A pré estréia do filme Marighella, do diretor e ator Wagner Moura,  movimentou o Teatro Castro Alves, em Salvador, na noite desta segunda-feira(25). Na reabertura do teatro para o público, foram adotadas medidas de segurança como aferição de temperatura, apresentação de comprovante de vacinação e distanciamento social nos assentos. Na plateia, apenas convidados, dentre eles o filho do guerrilheiro, Carlinhos, a neta e atriz, vereadora Maria Marighella (PT) que atua no filme, a imprensa, artistas, militantes políticos e familiares do diretor.

A torcida organizada do Vitória, Brigada Marighella e o Coletivo Coalizão Negra foram convidados ao palco na abertura da sessão.

Em discurso emocionado, Moura fez um histórico do seu primeiro filme, lembrou a censura imposta pela Agência Nacional do Cinema-Ancine ,criticou o retrocesso democrático no governo Bolsonaro e destacou o papel do líder revolucionário no combate à ditadura militar brasileira.

"Este filme é sobre o amor, é uma honra lança-lo no TCA , na minha terra, onde está meu axé", declarou.

A cinebiografia do líder baiano, ex deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro assassinado em 1969 pelas forças de repressão aos movimentos de resistência ao golpe militar de 1964, se baseia em obras e pesquisas, dentre elas a biografia de Marighella, publicada pelo jornalista Mário Magalhães. Protagonizado por Seu Jorge, algumas cenas do filme foram gravadas em Cachoeira, Bahia, que foi exibido no Festival de Cinema de Berlim, em 2019.

A plateia recebeu Wagner Moura e o elenco sob aplausos de pé, aos gritos de "Fora Bolsonaro", "Marighella vive" e em homenagem a Wladimir Herzog , jornalista torturado e morto pela ditadura militar dia 25 de outubro de 1975. Na área da bilheteria do TCA manifestantes exibiram uma faixa "Levante-se contra a censura. Marighella vive! "
Fotos: Claudia Corrreia