Seis passos para ajudá-la a encontrar o “Cara” por Sandra Soares e Vinícius Rodrigues
O poeta Vinicius de Moraes costumava dizer que, para
apaixonar-se, basta estar distraído.
Não tenha pressa
Esse pensamento vai ao encontro da milenar
sabedoria oriental do I Ching, que defende que o destino tem um modo
ziguezagueante de agir e que, quanto mais se tenta controlá-lo, mais as coisas
dão errado. Sabe aquela conversa de "Eu te amo pra sempre, você é o homem
da minha vida, vamos decidir o nome dos filhos"? Pois é, ela atrapalha e
muito. Fala o psicólogo Bernardo Jablonski, professor da PUC-RJ: "Tentar
forjar situações e sentimentos é uma ótima maneira de afugentar o outro".
A ansiedade pode aumentar quando suas amigas contam que estão namorando ou vão
se casar. Nessas horas, pense que estado civil não garante felicidade (quanta
gente comprometida você conhece que se diz insatisfeita?!) e invista em
aprender a ser feliz sozinha. Enquanto isso exercite a fé na vida que ela a
recompensará!
Não procure só a alma gêmea
Vários estudiosos defendem que a chance de um relacionamento dar
certo se torna maior se os indivíduos apresentam semelhanças em nível social e
cultural. Tem gente que leva isso tão a sério que sabe descrever direitinho
como seria a metade da sua laranja. "Às vezes, as pessoas procuram uma
reprodução de si mesmas, o que, convenhamos, é muito difícil de
encontrar", diz a especialista em relações de gênero da PUC-SP Edna
Kahhale.A máxima "Os opostos se atraem" raramente dá certo, mas por
outro lado nenhum parceiro preencherá tudo aquilo que se deseja. Aqui vale de
novo a recomendação de segurar a ansiedade – não elimine um candidato que seu
coração acha interessante simplesmente por achar que ele não preenche os
requisitos de seu memorial descritivo do parceiro ideal.
Lugares certos para a paquera
Ficar em casa não vai adiantar. Cair na balada e beijar o
primeiro cara que aparecer também não garante nada. Pesquisa realizada pelo
psicólogo Ailton Amélio da Silva, especialista em relacionamento amoroso da
USP, mostra que apenas 20% dos casais se formam a partir de encontros em
festas, bares e afins. Outros 37% nascem de relações de amizade ou coleguismo;
32% são apresentados por terceiros; 5% surgem de encontros acidentais (em uma
fila, por exemplo) e 1% se conhecem pela internet (os 5% restantes se encaixam
na categoria "outros"). Se pretende ir à caça de um amor, vale mais
investir em atividades de seu interesse do que cair na noite. As afinidades são
um ótimo ponto de partida! Se gosta de filmes, por exemplo, por que não se
matricular em um curso de história do cinema?
Não tente mudá-lo
Você sabia que presidiárias são abandonadas pelos maridos com
muito mais frequência do que os presidiários são deixados por suas esposas?
Isso prova que o espírito de cuidar feminino e a crença na possibilidade de o
parceiro mudar superam as mesmas características masculinas. Uma pessoa só muda
por conta própria. Se você está enrolada numa relação com um bandidão
mulherengo, saia dessa e permita que a fila ande! Dois corpos não ocupam o
mesmo espaço, diz a física. Isso vale para o seu coração.
Não fale apenas sobre você
Não é incomum que as mulheres procurem, em um relacionamento amoroso,
dividir seu passado em detalhes, seus pensamentos mais íntimos, suas
inseguranças e traumas… Isso acontece porque o registro que a gente tem de
amor vem da nossa relação com os pais e irmãos, que nos amam apesar de tudo e
se interessam por quase qualquer coisa que diga respeito à gente. Se a
intimidade com o seu candidato a namorado surgir naturalmente e for regulada
pelo tempo, que bom! Mas fazer de um romance em estágio inicial um
confessionário é uma ajuda e tanto para miná-lo. Principalmente se, no fundo,
você estiver esperando que o sujeito que acabou de chegar na sua vida seja a
sua tábua de salvação. Em geral, mulheres falam mais do que homens. Que tal
ouvi-lo mais?
Não provoque ciúmes
Nem toda a comunicação é verbal – o que não é falado muitas
vezes fica explícito, jogos de ciúme inclusive. Quem provoca se sente dominado
pela ansiedade e perde a espontaneidade. Quem é vítima da armação fareja o
golpe e, em vez de valorizar o outro, descobre nele a insegurança. "Causar
esse sentimento no companheiro é sinal de imaturidade", diz o psicólogo da
USP Thiago de Almeida.