Usando muletas, estou vivendo um grande dilema! Por Marconi de Souza Reis
Tudo que fiz e alcancei no jornalismo aconteceu por causa da minha honestidade, afinal, todas as pessoas possuem inteligência, energia e determinação.
A verdade é que foi fácil chegar ao Olimpo, pelo fato de a imprensa baiana ser a mais corrupta do país, além de chinfrim – tanto na TV, quanto no rádio e jornal.
Acontece que, passados 12 anos da minha saída da imprensa, eis que surgiu alguém que pode mudar esse triste panorama secular no jornalismo baiano.
Refiro-me ao presidente do Esporte Clube Bahia, o jornalista Marcelo Santana, o primeiro na história do futebol baiano a acabar com o jabá (dinheiro por fora) para jornalistas.
Esse rapaz vem sofrendo o diabo nas mãos e bocas dos jornalistas, pelo fato de ter inaugurado uma relação honesta entre time de futebol e imprensa.
Nos bastidores, ele recebe incessantes ataques de jornalistas de TVs, jornais e sites. Nas rádios, apanha diariamente dos radialistas corruptos. Há radialista honesto na capital baiana? Não conheço.
Se Marcelo for vitorioso na sua batalha, serão grandes as chances de sua postura espalhar-se para os demais clubes de futebol, FBF, e, num efeito dominó, alcançar os publicitários, políticos, empresários do axé, etc…
Isso fará surgir jornalistas surpreendentes, que, a médio prazo, serão tantos no Olimpo, que o meu nome talvez só seja lembrado pelo pioneirismo, tamanha as façanhas que virão.
Só para se ter uma ideia, ao longo dos últimos 100 anos, o jornalismo baiano só foi reconhecido e laureado no Rio, São Paulo e fora do país, através das minhas reportagens.
Antes e depois de mim, o jornalismo nordestino só teve o reconhecimento em Sampa e no Rio através dos meios de comunicação de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Sergipe. É uma vergonha para a Bahia.
Não é a toa que o nosso Judiciário é o pior do país, segundo o CNJ, e o poder Executivo é sempre motivo de galhofa, em face do coronelismo de outrora.
Pois bem: após cadeira de rodas, estou usando muletas nesse momento da minha vida (fotos), meu corpo reclama, mas sem dilema sobre a “paraplegia”. Ao contrário, estou apenas num processo de aprendizado (falarei sobre isso no comentário abaixo).
O meu grande dilema mesmo é torcer pelo Bahia. Meu coração pede que o time retorne à segunda divisão, enquanto o cérebro diz não. Afinal, torcer contra o tricolor nesse momento é dizer não à honestidade.
Se o Bahia cair para a segunda divisão, será o fracasso de Marcelo Santana, visto que o seu mandato termina em dezembro próximo. E tal infortúnio o excluirá da reeleição ou de eleger o seu sucessor.
Torcedores honestos do Bahia, uni-vos. O insucesso do seu clube este ano lhe fará um mal temporário, mas, por longas décadas, trará consequências negativas infinitamente piores para o povo desvalido da Bahia.