Pinheiro é o melhor para Salvador. Por Juarez Duarte Bomfim
Pinheiro é dos poucos deputados brasileiros que não comporiam a lista dos "300 picaretas" que um certo Luiz Inácio certa vez anunciou.
Aproximam-se as eleições municipais, e eu mesmo já (me)
perguntei aqui neste prestigioso jornal: em quem votar?
Bem, desde 1992, quando se tratava de eleições
proporcionais, não tinha dúvida, Walter Pinheiro era o meu candidato. Foi assim
para as eleições à Câmara Municipal, onde não "perdi meu voto" (expressão
popular que significa sucesso eleitoral do candidato votado); quando da sua
reeleição como edil, e, depois, sempre em carreira ascensional, 1998, 2002 e
2006 – eleito e reeleito para o Congresso Nacional.
Por que votei tantas vezes em Pinheiro? Os critérios são
muitos, vamos discorrê-los: só voto em quem conheço, e em conhecendo, possa
atestar idoneidade e caráter. O deputado federal Walter Pinheiro é meu amigo de
infância, laços de amizades estabelecidos entre as duas famílias, através da
participação das nossas mães na Sociedade Feminina da Igreja Batista dos
Mares.
Somos itapagipanos, vizinhos no bairro do Uruguai, e
freqüentamos o mesmo educandário, com o respeitoso nome do poeta dos escravos –
Escola Castro Alves. Logo na entrada, éramos recebidos com os significativos
dizeres: "Oh! Bendito o que semeia
Livros… livros à mão-cheia… E manda
o povo pensar!" Agradeço o bendizer e busco seguir à risca a recomendação
poética…
O coleguismo continuou no Colégio João
Florêncio Gomes, na Ribeira, e depois no CEFET (à época, Escola Técnica Federal
da Bahia). Porém, antes, militamos juntos nas organizações religiosas da Igreja
Batista, quando um grupo de garotos sob o comando do "seu" Oliveira, cruzou o
Brasil pela Rio-Bahia, dentro de uma Kombi, para participar de acampamento no
Sítio do Sossego, estado do Rio.
Lembro dessa epopéia porque, desde então,
Pinheiro já demonstrava precocidade e espírito de liderança. Ele foi incluído
numa equipe de "escoteiros" de faixa etária superior a sua, e isso lhe dava
direito (não concedido a mim e mais alguns meninos) de participar de atividades
espetaculares como a caçada noturna, entre outras.
Pinheiro casou e assumiu paternidade muito
cedo também, muito precocemente. Depois disso, o destino nos separou e o
reencontrei muito depois, já dirigente sindical dos telefônicos (Sinttel) e com um discurso e prática
política admirável. Identifiquei nele um grande quadro político-sindical do PT e
da CUT.
Desde então Pinheiro tem marcado a sua trajetória e
atividade política com garra, afinco e integridade. Não se deixou seduzir pelos
vícios que a representação política traz, de se tornar um político tradicional –
clientelista, fisiológico, nepotista.
Muito pelo contrário. Pinheiro é dos poucos deputados
brasileiros que não comporiam a lista dos "300 picaretas" que um certo Luiz
Inácio certa vez anunciou.
Quando colegas do mesmo partido traíram seus princípios
e ideais e se envolveram em escândalos cabeludos denominados "mensalão",
"cuecão"… Pinheiro foi um rigoroso crítico de tal conduta, inclusive ficando
na mira do ressentimento desses traidores do povo, pedindo a sua cabeça e
expulsão do Partido.
Porém, Pinheiro considerou que era possível apostar no
sonho que o levou a militância sindical e depois política. Sonho de emancipação
social que fez esse novo líder flertar com tendência(s) político-partidária(s)
démodé, que surpreendentemente não ruíram junto com o Muro de
Berlim.
Todavia, esse namoro com a (semi) extrema-esquerda não o
fez um prosélito, uma "heloísa helena de calças". Muito pelo contrário. Seu
realismo e pragmatismo, caráter e honestidade o credencia a ter a
respeitabilidade dos brasileiros e ser hoje qualificado como o melhor quadro da
política baiana.
Antevejo um presente e futuro político promissor para
Pinheiro. A começar desde já, se os cidadãos soteropolitanos o conduzirem ao
cargo máximo da municipalidade, e assim poder cumprir-se o desejo do poeta
santamarense: "… eu só queria que um prefeito desse um jeito… na cidade da
Bahia".