A vereadora Marta Rodrigues (PT) ressaltou, nesta segunda-feira (20), Dia da Consciência Negra, o legado de Zumbi dos Palmares e de Carlos Marighella, este último homenageado este ano nas marchas que ocorreram no Campo Grande e na Liberdade para marcar a passagem da data.

Ao lado do filho de Marighella, o advogado Carlos Augusto, ela destacou que as marchas não são apenas comemorativas, e sim marcos do povo negro na luta contra o racismo. Ela pontua que Salvador tem sofrido no governo de ACM Neto uma série de impactos nas políticas públicas para o povo negro, com ações e projetos da prefeitura – desde a construção do PDDU – que não priorizam a questão racial na capital baiana.

“Zumbi foi o grande líder que tivemos e Marighella levou adiante seus ideiais em sua extensa luta pela democracia, que englobava também a igualdade racial. Esta data tem que ser reverberada para todos os dias do ano e aqui em Salvador, terra com maior número de negros do país, não podemos deixar de lembrar o quanto estamos sendo vítimas de uma gestão municipal elitista e racista”, disse.

Exemplo disso, acrescenta a petista, é a pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), consultora do PDDU aprovado na Câmara Municipal, que de 500 páginas do estudo que elaborou, só disponibilizou um parágrafo tratando da questão racial na cidade com maioria da população negra. “O PDDU não incorpora raça/cor na territorialização das suas políticas ou projetos. Tivemos, ainda, em Salvador, o Projeto Revitalizar aprovado na Câmara, que é uma tentativa de elitização do Centro Antigo para atender os turistas e o empresariado que não leva em conta a vida e a rotina dos moradores”, disparou.

Para Marta, no momento político atual é importante que movimentos sociais enalteçam os personagens que contribuíram com a luta pela justiça social no País. “Dessa forma, mantemos vivo na memória esses ideais, para que eles motivem os jovens e a todos a não desistirmos do nosso país”, pontuou. “A política elitista de ACM Neto segue o mesmo modelo do governo do presidente ilegítimo Michel Temer, que cria portaria alterando definições de trabalho escravo para beneficiar ruralistas”, critica Marta. Para se ter uma ideia, continua ela,  a prefeitura prevê para a Secretaria Municipal de Reparação, para 2018, orçamento de R$ 5.228.000. “É um valor insignificante”, afirmou.