Aldeia Nagô
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O Piano Que Conversa no Espaço Itaú de Cinema

7 - 9 minutos de leituraModo Leitura
Piano

Essa é a premissa do documentário musical O Piano que Conversa que estará em cartaz de 21 de setembro a 04 de outubro, no Espaço Itaú de Cinema em Salvador.

No mesmo período, outras cinco capitais brasileiras (São Paulo, Curitiba, Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre) recebem o filme.

O filme vencedor do Prêmio Petrobrás (Festival In- Edit Brasil) de melhor longa nacional, na categoria Júri Popular já foi apresentado no CineSesc São Paulo e nas salas do circuito SP Cine São Paulo e também inaugurou, no início deste mês, o Ciclo de Cinema Brasileiro na Cinemateca Boliviana, em La Paz.

https://www.womex.com/programme/films/library

Na sequência, 06/10, será exibido no MIMO Festival Paraty, Rio de Janeiro.

Sobre o filme

Gravado no Brasil, Bolívia e Coréia do Sul, o filme do diretor Marcelo Machado retrata encontros entre o pianista Benjamim Taubkin com mais de 20 músicos de países de quatro continentes – Brasil, Coréia do Sul, Bolívia, Polônia, Israel e Moçambique. No filme, piano e pianista dividem o papel de protagonista, em uma experiência musical sem entrevistas ou depoimentos.

O Piano que Conversa é um filme sobre encontros afetivos, sobre a relação entre músicos e instrumentos, sobre um pianista que afirma a identidade no caráter universal de sua obra. É também um filme sobre beleza sonora. Os registros das composições e arranjos surgidos nos encontros são uma experiência musical que não tem o propósito de ser uma cinebiografia do artista. Trabalhando em um universo que vai da música instrumental brasileira à música do mundo, Benjamim Taubkin tem viajado há quase 25 anos como pianista e curador. Ele expande as possibilidades do que é popular, defende o respeito às diferenças e exercita a tolerância como base em uma ação cultural que é cada vez mais, política.

O filme tem o apoio do Canal Curta! e foi realizado com recursos do Fundo Setorial Audiovisual e da ANCINE.

O filme por Marcelo Machado

“ Comecei o filme pensando em registrar a música na sua essência, o que seria por si só um objetivo. Pensava que instrumentistas como Benjamim são os mais constantes representantes da música brasileira ao redor do mundo. Meu objetivo foi acompanhar a música sendo feita e assim comparar diferentes sonoridades e gêneros, transitando entre eles e proporcionando ao espectador elementos sobre o processo de produção musical. Pensei em usar originalmente o instrumento como um narrador, tocar no piano a trilha sonora como elemento narrativo, mas durante as gravações fui mais e mais descobrindo o potencial do instrumento como um personagem. A música aleatória, os rangidos e mesmo suas reações aos impactos pareciam mostrar que ele tem vida própria. Percebi também que apesar da sua complexidade, peso e tamanho, ele podia soar leve nas mãos do protagonista, dividindo com ele esse papel. ”

O filme por Benjamim Taubkin

“Em um tempo de massificação, pasteurização e conflito, O Piano que Conversa busca valorizar o outro, o que é diferente – seja na cultura do nosso país, seja em diálogos com artistas de todo o mundo. Quando o Marcelo me fez a proposta para realizar um filme com ele sem depoimentos, me permitiu mostrar que a música expressa inúmeras tonalidades, o que acredito, possa possibilitar no público a redescoberta de uma linguagem única, vinda do coração e do desejo de descobertas e compartilhamento. No filme, a cultura de cada um não desaparece, mas de uma forma totalmente inesperada, se funde em uma expressão que dá um sentido muito mais amplo a ideia de globalização. Ali estão demonstrados milênios de cada povo condensados na expressão musical e que nos encontros e contrastes, revelam muitas vezes matizes ainda desconhecidas para muitos de nós. Percebo uma espécie de ecologia humana e cultural que mantida e desenvolvida, garante não só a permanência desta riqueza, como também, melhor compreendidas, apresentam valores importantes adormecidos no passado. Procedimentos criativos contemporâneos e tradicionais se complementam e se enriquecem. Da mesma forma que pagamos o preço por não termos assimilado em nossas vidas e cultura cotidiana, saberes ancestrais, achatamos o mundo e empobrecemos nossa experiência ao ignorar tantas músicas produzidas em tantas épocas e regiões. Milagrosamente elas ainda estão sendo entoadas em alguma região, em geral desconhecida em seus profundos valores, por nossa cultura ocidental. ”

Músicos, grupos e locações dos encontros registrados

São Paulo, Brasil

Benjamim encontra o percussionista israelense Itamar Doari acompanhado por seu filho, o baixista João Taubkin para uma gravação em estúdio na Vila Beatriz. Recebem as participações da cantora moçambicana Lenna Bahule e da cellista polonesa Agnieszka Teodorowska. Ensaia também no estúdio que fica na casa do percussionista Guilherme Kastrup, com Petro Ito e os guitarristas do Pará, Manoel e Felipe Cordeiro. Esse grupo se apresenta no Bar do Zé Batidão, no bairro de M’Boi Mirim, local tradicionalmente usado pela Cooperifa para seus saraus de poesia.

Outro ensaio é feito com o grupo coreano Jeong Ga Ak Hoe no estúdio Sala Viva, zona oeste, para uma apresentação no Sesc Pompéia. Além dos coreanos, o violinista Ricardo Herz e o percussionista Ari Colares completam a formação do Co-Bra Project.

Bragança Paulista, interior do Estado de São Paulo, Brasil

Apresentação do grupo Clareira no Teatro Rural como parte do Festival Arte Serrinha. O grupo Clareira, do qual Benjamim Taubkin faz parte, trabalha com diferentes tradições populares como o coco, pontos de candomblé, caixeiras do Divino e outras.

La Paz, Bolívia

Com as mulheres do Comunidade Sagrada Coca se encontra para um ritual nos arredores da cidade, além de gravar com a cantora Elvira Espejo e seus irmãos no estúdio do saxofonista Álvaro Montenegro. O grupo parte das tradições andinas mas transgride hábitos arraigados, com mulheres tocando instrumentos antes reservados aos homens. Elvira além de artista e antropóloga, é memória viva das canções da etnia Aymará.

Tongyeong, Coréia do Sul

Apresentação do Co-Bra Project no festival de música contemporânea TIMF – Tongyeong International Music Festival, que acontece no Tongyeong Concert Hall ao sul da península. Na Coréia Benjamim passeia também pelos locais que lhe tem ficado familiares em suas sucessivas viagens à Seul.

Sobre Benjamim Taubkin

Como músico ou produtor participou de mais de 150 projetos no Brasil e no mundo. Desde 1997, liderou e colaborou com diferentes projetos musicais, como a Orquestra Popular de Câmara, o conjunto Moderna Tradição, o trabalho com o grupo de música tradicional Abaçaí, o quarteto de jazz Trio + 1 e o Coletivo América Contemporânea – que reúne músicos e repertórios de países da América do Sul. Entre outros projetos, Taubkin desenvolve parcerias com músicos de países, como Marrocos, África do Sul, Índia, Israel, Espanha e Colômbia. Além disso, realiza regularmente concertos em diferentes formatos, que são apresentados em festivais e centros culturais no Brasil, Canadá e Estados Unidos, e países da América Latina, Europa e Oriente Médio. O músico participou de residências artísticas no Marrocos, na Coreia e no Brasil.

Sobre Marcelo Machado

Em 1981 lançou a produtora Olhar Eletrônico, pioneira na produção em vídeo no Brasil. Em 1983 ganhou o 1º prêmio no Festival Vídeo-Brasil com Marly Normal e em 1984, melhor documentário com Do Outro Lado de Sua Casa no Fest-Rio. Em 1988 assumiu a direção de programação da TV Gazeta lançando o TV MIX e dois anos depois a direção de programação da MTV Brasil. Em 2000 dirigiu uma temporada da série Música Brasileira(Multishow). Em 2005 co-dirigiu o documentário de longa-metragem Ginga – a alma do futebol brasileiro, distribuído pela Paramount. Seguiram-se o documentário Oscar Niemeyer – O Arquiteto da Invenção (GNT); Viagem ao Anhui – China (TV Cultura); em 2011 o documentário de longa-metragem O Sarau e em 2012 o documentário musical Tropicália, premiado e distribuído internacionalmente. Mais recentemente fez direção geral da série A Verdade de Cada Um (Nat Geo), da série O Som da Orquestra (Selo SESC) e dos documentários musicais O Piano Que ConversaMúsica pelos Poros, ainda inéditos.

Ficha técnica

O PIANO QUE CONVERSA (Brasil, 2017, 78 min)

Um Filme de Marcelo Machado

Com Benjamim Taubkin

Coordenação de Projeto – Giovana Amano

Produção Executiva – Ariene Ferreira

Direção de Fotografia – Fernando Fonini

Som Direto – Rafael Veríssimo

Montagem – Joaquim Castro

Mixagem das Músicas – André Magalhães

Desenho de Som – Joaquim Castro e Rafael Benvenuti

Produção Musical – Gustavo Martins

Assistente de Direção – Kika Moura

Desenho Gráfico – Julio Dui

Operador de Câmera – Marcos Guarnieri

Assistente de Montagem – Guilherme Leandro

Assistente de Edição – Felipe Cecchi

Finalização de Áudio – Input Arte Sonora

Pós-Produção de Imagem – Dot Cine 

Produção de lançamento – Fábio Dellore

Apoio – Canal Curta!, DOT, Input, A Loja de Pianos e Busca Vida.

Co-Produção – Núcleo Contemporâneo

Produção – MMTV

Serviço

O Piano que Conversa (78 min.)

De 21/09 a 27/09, às 18h

De 28/09 a 04/10 de julho – horário a confirmar 

Espaço Itaú de Cinema – Salvador

Espaço Cultural De Cinema De Salvador.

Praça Castro Alves, s/n – Centro –  Salvador – BA

Ingressos:  compra pode ser realizada na bilheteria do cinema ou pelo site www.itaucinemas.com.br

A sala possui acessibilidade

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