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Destaque no Festival de Cannes, ‘Papicha’ estreia no Brasil em 31 de outubro
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Ter, 15 de Outubro de 2019 01:48

PapichaUm dos destaques da mostra Um Certain Regard na última edição do Festival de Cannes, PAPICHA, primeiro longa de Mounia Meddour, estreia no Brasil em 31 de outubro com distribuição da Pandora Filmes. O filme, que foi selecionado pela Argélia para concorrer a uma indicação na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar® 2020, acompanha a trajetória da jovem Nedjma logo após o início da Guerra Civil da Argélia, que durou de 1991 a 2002.  


Nedjma é uma estudante universitária, apaixonada por moda. Seu sonho é realizar um desfile com uma coleção inteira desenvolvida por ela. Mas, com o extremismo tomando força e o país tornando-se cada vez mais conservador, ela precisará lutar para manter sua liberdade e independência e ter seu lugar no mundo respeitado. 

Num filme, eu gosto que os espectadores se identifiquem com os personagens e os sigam em suas aventuras; gosto de ver como superam obstáculos e tragédias e se tornam pessoas melhores”, explica a diretora. “Eu queria contar a história dessa jovem que através de sua resistência nos leva a uma jornada cheia de armadilhas, que mostra as múltiplas facetas da sociedade argelina, com amizade, amor e lutas”. 

Meddour comenta que PAPICHA é, em parte, uma obra autobiográfica pois ela mesma cursava faculdade num campus como o mostrado no filme e, ao final do primeiro ano, quando tinha 17 anos, sua família precisou deixar a Argélia, pois intelectuais e artistas estavam sendo ameaçados e seu pai era um cineasta. “Todas as experiências da protagonista na universidade representam o dia-a-dia das estudantes argelianas no final dos anos 90. Incluindo eu mesma. Com o fundamentalismo em ascensão, a opressão vinha de todos os lados”, comenta. “Muitas garotas se esforçam muito para chegar à universidade e morar no campus, para estudar, claro, mas também para ter um pouco de liberdade, fugindo do domínio de sua família”. 

A ideia do roteiro, também assinado por Meddour, já existia há tempos, mas foi preciso que ela se sentisse confortável e confiante para finalmente levá-lo à tela. “Quando decidi escrevê-lo, escolhi transmitir essa experiência de maneira ficcional. Mas, eu queria ser fiel aos detalhes, às memórias e à música daquela época”.  

Na construção do filme, uma preocupação da realizadora era o quão longe poderia ir em relação à violência. “Nós comprimimos uma evolução que levou anos a apenas algumas semanas”, diz. Para representar essa opressão, o campus da universidade funciona como um microcosmo da sociedade. “Há uma graduação no filme: os cartazes fora do campus, depois no campus e no fim até na sala de jantar. E depois a patrulha de mulheres em hijab, que invadem o quarto das garotas para vigiá-las”, completa. 

A paixão de Nedjma por moda tem uma dimensão simbólica para a diretora: “o que os fundamentalistas queriam era que as mulheres escondessem seus corpos. Para mim, a moda, que revela e embeleza os corpos, é uma resistência aos lenços pretos”. E completa: “Nedjma não é contra a religião, ela está lutando contra os abusos cometidos em nome da fé”.  

O tema continua sendo delicado no país, especialmente para as autoridades. “A Argélia não esqueceu o trauma da ‘década negra’, mas as pessoas precisam exorcizar esse drama – mesmo vinte anos depois. Tiramos lições da história, afinal houve mais de 150 mil mortes. Atualmente, as queixas não são mais religiosas, as pessoas querem apenas ter uma vida melhor”, finaliza. 

SINOPSE
Argélia, anos 1990. Nedjma, uma estudante de 18 anos apaixonada por design de moda, se recusa a deixar que os trágicos acontecimentos da Guerra Civil da Argélia a impeçam de experimentar uma vida normal e sair à noite com sua amiga Wassila. À medida que o clima social se torna mais conservador, ela rejeita as novas proibições impostas pelos radicais e decide lutar por sua liberdade e independência apresentando um desfile de moda. 

FICHA TÉCNICA
Direção: Mounia Meddour 
Roteiro: Mounia Meddour em colaboração com Fadette Drouard 
Assistente de direção: Benjamin Gens, Rachid Bacha 
Produção: Pierre Wallon 
Direção de fotografia: Léo Lefevre 
Produção de elenco: Karine Malika Bouchama, Brahim Djaballah 
Mixagem de som: Guilhem Donzel, Damien Lazzerini 
Cenografia: Chloé Cambournac 
Cabelo e maquiagem: Nathalie Myriam Fedrizzi 
Figurino: Catherine Cosme 
Montagem: Damien Keyeux 
Edição de som: Maxence Dussere 
Música: Rob 
Elenco: Lyna Khoudri, Shirine Boutella, Amira Hilda Douaouda, Zahra Doumandji, Yasin Houicha, Nadia Kaci, Meryem Medjkane 
País: Argélia, Bélgica, Catar, França 
Ano: 2019 
Duração: 106 min. 

SOBRE A DIRETORA
Mounia Meddour nasceu e cresceu na Argélia. Com 18 anos, mudou-se para a França com sua família devido às ameaças de morte que receberam durante a Guerra Civil da Argélia. Ela estudou jornalismo antes de ingressar no programa de direção em La Fémis, em Paris. Seu primeiro curta-metragem, Edwige (2011), ganhou o Prêmio Ciné + no Festival Saint-Jean-de-Luz, o prêmio UniFrance de Curta Metragem e foi apresentado em vários festivais, incluindo o 
Festival Internacional de Cinema de Dubai. Papicha é seu primeiro longa-metragem. 

SOBRE A PANDORA FILMES
A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kie?lowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “The Square – A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, e “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. 

Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Gustavo Steinberg, Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Roberto Moreira, Beto Brant, Fernando Meirelles, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa e Gabriela Amaral Almeida. Entre os próximos lançamentos, destacam-se “Greta”, de Armando Praça; “O Traidor”, de Marco Bellocchio, coprodução nacional, que concorreu à Palma de Ouro em Cannes; e “O Caso Morel” de Suzana Amaral. 

Em 2019, a distribuidora criou o projeto Caixa de Pandora que visa programar filmes premiados, escolhidos através de uma cuidadosa curadoria para serem exibidos em salas comerciais da rede Cinépolis, em 20 cidades do Brasil.

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  • mariofoto1_MSF20240207-126Lavagem Funceb. 08.02.24. Alb 2. Foto: Mário Sérgio
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