O Livro dos Três por Almandrade
Dois baianos e um pernambucano pertencentes a uma mesma geração, longe de
fazer uma resenha ou uma crítica, o escritor Marcius Cortez fez com precisão
a leitura crítica do livro dos três amigos. Três velhos amigos que se
encontram para trocar idéias e atualizar o que estava armazenado no fundo da
memória afetiva, as recordações dos tempos de estudante ou do início da vida
profissional e do primeiro contato com a outra cidade que tempo não apaga.
Jomard Muniz de Britto, o pernambucano multicultural, foi o articulador do
encontro. Salvador / Recife, cidades que podemos dizer de um poeta maior,
Gregório de Mattos. É um encontro de intelectuais cansados da sala de aula,
na mesa do bar falam do vem à mente, sem nenhum compromisso com a razão
acadêmica. É uma prosa livre, solta, por conta da memória.
A Recife de Fernando da Rocha Peres e João Carlos Teixeira Gomes, e a
Salvador de Jomard Muniz de Britto. As relações entre Bahia e Pernambuco, o
encontro com a outra cidade, os entrecruzamentos, as trocas e cordialidades
dos autores e curiosidades que revelam outras histórias, despretensiosas e
pessoais. A cidade tem muitas imagens e o escritor/visitante inventa outras
a partir de sua fantasia e aproximações com o lugar e seus habitantes
ilustres.
Geração Mapa, Glauber, Gilberto Freire, o rio Capibaribe, uma Recife que só
poderemos conhecê-la nos textos. Nos seus atentados, Jomard gentilmente
provoca e celebra os baianos com sua genialidade. A cidade é construída de
personagens do mundo cultural. Recife e Salvador. O Livro dos Três, uma
ficção. O leitor que tire suas conclusões.
Almandrade
(artista plástico, poeta, arquiteto)