O projeto de dança Corpo em Casa abre segunda temporada com três obras Disritmia´s, Aracnóide e Mujerzuela, na curadoria instaLAR-se: silêncios, marcas e tensões
Corpo em Casa – projeto curatorial que dialoga com as diversidades culturais e a valorização e empoderamento da identidade feminina – se apresenta todas as quintas-feiras de agosto (04, 11, 18 e 25), às 19h30, no Casarão Barabadá (Santo Antônio)
De repente o que estava escondido passa a ser revelado num cenário com paredes velhas e rachadas, de um antigo casario com arquitetura colonial. E essa intimidade é exposta por movimentos que se cruzam em três universos sensíveis, poéticos e políticos, já instalados no espaço onde as obras se entrelaçam e se transbordam umas nas outras, ocupando e deixando rastros pelos espaços da casa. É dessa forma que o curador e dançarino, Thiago Cohen, explica a curadoria instaLAR-se: silêncios, marcas e tensões, que abre a segunda temporada da proposição artística de dança Corpo em Casa com as obras Disritmia´s, Aracnóide e Mujerzuela, em todas as quintas-feiras do mês de agosto, às 19h30, no Casarão Barabadá, Santo Antônio além do Carmo.
O espectador que também é testemunha, como parte de todo o processo experimental do projeto Corpo em Casa, também pode fazer parte das vivências, das instalações corporais, interferindo através do olhar e tentando revelar novas formas dessa intimidade já aflorada e despida pelos dançarinos; podendo inclusive, interagir pelos cômodos desse espaço sem palco e onde a ação já está acontecendo antes mesmo dele estar presente. instaLAR-se: silêncios, marcas e tensões…é como ver por outras formas, como uma visão espelhada, dentro de dentro que percebemos os emaranhados”, conta Cohen.
As três obras da curadoria instaLAR-se… revelam a natureza que está por dentro do ser humano social por meio dos corpos. Disritmia´s traz à tona o corpo que surta, entrando em colapso ao fugir da racionalidade considerada comum no dia a dia; já Mujerzuela expõe as descontruções do corpo da mulher sem pudores e com coragem de revelar a carne que se desnuda, que balança e mostra as marcas, acima da fragilidade externa. Com Aracnóide é possível perceber atos mais frágeis, mais silenciosos, que mostram a relação do corpo com a linha que se revela e se expõe e também cria outros espaços possíveis.
Os artistas transitam por múltiplas versões do corpo por sentirem-se acolhidos num espaço onde seus passos são inspirados pelas histórias de vida das mulheres que habitam e de muitas que já devem ter vivido no antigo casarão. Por meio desses elos que o Corpo em Casa toma forma. E entre os cômodos do Barabadá se propagam os compartilhamentos, as representações das resistências, dos confrontos e dos manifestos cotidianos, além dos afetos e acolhimentos dessas relações, como diz Daniela Amoroso, dançarina, realizadora do Corpo em Casa e idealizadora do Casarão Barabadá.
Corpo em Casa
Corpo em Casa é um projeto curatorial que pensa a CASA como um espaço cênico, tendo como recortes temáticos: diálogos entre as culturas urbana, popular e tradicional com suas contradições e confluências, além de ressaltar esse corpo ‘feminista’ em cena, a temática da violência contra a mulher e a reconfiguração das relações de gênero. O projeto surge da parceria entre os curadores: Nirlyn Seijas, Nefertiti Charlene, Ana Brandão, Thiago Cohen, juntamente com Daniela Amoroso, dançarina e idealizadora do Casarão Barabadá.
Programação
Agosto 4,11,18,25 –InstaLAR-se: silêncios, marcas e tensões (curadoria Thiago Cohen)
Disritmias – Heloisa Maria e Nefertiti Charlene
Mujerzuela – Nirlyn Seijas, Carol Diniz, Patrícia Leitão, Ana Brandão e Flora Rocha
Aracnoide – Lucas Lago
Horário: 19h30
Ingressos: R$ 25,
Local: Casarão Barabadá (Rua Direita do Santo Antônio além do Carmo,65 )