Aldeia Nagô
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Teatro Vila Velha estreia o espetáculo “Josefina, a dos Ratos”, em homenagem aos 100 anos de eternidade de Franz Kafka

6 - 8 minutos de leituraModo Leitura
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Quando o escritor tcheco Franz Kafka (1883 – 1924), em fase terminal de sua vida, aos 40 anos, escreveu o conto “Josefina, a Cantora, ou O Povo dos Ratos”, não tinha ideia do quanto o impacto da universalidade de sua obra iria romper paradigmas e atravessar fronteiras para muito além do continente europeu. No mês de junho, homenageando o centenário de eternidade

de Kafka – e celebrando especialmente o ciclo de celebração dos 60 anos do Teatro Vila Velha, essa história terá novamente uma releitura baiana, de atmosfera contemporânea, polifônica e multimídia, integrando as ações O Vila Ocupa o MAB, programa de ocupação artística do Teatro Vila Velha, com apoio financeiro do IPAC/Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

 

As apresentações são nos dias Dias: 06, 07, 08, 09, 13, 14, 15 e 16 de junho, de quinta a sábado, às 19h, e no domingo, às 17h, no Museu de Arte da Bahia. Os ingressos podem ser adquiridos através do Sympla ou na bilheteria do espaço, com valores diferenciados por lote: 1º lote: R$10 (meia) e R$20 (inteira); 2º lote: R$15 (meia) e R$30 (inteira); e 3º lote: R$20 (meia) e R$40 (inteira). LINK: https://tinyurl.com/2csyvtap

Conhecendo mais sobre a história: Na fábula original, Josefina é uma rata cantora que quer viver para seu canto, e ser reconhecida por isso. Seria justo, portanto, que fosse dispensada do trabalho comum a que todos do seu povo são obrigados, pois são tarefas que diminuem sua força para desenvolver plenamente seu canto e sua missão: a de proteger, com sua arte, o povo. Este propósito é questionado por um narrador que coloca em dúvida o talento de Josefina, que não seria necessariamente o de cantar, mas o de manipular sua plateia, capturada num encantamento gerado por uma série de estratégias e atitudes, que a tornam quase intocável. Segundo o narrador, isso é fácil de conseguir daquele povo “tão acostumado com a desgraça” que o faz dependente de qualquer “salvador”.

Na releitura de Meirelles, o único narrador da obra original de Kafka se multiplica nos diversos tons, sons, corpos, gestos e nuances dos jovens atores da universidade LIVRE de teatro vila velha, e na tradução corporal do ator e dançarino Ariel Ribeiro, convidado pelo Teatro dos Novos, grupo realizador do projeto. A partir de um processo de construção e atuação cunhado como Teatro-Coral, o encenador imprime mais uma vez uma das marcas mais expressivas de sua dramaturgia; em que o coro de atores se espelha, criando ecos e duplos na cena.

Esse coro de ratos que decreta Josefina como necessária ou inútil, entre defesas apaixonadas e protestos acalorados, dialoga com os tempos polarizados da nossa sociedade, em tempos de desqualificação e ataques à arte e à cultura. A personagem de Josefina é a metáfora dessas contradições. Nessa guerra de narrativas, muitas camadas e abordagens que discutem a sociedade de consumo, a cultura de massa, a ilusão da popularidade como valor artístico, a necessidade de representatividade, entre outros assuntos que geram um grande debate, uma grande assembleia cênica.

Curiosidade: no ano de 1990, Meirelles montou uma versão do conto em que todos os atores interpretavam Josefina, com o elenco da Companhia de Interesses Teatrais (CIT), formado por Clécia Queiroz, George Mascarenhas, Nadja Turenko, Tereza Araújo e Yulo Cézar. Na época, o espetáculo ganhou o Prêmio de Melhor Atriz do Festival Teatro e Dança de João Pessoa, para Tereza Araújo.

Para ficar atualizado e bem informado sobre toda a programação de “O Vila Ocupa o MAB” e também sobre o programa “O Vila Ocupa a Cidade” (um calendário amplo e intenso de ações, criações, atividades e espetáculos em outros espaços culturais da cidade), acesse o instagram @teatrovilvelha e acompanhe as novidades nas redes sociais.

O Teatro Vila Velha conta com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.

SERVIÇO:

Espetáculo “Josefina, A dos Ratos” – Cia. Teatro dos Novos e Universidade LIVRE de Teatro Vila Velha

Dias: 06, 07, 08, 09, 13, 14, 15 e 16 de junho, de quinta a sábado, às 19h, e no domingo, às 17h

Local: Museu de Arte da Bahia – Corredor da Vitória – Salvador/Bahia

Duração: 90 minutos

Classificação: 12 anos

Os ingressos podem ser adquiridos através do Sympla (LINK: https://tinyurl.com/2csyvtap ) ou na bilheteria do espaço, com valores diferenciados para cada lote.

CONFIRA:

– 1º lote: R$10 (meia) e R$20 (inteira)

– 2º lote: R$15 (meia) e R$30 (inteira)

– 3º lote: R$20 (meia) e R$40 (inteira)

SOBRE FRANZ KAFKA

Franz Kafka, escritor tcheco, nasceu em 3 de julho de 1883 e morreu em 03 de junho de 1924. Era judeu e tinha uma relação conflituosa com seu pai, uma figura opressora que esteve, indiretamente, presente nas narrativas do escritor. Formado em Direito, trabalhou, durante 14 anos, no Instituto de Seguro de Acidentes de Trabalho, mas teve sua aposentadoria antecipada em 1922, devido à tuberculose. Assim, não pôde dedicar-se exclusivamente à escrita. As obras do escritor possuem traços expressionistas e estão abarcadas pelo modernismo. Portanto, é possível verificar, em suas narrativas, a deformação da realidade, a presença de alegorias, o anticonvencionalismo, o nonsense e o pessimismo. Seus principais livros são A metamorfose, O processo e O castelo.

SOBRE MARCIO MEIRELLES

Fundador do grupo Avelãz e Avestruz (1976-1989), criador e diretor do Espaço Cultural A Fábrica (1982) e diretor de um dos maiores centros culturais do Brasil – o Teatro Castro Alves (1987-1991). Em 1990 criou juntamente com Chica Carelli o Bando do Teatro Olodum. Revitalizou o Teatro Vila Velha e assumiu sua direção artística em 1994. Entre seus trabalhos no teatro, destacam-se: o espetáculo “Ó Pai Ó!”, com o Bando de Teatro Olodum; “Candaces – A Reconstrução do Fogo” (2003), do grupo carioca Companhia dos Comuns, que virou samba enredo do Salgueiro no carnaval de 2007. Também co-dirigiu, com Werner Herzog, o espetáculo “Sonhos de uma Noite de Verão”, no Rio de Janeiro, para a ECO 92. Dirigiu, para o Bando, nova versão da comédia de Shakespeare, premiada como melhor espetáculo pelo Prêmio Braskem, em 2006. Foi Secretário de Cultura do Estado da Bahia (2007-2010) e, em junho de 2011, assumiu novamente a direção do Teatro Vila Velha, onde criou em 2013 a universidade LIVRE de teatro vila velha. Em 2019, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. “Josefina” é seu 125o espetáculo, entre realizações no Brasil, na Europa e na África. Em 2022, marca os seus 50 anos de teatro com realizações artísticas em Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.

SOBRE O TEATRO VILA VELHA

Prestes a completar 60 anos, em 31 de julho de 2024, o Teatro Vila Velha é um dos mais importantes e inovadores espaços de difusão artística do Brasil. Foi fundado em 1964 pela Sociedade Teatro dos Novos, e está localizado em Salvador-BA. Tem como missão fomentar a criação artística coletiva e comprometida com a reflexão e o respeito à diversidade. O Vila mantém intensa programação presencial e virtual, tem seu próprio programa de formação artística, a universidade LIVRE, já revelou grandes nomes da arte nacional e recebe espetáculos e artistas do mundo inteiro. Atualmente, o Vila começa a passar por uma reforma financiada pela Prefeitura de Salvador. Por essa razão, deu início ao programa ‘O Vila Ocupa a Cidade’, uma série de ações, criações e colaborações que mantém o Teatro Vila Velha atuante e presente, ao longo de 2024, em diversos outros teatros e espaços culturais. A marca de um espaço sempre em experimentação, formação artística e constante diálogo com a sociedade.

FICHA TÉCNICA

JOSEFINA, A DOS RATOS

tradução cênica de marcio meirelles para “josefina, a cantora ou o povo dos ratos”, de franz kafka, no centenário de sua eternidade e da criação do conto.

1924 – 2024

realização: TEATRO VILA VELHA / TEATRO DOS NOVOS / universidade LIVRE de teatro vila velha

elenco:

participação:

ARIEL RIBEIRO como josefina

RAMON GONÇALVES como músico

coro dos apoiadores

BEATRIZ ZACHARIAS

CRISLEY CRUZ

DANIELLE LANDU

STEFANI BARROS

TOM SENA

ANA VALÉRIA

coro dos opositores

DANIEL FEITOZA

EVELYN VENET

GABRIELA WENZEL

ÍNDIGO CONCEIÇÃO

WILSON FRANÇA

encenação: MARCIO MEIRELLES

composição e direção musical: RAMON GONÇALVES

preparação de voz: EDI MONTECCHI

coreografia e preparação de corpo: ARIEL RIBEIRO

roteiro, edição e capturas de imagem de vídeo: RAFAEL GRILO

figurino: GUILHERME HUNDER

desenho de luz: MARCIO MEIRELLES e MARCOS DEDE

produção: ANA PAULA BORGES e BEATRIZ ALBUQUERQUE

identidade visual, material gráfico e de divulgação: RAMON GONÇALVES

coordenação de comunicação: AMANDA LOPES E BEATRIZ DE PAULA

realização: TEATRO VILA VELHA / TEATRO DOS NOVOS / universidade LIVRE de teatro vila velha

projeto: O VILA OCUPA O MAB

patrocínio: MUSEU DE ARTE DA BAHIA / INSTITUTO DE PATRIMÔNIO ARTÍSTICO E CULTURAL DA BAHIA / SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DA BAHIA / GOVERNO DA BAHIA

pré-estreia comemorativa dos 100 anos de eternidade de Franz Kafka: 03 de junho de 2024

temporada de estreia: 06 a 16 de junho de 2024

Auditório do Museu de Arte da Bahia

salvador/BAHIA

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