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O país inviável. Por Cláudio Guedes

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Claudio_Guedes
A procuradora Raquel Dodge, que assumirá o comando da PGR (Procuradoria-Geral da República) em setembro, pediu alteração na proposta orçamentária para o MPF em 2018, elaborada pela gestão de Rodrigo Janot, e esta passou a prever reajuste salarial de 16,7% para os procuradores. Por quê? A inflação oficial é de um quarto desse índice, o país está paralisado, a receita fiscal estacionada.

São os bacanas da República, os novos aristocratas tupiniquins, que se juntam a suas excelências: os altos funcionários do poder legislativo, os juizes, desembargadores e ministros das cortes superiores.

Salários anuais líquidos médios, segundo o insuspeito Estadão, da ordem de R$600.000,00, mais estabilidade no emprego e aposentadoria integral. Um custo médio, somados os benefícios, para a União de cerca de R$ 1.200.000,00/empregado.

Fora os extras que não são medidos. Outro dia, em uma dessas revistas semanais que só lemos no barbeiro ou no dentista, li que aproteção ao juiz da operação Lava Jato chegava a mobilizar oito (8) policiais federais. Fiz uma conta rápida, entre salários, diárias e custos de deslocamentos, algo como R$ 240.000,00/mês.

Um pequeno empresário, que emprega oito (8) empregados no seu negócio e consegue uma retirada anual líquida de R$ 200.000,00, para um faturamento anual de R$ 2 milhões, recolhe na média também cerca de R$ 200.000,00 de impostos federais (IR, CCLS, COFINS). Ou seja, apenas um alto funcionário da União, um aristocrata moderno, custa o equivalente à contribuição de seis (6) pequenos empresários, que empregam cada um oito (8) pessoas. São cinquenta e quatro pessoas (54) trabalhando para recolher à União o custo de um único aristocrata moderno.

É viável? É sustentável?

Nem aqui, nem na China.

Além dos salários, as sedes faraônicas dos prédios da justiça, do ministério público e dos órgãos de assessoramento da União, são impressionantes. Escandalosamente impressionantes. No final do ano passado, andando por Florianópolis me bati com os prédios do MPF na cidade: torres de granito e vidros verdes, suntuosos. Quem paga pelo luxo dessas instalações? Impossível.

Vou ilustrar esse meu pequeno desabafo com o prédio da Justiça Federal no novo estado do Tocantins. Por que o luxo? Definitivamente não faz sentido.

Como chegamos a esse estado de coisas? Pela irresponsabilidade e incapacidade de pensar o “estado” necessário, o “estado” possível.

Este é um dos dramas do país, responsabilidade de todos os governos nos últimos 25 anos.

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