“Canções que cantam histórias”. É assim que o roteirista e diretor Lucas C. S. Portela define o Samba-reggae, produto de sua pesquisa de mestrado no Programa de Pós-graduação em Literatura e Cultura da UFBA, sob a orientação da Profa. Dra. Lívia Natália. Um trabalho que mobilizou cerca de 150 profissionais, 2 grupos de pesquisa e 3 instituições de ensino. Ao perceber que os compositores de clássicos como “Elegibô”, “Faraó – Divindade do Egito”, “Ilê Pérola Negra” e tantos outros hinos históricos da música baiana possuíam elementos narrativos, o estudante resolveu pesquisar a fundo e transformar os resultados da sua pesquisa em uma web-série de cinco episódios, que ainda não estreou, mas já está dando o que falar.
O primeiro episódio de Vidas em Samba-Reggae, “Até Provar que Não”, adaptação da letra “Ilê de Luz”, de Suka-Carlos Lima, tem circulado em festivais de cinema por todo o Brasil desde 2018, quando foi finalizado, e reacende o debate sobre o genocídio negro. Ambientado em 06 fevereiro de 2015, dia em que uma operação policial no bairro do Cabula resultou na morte de 12 jovens negros, caso que repercutiu nacionalmente, a produção foi indicada na categoria Melhor Curta-metragem de ficção no Festival Taguatinga de Cinema (2018), na Mostra Permanente de Curtas (2018-2019), no Festival VerOuvindo (2019), com direito a audiodescrição, no Festival Humana de Cinema (2019), Festival Ibero-americano de Cinema de Caruaru (2019) e na Mostra do Filme Marginal (2019).
A história acompanha a professora universitária Lidiane Pontes (Tati Figueiredo), que nota o sumiço de seu marido, o médico Roberson Pontes (Heraldo de Deus), que estava no Cabula no fatídico dia. A sua trama se cruza com a de outro médico, o jovem Erick Schimdt (Filipe Barreto), que, dois meses após perder a irmã vítima de latrocínio, volta ao trabalho na manhã em que os jovens negros são levados para o hospital onde atua como neurocirurgião. Violência, racismo e ética médica são discutidos no episódio que tem trilhado uma trajetória de sucesso em vários festivais.
No dia 1º de Novembro, às 8h, na Saladearte Cinema da UFBA, o mestrando fará a defesa da sua dissertação, em sessão pública que exibirá o 1º episódio e também um vídeo contendo cenas de toda a temporada, com depoimentos do elenco e equipe, mostrando como o Samba-reggae está se tornando uma série. A previsão de estreia está para o 1º semestre de 2020, mas que comparecer à sessão, vai poder ver com exclusividade algumas cenas e entender um pouco o universo da adaptação da literatura para o cinema e audiovisual.
Serviço: O que: Exibição de “Até provar que não”, piloto da série Vidas em Samba-reggae Onde: Saladearte Cinema da Ufba Quando: 01 de novembro, às 8h Quanto: Entrada Gratuita |