Salvador, a capital da “solteirice” por Darlane Andrade (*)
No último censo do IBGE (2000), Salvador foi apontada como a capital da "solteirice" do país, com cerca de 45% da população acima de 18 anos vivendo na condição de solteira. De lá para cá, algumas pesquisas têm procurado compreender a realidade das pessoas solteiras também em outras cidades do país.
O que chama atenção não é somente o aumento do número de pessoas solteiras, mas
também das que moram sozinhas e como esta combinação tem sido vista com bons
olhos: não mais "ficaram para titia" nem estão vivendo uma vida solitária e
infeliz. Pelo contrário, homens e mulheres adultos solteiros e que moram
sozinhos vivem uma "solo life" movimentada pelas atividades de trabalho, lazer,
pelos encontros com amigos e amigas e não deixam de ter uma vida afetiva e sexual
ativa pelo fato de não estarem casados(as). Diversos e diferentes são agora os
estilos de se relacionar e também de vivenciar a "solteirice", que vão depender
do que cada pessoa elege para si, dentro das suas possibilidades.
A
cidade tem ofertado uma série de serviços que favorecem as pessoas a levarem
uma vida com praticidade, que é o que muitos solteiros e solteiras procuram,
desde uma moradia que ofereça serviços diversos e necessários (lavanderia, boa
área para prática de esporte e para lazer, etc.), até as lojas 24 horas e os
locais de lazer propícios para pessoas de diferentes idades e estilos. Há quem
reclame que na cidade em termos de vida noturna, não há tantos bares e boates
para quem já passou dos 30 anos, o que em parte é uma verdade porque muitos
destes locais são comumente freqüentados por pessoas mais jovens. No entanto,
há diversas atividades culturais, alguns bares e boates onde costumam
freqüentar adultos mais maduros, principalmente durante a semana.
Não
somente por Salvador ser uma cidade conhecida pelo Carnaval que já traz em si
um clima de paquera e diversão para pessoas solteiras, mas por ter uma característica
dinâmica que proporciona a convivência de diversos estilos de pessoas, tanto
aquelas que vivem a vida de solteira "badalando" na noite, como as pessoas mais
caseiras ou as que adoram viajar e viver diversas aventuras. E para conhecer e
compreender diferentes modos de viver esta chamada "solteirice" nesta cidade,
tenho feito uma pesquisa focando em adultos pertencentes à classe média baiana.
A
pesquisa está em andamento e para participar a pessoa deve ter idade mínima de
30 anos, ser solteiro(a), ou seja, não estar em uma relação de casamento
(formal ou informal) e morar sozinho(a) em Salvador. Interessados(as) em
participar e/ou indicar pessoas para o estudo, enviar email para pesquisa.solteirice@gmail.com Notícias sobre o andamento do estudo e acesso a
publicações sobre o tema no blog: solteirice-salvador.blogspot.com Colaborem
para conhecermos mais sobre os modos de viver a "solteirice" em Salvador!
(*) Psicóloga, Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo na Universidade Federal da Bahia (PPGNEIM/UFBA). Contato: pesquisa.solteirice@gmail.com