O Pequeno e Irônico Dicionário para Aspirantes ao Mérito-empreendedorismo. Por Wilson Roberto Vieira Ferreira
Ok, vocês venceram! Por isso, o “Cinegnose” vai dar uma ajuda aos aspirantes e adeptos da nova religião do mérito-empreendedorismo (meritocratas + empreendedores) desse admirável mundo novo, no qual
maquininhas de crédito e débito substituíram da Carteira de Trabalho por meio da inabalável fé de que, um dia, a força de trabalho se transubstanciará em Capital. Para entender esse Mistério da transubstanciação de uma categoria econômica em outra (que se equivale ao da Santíssima Trindade ou da própria redenção de Cristo) é urgente dominar o jargão hermético dessa seita – “foco”, “nicho”, “aplicativo”, “sustentabilidade”, “agregar”, “gestão”, “inteligência” entre outros termos aparentemente inescrutáveis. Bem vindo à Metafísica da Teologia desses novos tempos, através do “Pequeno e Irônico Dicionário para Aspirantes ao Mérito-Empreendedorismo”.
Obs.: o símbolo (?) nos verbetes representa que o termo é abordado especificamente em verbete próprio.
-A-
Acelerar: mérito é uma questão de performance. Melhor que a velocidade é a aceleração: quintessência do desempenho, espécie de marketing pessoal do cara bem sucedido – no final de semana acelerar uma Kawasaki Ninja na Rodovia Castelo Branco trajando um conjunto Fox Racing como definitiva prova de mérito. Não basta ser bem sucedido, é preciso acelerar. Mesmo que de fato não seja um vencedor, mas, afinal, na competição meritocrática o efeito (ou a aparência) antecede a causa. Como nos mostra diariamente o prefeito mérito-empreendedor João Doria Jr. “Acelera São Paulo!”, o slogan político que presta homenagem a esse verbo transitivo.
Agregar: O efeito é fundamental para o mérito-empreendedor. Por isso agregar é a essência do trabalho imaginário dele: agregar valor é mais importante do que o valor do produto em si. Gestão metafísica mercadológica – uma bike é uma bike: mas se agregar o valor do “menos é mais” vira bike fixa… ou, então, retrô. Uma coxinha é uma coxinha. Mas se for recheada com frango orgânico através de parceria(?) com um produtor sustentável (vide verbete “Sustentabilidade”) então agregou-se valor: foi gourmetizado.
Aplicativo: é o ícone da sub-religião dos gadgets. Pode ser tanto a ideia do empreendedor(?), a Startup ou o produto consumido pelos adeptos dessa nova religião. Aplicativo funciona como uma varinha de condão, capaz de sobrepor-se, como fosse uma camada de realidade aumentada, sobre o caos e o imprevisível, transformando ícones e botões em aparência de controle sobre a vida. É também a varinha de condão que promete solucionar os problemas públicos que o Estado ineficiente não resolve: aplicativo de saúde, aplicativo de transporte público etc. Sem Estado e parida pela genialidade de empreendedores, é limpa da corrupção. Por que é tecnológica. Tão limpa como uma bitcoin nas plataformas tecnológicas em transações econômicas mágicas na sombra do espaço digital.
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Brasil: sempre com grandes oportunidades e o eterno país do futuro. Não fosse a corrupção e a baixa consciência empreendedora, seria um lugar de primeiro mundo como Miami(?).
-C-
Crise: oportunidade. Desde que você esteja focado no nicho(?) certo. Por isso, a crise atinge sempre o outro, mas nunca você próprio. Crise só existe no Governo e na Política. No mercado(?), crise é oportunidade para se reinventar(?), sair da zona de conforto(?), ser mais focado (vide “Foco”), empreendedor(?). O leitor já ouviu falar que a palavra “crise”, em chinês, significa “risco” e “oportunidade”? Se não, precisa ouvir mais palestras motivacionais para mérito-empreendedores.
Consumidor engajado: é aquele que vive no nicho que será descoberto pela mente focada do empreendedor(?), fazendo-o superar a descontinuidade (vide “Descontinuar”) dos lucros provocada pela crise(?). Consumidor engajado é o consumidor que não consome o produto em si, mas o que foi agregado ao produto (vide verbete “Agregar”).
Cool: expressão de origem inglesa que designa valor agregado satisfatório que vira um hype no mercado. Aquilo que merece ter o cardinal “#” (Hashtag(?) e vira trend topics. Tudo muito “cool”!
-D-
Desafios: sempre no plural. Aquilo que faz você sair da zona do conforto(?). Como mantra neurolinguístico ou de positividade da autoajuda, a negatividade das crises (o desemprego, a demissão, o fracasso, a falência do empreendimento) será vista positivamente como desafios para intensificar o seu poder de foco. Lembre-se: crise(?) tem a ver com Governo, Política e Economia. No mercado chama-se desafios.
Descontinuar: Nenhum empreendimento fali; nada acaba, termina, cessa. Tudo é apenas descontinuado – enquanto “acabar” significa finalizar, “descontinuar” significa interrupção, variação. Assim como o gerundismo, almeja criar um efeito de processo ou de momentos de variações num continuo. Não há História ou Sociedade que crescem e morrem no Tempo. Apenas um eterno presente extenso. Será que morrer também é decontinuar?
Desempregado: Empreendedor(?).
Disparar: em épocas menos meritocráticas falava-se “vou enviar um e-mail”. Agora, diz-se “disparar e-mails”. Termo que surgiu dos tempos do famigerado E-mail Marketing cujos programas disparavam e-mails 24 horas por dia. Por isso o verbo disparar passou a conotar a intensidade do trabalho de um gestor ocupado. Lembre-se sempre disso: para o mérito-empreendedor o efeito antecede a causa.
-E-
Empreendedorismo: corrente de pensamento místico-econômica que acredita no milagre da transubstanciação secularizada – se você estiver focado suficientemente a força de trabalho se converterá em Capital.
Empreendedor: crente e militante do pensamento místico-econômico do Empreendedorismo(?).
Então… É assim…: expressão fática utilizada bastante por gestores (vide verbete “Gestor”) e empreendedores. Muito utilizada em momentos onde o gestor deve justificar ao colaborador o porquê dele se tornar, em futuro próximo, mais um empreendedor(?) – vide o verbete “Desempregado”. Desprovido ainda da crença místico-religiosa do Empreendedorismo(?), o colaborador tende a tornar-se tenso e amedrontado diante dos futuros desafios(?). Daí a necessidade do uso didático de expressões fáticas para a conscientização do colaborador/empreendedor(?) sobre os novos tempos.
Estado: igual a Governo ou Ideologia. Entidade que atrapalha o empreendedor(?) com impostos sempre excessivos. Por isso o Estado tem que diminuir, até ser reduzido a serviços mínimos como saúde, educação e segurança – conjunto mínimo de serviços que objetivam dar conta (ou conter) daqueles ainda desprovidos de consciência empreendedora, os chamados “pobres”. Numa projeção utópica, no dia em que toda a sociedade tiver essa consciência, o Estado desaparecerá!
-F-
Fazer a diferença: é aquela contribuição única, no momento certo, do mérito-empreendedor que gera resultados esperados. Na mística do Empreendedorismo é a crença de que em uma única ação, o Todo será alterado: um gesto de amor, plantar em um vaso, ir de bike para o trabalho. Pequenos gestos fazem a diferença. “Eu fiz a minha parte”. O Empreendedorismo crê que o Todo é a soma das partes: a soma das pequenas diferenças mudará, enfim, o mundo. No pensamento científico isso já foi desmentido como, por exemplo, na Gestalt. Mas o Empreendedorismo(?) é místico-religioso: assim como naquele momento da diferença na qual a força de trabalho se transubstanciará em Capital, também cada pequeno gesto somado mudará o Todo.
Foco: ato de estar focado. Se o Todo é a soma das partes (dos pequenos gestos que fazem diferença) é necessário estar focado num objetivo para ter resultados. É mais do que “prestar a atenção”, termo que é resquício de uma mentalidade objetiva da ciência da Administração do passado, restrita aos acontecimentos reais. Estar focado é uma crença místico-religiosa de que por trás do objetivo estão a Missão, a Visão e os Princípios da corporação ou do negócio do empreendedor. Os resultados serão sempre transubstanciações de alguma coisa em outra, como a força de trabalho em Capital. Ou nas atitudes que fazem a diferença de cada um em uma equipe que “veste a camisa” que se transmutam em resultados palpáveis.
Força-tarefa: sob o impacto da força-tarefa da Polícia Federal com a Operação Lava Jato para pegar os corruptos no Estado(? – para o mérito-empreendedor mais ortodoxo uma ação inócua, assim como enxugar gelo: o Estado é em si mesmo corrupto), a aplicação do termo transbordou para outras áreas. Os semáforos não funcionam em São Paulo? É necessário uma força-tarefa. A equipe não atinge os objetivos preconizados pela gestão(?)? Força-tarefa para entender o porquê. Aqueles aspirantes a mérito-empreendedores devem ter cuidado! Jamais use termos congêneres como “mutirão” ou “comissão”. Pode denunciar sua antiga procedência ideológica (vide verbetes “Mais Mises” e “Menos Marx”).
-G-
Gestão: na medida em que a ciência da Administração foi contaminada pela corrente místico-econômica do Empreendedorismo, administradores foram convertidos em gestores: aqueles que creem no pensamento focado (vide “Foco”). São os novos padres da nova religião.
Gerúndio: ou Gerundismo. Locução verbal dos empreendedores resultante da fusão do uso excessivo do recurso pelos operadores de telemarketing e dos manuais americanos de treinamento nos quais a estrutura “we’ll be sending tomorrow” aparecia com frequência. A ideia de um futuro em andamento passado pelo gerundismo é atraente para o pensamento místico-econômico do mérito-empreendedor – tudo é um processo contínuo e quaisquer descontinuidades (vide “Descontinuar”) serão meramente desafios(?).
-H-
Hashtag – o raciocínio focado dos “cabeças de planilha” (vide verbetes “Foco” e “Planilha”) necessita taguear ou rotular tudo por palavras-chave. Da refeição do dia ao creme usado no cabelo. A necessidade de fazer parte do grupo (vide verbete “Parceria”). Originalmente criado para os tópicos do Twitter, agora a hashtag virou forma de marketear: de parcerias até os resultados do empreendedor: #partiuparceria, #borareunião, #nextlevel, #motivação, #livecoach, #homensdesucesso etc.
-I-
Inteligência: já foi definida como faculdade de conhecer, compreender e aprender. Mas para o mérito-empreendedor transfigurou-se em dois sentidos: ser focado (vide verbete “Foco”) e adaptar-se a novos desafios(?) (inteligência emocional); ou transferir a “inteligência” para aplicativos ou designs (inteligência espacial, prédios inteligentes etc.). De qualquer forma, a inteligência deixou o Todo (conhecimento) para focar na parte (foco(?) – prédios inteligentes cercados pela desordem urbana. Mas a fé dessa corrente místico-econômica é sólida: crê numa mão invisível que, no final, ordenará todas as inteligências pontuais de aplicativos, emoções, espaços e prédios.
-M-
Maquininha: dispositivo para passar cartões de crédito e débito dos clientes de um empreendimento. São vários os codinomes: moderninha, minizinha, vermelhinha etc. É uma das varinhas de condão da corrente místico religiosa do mérito-empreendedorismo: transubstancia força de trabalho em Capital – vide o verbete “Aplicativo”. É a nova Carteira de Trabalho do empreendedor(?).
Mercado: entidade onipresente, onipotente, senciente, eterna, sobrenatural e existente por si só. Assim como a idéia de Deus para as religiões. Essa entidade pode ficar nervosa (aí são necessários rituais de sacrifícios para apaziguá-la como juros altos e freio do consumo daqueles desprovidos de consciência empreendedora – os “pobres”) e calma. Mas nunca em crise – a crise está no Estado e na Política. O mercado é monista: é tudo, está em tudo, está por dentro de tudo. Por isso é tudo aquilo que nos desafia (vide “Desafios”) e nos leva a se reinventar(?), mantendo a nossa mente em foco(?).
Miami: lugar de primeiro mundo porque livre da corrupção e habitada por empreendedores que finalmente transubstanciaram a força de trabalho em Capital. Vide o verbete “Brasil”.
Mais Mises: parte do slogan popularizado em camisetas nas manifestações “Fora Dilma!”: “Menos Marx, Mais Mises”. Referência ao economista e pai do neoliberalismo Ludwig von Mises (1881-1973), que defendia excepcionalmente a “suspensão temporária da democracia” para defesa da propriedade privada e “sobrevivência da sociedade”. Quer dizer, menos política, corrupção e mais empreendedores focados (vide “Foco”) em objetivos privados. O Estado(?) e a Política insistem em políticas econômicas que só geram impostos. Mais foco(?), menos pensar no Todo.
Menos Marx: corruptos e comunistas soviéticos, bolivarianos etc. são a mesma coisa. A culpa é do filósofo e jornalista alemão Karl Marx (1818-1883). Para os mérito-empreendedores, ele inventou o Estado(?), governo etc. E George Orwell é o escritor distópico predileto por mostrar terríveis futuros sem empreendedores e sem meritocracia, contaminados por Marx, nos livros 1984 e A Revolução dos Bichos.
-N-
Nicho: não se trata mais de um segmento de mercado, mas o habitat do consumidor engajado(?) (aquele com forte relacionamento com a marca). É descoberto pela mente focada (vide “foco”) em resultados do empreendedor(?).
-P-
Parceria: palavra mágica para gestores e empreendedores como relação mutua de cooperação entre empresas dentro da política do ganha-ganha – intuito de beneficiar a todos. No Estado diminui o seu tamanho, entregando a gestão pública a empreendedores com suas plataformas tecnológicas (vide “Aplicativo”). Logo, limpando a corrupção do governo – poder mágico da tecnologia. E nas empresas e empreendimentos, criar a network das indicações. Mas a função mais profunda dentro da mística mérito-empreendedora é a otimização da sustentabilidade(?) – a união de empreendimentos com produtores sustentáveis para agregar(?) valor a um produto, gerando consumidores engajados(?)… o leitor está acompanhando?
Pegar pesado: Expressão utilizada tanto quando o mérito-empreendedor trabalha muito, como também quando treina forte no seu Cross Fit ou Triatlo às 5h da manhã antes de ir para a Startup ou exercer seu mérito na corporação. Há uma estreita ligação entre pegar pesado no trabalho e num esporte de performance e impacto: um é espelho imaginário do outro. O mesmo método do pensamento focado (vide “Foco”) em objetivos e resultados é aplicados nas duas áreas. Assim como o sofrido dispêndio das penitências reforçava a fé na religião cristã, da mesma forma a performance por resultados num Cross Fit é o reforço da mística do mérito-empreendedorismo – vide o verbete “Qualidade de Vida”.
Planilha: é tanto um formulário padronizado em que se registram informações e cálculos, como uma metáfora da próprio funcionamento da mente do mérito-empreendedor – “cabeças de planilha”. É a plataforma tecnológica vital para o pensamento focado: a planilha Excel. Tanto a vida privada quanto profissional é relação custo-benefício pensado por objetivos voltados a resultados. A planilha é que junta o Cross Fit com a atividade profissional de empreendedor – vide verbete “Pegar Pesado”.
Política: o mesmo que Estado(?), Governo e Ideologia. Hoje os mérito-empreendedores falam em “renovação da política” por meio de gestores, ONGs e Fundações educacionais que concedem bolsas a pobres ainda desprovidos de consciência empreendedora, para serem enviados a Universidade de Harvard nos EUA. Para lá conhecerem a mística mérito-empreendedora, tornando-se jovens líderes no Brasil para substituírem políticos por gestores. E num futuro bem próximo substituir o voto pelo mérito.
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Qualidade de Vida: assim como na vida de um agente de alguma empresa de marketing de rede como Herbalife, nada escapa da fé místico-religiosa do mérito-empreendedorismo. A vida saudável e com qualidade é mais um objetivo no qual o empreendedor deve se focar (vide “Foco”) – deve ser gerido como fosse a própria Startup, com planilhas nas mãos de algum gestor (vide “Gestão”) nutricional ou médico. Afinal, o mérito-empreendedor vê a si mesmo como um capital, o “capital pessoal”. Se não, como a força de trabalho se transmutaria em Capital econômico e chegaria em Miami(?)? Vide o verbete “Pegar Pesado”.
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Reinventar: atitude esperada para meritocratas e empreendedores diante da Crise(?): sair da Zona de Conforto. Reinventar significa buscar coisas novas, desafios(?), mas nunca reinventar os princípios basilares do mérito-empreendedorismo. Esses são eternamente irracionais porque fortalecidos pela fé.
-S-
Sustentabilidade: condição do que é sustentável: ecologicamento correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente diverso. O mérito-empreendedorismo acredita que a relação ganha-ganha do instrumento da parceria pode ser generalizada para as relações do Capital com a Sociedade e a Natureza. Por isso, empregado vira “colaborador” e os insumos são de produtores “sustentáveis”. A única coisa que não entra nessa relação ganha-ganha são direitos trabalhistas e garantias sociais: não é sustentável por que foi inventado pelo Estado e sindicatos que teimam em viver sob a sombra do Governo – não querem sair da Zona de Conforto(?). Vide o verbete “Menos Marx”.
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Top: substantivo masculino de origem inglesa adotada pelo mérito-empreendedor para designar o estado da arte do profissional: “ele é top!”. Com adaptações como “topzera”, “topper” ou “topíssimo”. Como a essência do mérito-empreendedorismo é tornar o trabalho e a vida pessoal como espelhos imaginários que se refletem mutuamente, também baladas, músicas ou mesmo quando pega pesado no Cross Fit antes de pegar pesado(?) na Startup, também são “topzeras”.
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Voluntariado: segundo as Nações Unidas “é quando o jovem ou o adulto, devido ao seu interesse pessoal e espírito cívico, dedica seu tempo, sem remuneração, a atividades organizadas de bem estar social”. Ao lado da Maquininha(?), Voluntariado é uma das varinhas de condão do mérito-empreendedorismo. Possui uma tripla função: (a) como a religião da meritocracia carece dos sentimentos de compaixão e empatia, o voluntariado é a filantropia secularizada para aliviar o mal estar da culpa – ainda um resquício tardio do judaico-cristianismo. Alívio momentâneo da frieza psíquica necessária para o exercício da competição meritocrática; (b) forma de demonstrar que “Faz a Diferença” (Vide “Fazer a Diferença”) através de selfies em redes sociais e pela descrição do seu voluntarismo no curriculum vitae. Lembre-se que para o meritocrata o efeito antecede a causa; (c) ajuda a diminuir o tamanho de Estado, eliminando-o da necessidade de programas sociais como, por exemplo o “Mais Médicos”. Se há Estado há sempre corrupção e “aparelhamento”. ONGs fornecem melhor ajuda humanitária porque tocada por mérito-empreendedores crentes e engajados na corrente místico-religiosa empreendedora.
-Z-
Zona de Conforto: no passado falava-se em “preguiça” ou “acomodação”. Mas como a seita mérito-empreendedora aspira a se tornar científica (com ajuda da neurolinguística e autoajuda) substantivou a noção como “Zona de Conforto”, como uma região comportamental (ou até mental) que pode ser localizada, quantificada, medida e seus dados jogados em uma planilha(?). Região da qual devemos fugir diante da Crise(?) através do pensamento focado (vide “Foco”) em objetivos que buscam resultados na descoberta do nicho(?) no qual vive o consumidor engajado(?)… o leitor está conseguindo acompanhar?
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