O primeiro texto escrito sob a fumaça de um Cohiba!. Por Marconi De Souza Reis
Na última quinta-feira à noite, eu assistia ao “The Voice” – único programa da TV Globo, ao lado do “Globo Rural”, que me prende a atenção –, quando apareceu a candidata de nome Mariana Coelho.
Incontinenti, acendi um “Espléndido”, da caixa de charutos Cohiba que me foi presenteada por Juvenal Maynart, sua irmã Ana Paula e o seu cunhado Antonio Alves Junior, na semana do meu aniversário (11/12/2017).
Eu peguei o charuto exatamente para brindar essa candidata, porque eu a acompanhava desde a sua estreia, quando ela interpretou a canção “Por Enquanto”, de Renato Russo (1985), canção esta que ganhou sua melhor interpretação na voz de Cássia Eller (1994).
Mariana Coelho, de apenas 17 anos, tem uma voz gutural quase idêntica à de Cássia, com atitude, bem como o seu tipo de beleza física me atraía quando eu era garoto, enfim, fiquei apaixonado pela garotinha – ácida e doce – desde a primeira apresentação.
Acontece que, nas semanas seguintes, os organizadores (ou ela, não sei) escolheram canções um tanto divorciadas do seu estilo, mas, ainda assim, a menina foi avançando, embora agora mais pela beleza do que pelo talento.
Para a semifinal, Mariana decidiu interpretar “Garota de Ipanema”, o que me assustou demais. Enquanto ela interpretava, cheguei a enviar um comentário para Juvenal, pelo WhatsApp, afirmando que acendi o segundo Cohiba para contemplar a garota (o primeiro fumei no dia do meu aniversário).
Ao final, não gostei da interpretação, mas, ainda assim, achei muito melhor do que a sua concorrente (o público também votou nesse sentido). No entanto, Lulu Santos decidiu por desclassificá-la.
Triste, chateado, apaguei o Cohiba, larguei a TV (nem vi o resto dos concorrentes) e fui ouvir música no meu laptop. E então fiquei imaginando, por vários minutos, qual a canção que eu escolheria para que aquela garota interpretasse na semifinal.
Eureca!
“Carpinteiro do Universo”, a última canção composta por Raul Seixas, veio-me à mente. E então fiquei ouvindo e reouvindo essa canção, quando, de repente, decidi que deveria seguir o conselho da minha esposa e escrever o texto sobre o caso envolvendo a médica Kátia Vargas. Mas deixei para escrever no sábado.
Acontece que ontem, após o jogo do Grêmio com o Real Madri, também chateado com o resultado – não gosto do Grêmio, mas admiro Renato Gaúcho –, larguei a TV e fui dormir. Acordei à meia-noite e meia deste domingo. E lembrei: “Caramba. Ainda não escrevi o texto”!
Desci as escadas de casa às pressas, reacendi o Cohiba da quinta-feira e escrevi o texto acima até as 2 horas da madrugada. Depois voltei para cama. Agora cedo, por volta das 7 horas, reli a prosa, gostei da escrita, pedi à minha esposa para digitalizar os documentos que ilustraram a malha textual, e redigi esse comentário.
Antigamente, quando eu era repórter e exibia um texto parecido com este acima, a promotora Rita Tourinho iniciava no dia seguinte um inquérito para averiguações. Se eu ainda estivesse na imprensa, sem dúvida que esse caso seria pauta no Ministério Público.
Quer dizer: se eu estivesse na imprensa não iria entregar esse assunto assim de graça para o MP. A minha reportagem já traria 90% do que ocorrera naquele mês de outubro de 2013, para que um documento tão importante fosse esquecido. E o MP só arrematava minha reportagem com suas diligências. Velhos tempos…
Marconi de Souza Reis é Advogado e Ex-Jornalista