A Associação Protetora dos Desvalidos- SPD promove, na sua sede no Largo do Cruzeiro, 17, Pelourinho, em Salvador, Bahia, de 10 de novembro a 7 de dezembro, o “Novembro Negro SPD”, com o tema “(Re) Visitando Memórias Ancestrais de África e sua Diáspora, incluindo exposições e giras Integrativas com a presença de lideranças do movimento negro e parlamentares.

As atividades celebram o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em todo o país dia 20 de novembro.

O evento inclui exposição fotográfica da “Rota dos Quilombos”, exposições de artistas convidados, como Rose Mafalda, e giras integrativas sobre temas relativos a juventude negra, a representatividade negra na política e ao legado da cultura africana na Bahia.

Para a exposição fotográfica, cujo curador é o fotógrafo Edvaldo Sacramento, serão exibidas imagens de viagens da “Rota dos Quilombos” como as do Egito em 2022 e Angola em 2018.

A programação em novembro será aberta dia 10, às 14h, com as exposições; dia 23 às 14h Gira Dudu Aye: Vidas Negras em foco; dia 30 às 14h Gira Agbara Dudu: Prefeitura de Salvador 2024 em discussão e dia 7 de dezembro às 14h Gira Ile Afara: Construindo Pontes Intercontinentais na Diáspora Negra.

Para o primeiro debate, dia 23, estão confirmadas as presenças de Jamile Soares, assistente social e coordenadora do Ponto de Cidadania, o historiador e professor Dudu Ribeiro, membro da Rede Latino Americana e do Caribe de Pessoas que usam Drogas-LANPU e o Major da PM Sílvio Conceição do Rosário, coordenador do Grupo de Trabalho Permanente pela Igualdade Racial (GTPIR/PM).

Pioneirismo

A SPD foi fundada por 19 homens negros, trabalhadores livres e libertos, liderados pelo africano Manoel Victor Serra, em 16 de setembro de 1832 para funcionar como uma junta de alforria e como uma entidade de crédito para dar assistência aos sócios e seus familiares. É considerada por estudiosos como a primeira associação de pessoas negras no Brasil, cinco décadas antes da Abolição da Escravatura oficial. Uma proposta pioneira de previdência social privada e um dos mais antigos CNPJs do país.

Mantendo a tradição e o pioneirismo, a entidade se renovou e atua hoje em projetos de valorização da cultura afro-brasileira, fazendo atualmente conexões com alguns países africanos e comunidades quilombolas da Bahia através de um grupo, “Rota dos Quilombos”, para intercâmbio cultural e fortalecimento da organização comunitária. Além disso, promove debates sobre o combate ao racismo, ações de preservação do patrimônio cultural afrobrasileiro e promove o Encontro Internacional de Mulheres Negras Urbanas e Quilombolas, já na sua sétima edição.

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