma, “cantar o jogo e tocar a bolar”, pois ainda era possível mudar.

Por outro lado, nunca é demais lembrar que sendo o futebol um esporte de pontuação muito baixa, onde até o “0x0” pode ser um excelente resultado, Um pequeno apagão pode ser fatal, pois 1, 2, 3 ou 4 gols podem ser definidor dos termos finais de um confronto.  E o Brasil teve 2 “apagões”, competentemente aproveitados pela fria e eficiente Alemanha, que em 7 minutos fez 4 gols.

Algo inédito, por si só, não apenas na história de todas as Copas, ainda mais entre potências deste elevado quilate. Isto pode ser definido, como um daqueles momentos mágicos, onde “tudo dá certo para um e tudo dá errado para o outro”. Assim a Alemanha “furava”, como no 3º gol, e a bola caia no pé de um jogador que  concluía o gol. Enquanto o Brasil, nos pés de Paulinho, no começo do 2º tempo, chutou 2 vezes nas mãos do goleiro adversário.

Por outro lado, nós vimos “uma grande equipe”, formada por excelentes profissionais, bem armada, entrosada e treinada, enfim uma “associação de jogadores”, cada um e todos, sabendo exatamente o que fazer a cada minuto e em cada situação, contra um “bando de craques”, também de altíssimo nível, “quase todos perdidos de armas na mão”, sem saber o que fazer, além do que o seu instinto mandava, correr, correr e correr. “Para onde, José? José, para onde?”.

Aliás, vale a pena uma comparação, entre “um time treinado” e “um bando de craques”, para tanto, vamos usar 2 episódios bem significativos e ilustrativo bem destes dois tipos de “agremiações”. Momento 1: fim da prorrogação entre Holanda X Nigéria. Então o técnico da Holanda retira o goleiro e coloca um outro. Assombro geral, entre os observadores e “especialistas de Copa do Mundo”. Moral da História: o novo goleiro, defende 2 penalties e a Holanda se classifica para a etapa seguinte;

Momento 2. O craque e ídolo (?) do Brasil, Neymar, é atropelado criminosamente pelo defensor da Colômbia e estar fora da Copa, imediatamente substituído, todos se perguntam pelo “plano B”. A Comissão Técnica, formada por Felipão, Murtosa e Parreira, regiamente remunerados, se reúnem e declaram que “não há um plano B”, pois ninguém imaginaria Neymar sofrendo uma contusão. Pronto. Depois do “imexível” de Magri, está criado o “incontudível”, de “Felipão & famíglia”.

UM POUCO DE NOSSA HISTÓRIA ou COMO CHEGAMOS A ISTO?

O Brasil viveu seu apogeu futebolístico, juntamente com o “nacional-desenvolvimentismo”, momento em que presidente Juscelino rasgava com estradas os nossos sertões e florestas, cachoeiras e cascatas, unindo todo o Brasil, enquanto a “bossa nova” ganhava o mundo e Niemeyer desenhava Brasília e o país “andava descalço ensinando um novo modo de a gente viver, de sonhar, de amar e sofrer”. Desde modo, o Brasil chegou a ter um campeão mundial de box, Eder Jofre, uma campeã mundial de tênis, Maria Ester Bueno, e um bicampeão mundial de futebol, a CBD, com a seleção canarinho.

Porém, com a ditadura militar se retirou do currículo escolar a Filosofia e a Sociologia, além de que a História foi diluída nos Estudos Sociais, com seus desdobramentos em “Organização Moral e Cívica” e “Organização Social e Política Brasileira”, que nas Universidades Brasileiras eram ironicamente batizadas de “Prá Frente, Brasil”, expressão dos golpistas que queriam dizer que “Este é um país que vai prá frente!” ou “Ninguém segura este país!”, este último simulacro tupiniquim do “Deustheland uber alles!”.

Com a decretação da morte do pensamento filosófico e sociológico, a “caça aos pensadores” se instalou no país, atingindo em cheio a “intelligentsia nacional”, em todos os campos e áreas do conhecimento, desde o “Grupo de Sociologia de São Paulo”, aos intelectuais da Educação, diga-o Paulo Freire, aos artistas das várias ramificações, desde a “Bienal de Artes da Bahia”, que levaria 46 anos para ter uma nova edição, aos atores do cinema, música e teatro brasileiro, que o digam Vinicius, Gil, Caetano, Chico e tantos outros, presos e/ou exilados.

Em nosso caso, também o futebol foi vítima desde terror, anti-criativo, sendo tratado como Área de Segurança Nacional, sendo o jornalista, intelectual e ex-comunista, João Saldanha, técnico da Seleção canarinho, substituído pela Escola  Superior de Educação Física do Exército, com seus instrutores, Cláudio Coutinho, Camerino e Carlos Alberto Parreira, com o títere Zagalo, impondo o conceito do “futebol-força de saúde vaca premiada” sobre o espírito da vadiagem e da “capoeiragem” que animava o nosso escrete canarinho.

É este novo espirito que buscará enquadrar a arte do nosso futebol, então bicampeão do mundo formado por índios semialeijados e limítrofes, negros mal resolvidos, e craques ousados, além do pardo “enciclopédia do futebol”, porém todos geniais, por “Dungas valentões” e “Zagalos subservientes”. Chegou- se até a estabelecer um tamanho mínimo para ser jogador da seleção, não é seu Minelli?

Deste modo, e em nome da defesa da honra e da “segurança nacional” povoaram o meio de campo anencefálico e coberto de músculos, sem flexibilidade. E assim, vivemos, com técnicos burocráticos e “retranqueiros”, para quem o importante era defender, pois o gol não era mais o objetivo final do jogo, mas sim, “o gol era apenas um detalhe”.

Assim, passamos a viver tendo o meio campo, formado por um bando de “destruidores e marcadores”, verdadeiros “brucutús”, nome dos tanques militares, utilizados para reprimir o povo brasileiro, que representava a força da ditadura, além também da ausência de pensamento, crítico e criativo, pois, não era necessário  para quem ia apenas agir na repressão, sem juízos e preocupações éticas ou morais. Mas um dilema persiste: quem poderia pensar e construir as jogadas?

Assim, enquanto dentro do campo nos craques continuam brotando, como “matos”, após as chuvas, fora de campo, os “cartolas” continuam mandando autoritária e coronelística, como nos velhos tempos, ao ponto do Presidente da CBF, ser o algoz e dedo-duro de Herzog, um dos mártires das lutas da imprensa e povo brasileiro, pelo retorno das “liberdades democráticas”.

Enquanto a “bancada da bola” no Congresso Nacional, onde pontifica. “os Perrelas”, donos do “helicóptero do pó, pó, pó”, não permite que nada de bom avance, nas instâncias legislativas, nem mesmo o “Bom Senso Futebol Clube”, movimento formado pelas lideranças do futebol, brasileiro e alguns “estrangeiros” que tentam humanizar e modernizar este “pobre” futebol brasileiro.

Por fim, considerando a emoção e mobilização que o futebol desperta e provoca em todo o mundo e, especialmente, em todo o território nacional, ele tem de ser tombado como um patrimônio imaterial da nação brasileira, administrado e protegido, como uma “Política Pública do Estado Brasileiro” para reparar os danos físicos, morais, psicológicos e sociais, para não dizer também históricos, causados na infância, juventude, adultos e idosos do Brasil.

 

RAZÕES PARA CHORAR A DERROTA 7 X 1 PARA SONHAR O FUTURO.

  1. A corrupção ainda impera nos caminhos da FIFA, agora com o “escândalo dos ingressos” que se espera sejam, enfim apurados e os seus culpados, exemplarmente, punidos. Principalmente, os “grandões e os Grandonas”.
  1. Até quando viveremos com os atrasos dos discursos e práticas “patrioteiras” e messiânicas, do tipo “#jogar por ele”. Resta saber se este “ele” é com “E” maiúsculo” ou com 2 “L”, um verde e um amarelo?
  1. “Carregador de piano” e “brucutu” tem muito, na seleção brasileira, porém quem tocará o piano?
  1. Na hora da crise, ou do “apagão”, cadê o craque para “botar a bola debaixo do braço”, “chamar o jogo” e cadenciar o time no ritmo de samba? Ai que saudades de Didi, Zito, Gerson e Sócrates!
  1. Quando o esporte nacional começará a ser pensado coletivamente e não viverá mais em busca de mais um “Salvador da Pátria”.
  1. É justo se colocar a responsabilidade de “armar” a seleção penta-campeã do mundo, exclusivamente na mão de um garoto, inexperiente em Copa do Mundo, de apenas 22 anos, Oscar, reforçado por um estreante e neófito de 20 anos, Bernard ?
  1. Quando teremos uma “Comissão Técnica” que além de regiamente remunerada, seja competente para prever e treinar as várias possibilidades de mudanças no time e no jogo?

APENAS 1 CERTEZA

Resta-nos somente uma certeza a de que o futebol brasileiro, ainda é o melhor do mundo, apesar de autoritários, corruptos e incompetentes dirigentes, em todos os níveis, somos pentacampeões, coisa que só a Itália, na próxima Copa, além da Alemanha, também se ganhar esta, poderá ser. E além do mais, esta geração de jogadores que aí está é uma das melhores de todo o mundo, e veremos ainda muito falar neles, principalmente, destes meninos com “alegria nas pernas e cuca legal”, dar muita felicidade nos campos aos povos de todo o mundo.

Desde modo, vão meus garotos: Bernard, Neymar e Oscar, só prá não perder a rima.

Obs: Não sei por que, como fundo musical, me perseguiu durante todo os 3 dias que tentei rascunhar estes pensamentos, o mais doloroso exercício neste mar de festividades, a música de Chico Buarque de “Holanda”, “Apesar de você”.

“Posto tudo isto, mas insistindo que “crássico é crássico, e vice-versa”, só para não dizer que não “fugi do pau”, lembrando sempre que a Alemanha, apesar de sua frieza, perseverança e regularidade, quase sempre “treme” quando vê uma “camisa canarinha” e, além do mais, represento um torcedor, mais do tipo “sou o melhor do mundo”, do que sofredor do “complexo de vira-latas”, é que o meu palpite é “Brasil 3 X 1 Alemanha”. E vamo lá: “Brasil, minha pôrra!”.

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