Trazendo um tema que vem ganhando notoriedade através das redes sociais e pouco discutido pela sociedade, LADO AVESSO abre espaço para o diálogo acerca da subjetividade dos homens negros que vivem em comunidades periféricas, quilombolas, acadêmicas e artísticas.

“Esse trabalho é o início de uma desconstrução, e ser preto, periférico que vai contra o que a sociedade prega, pelo menos a maioria. É ser odiado pelos que acham que a forma de vida imposta pelo patriarcado é a forma correta, já que o conservadorismo não tem a intenção de mudar a sua visão. E, ser amparado por quem vivencia e sente na pele as violências sofridas pela sua própria subjetividade”, explica Ivan.

LADO AVESSO é o resultado de um longo período de pesquisa, é fruto de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). A produção foi gravada em Salvador e conta com imagens do quilombo Jamary dos Pretos no Maranhão.

Com participação dos Rapppers Di Cerqueira e Leba OFC, do artista visual Joelington Rios e participação especial do antropólogo e professor Osmundo Pinho, o curta revive histórias dos antepassados, além de apresentar temas da atualidade que são consideradas de pouco valor para a sociedade.

“Como homem preto periférico, é um amargo perceber quantas dores são causadas por um idealismo que amordaça nossa intimidade e nos leva por diversas vezes viver personagens dentro da nossa própria realidade. E esse processo de expor um pouco de um mundo que vive em cada corpo, chega a nos dá “uma certa sensação de liberdade”, mesmo sabendo que não estamos seguros”, ressalta o jornalista.

Na perspectiva dos jovens negros, no curta, é possível perceber nos relatos dos entrevistados, as violências, as práticas de silenciamento e até os desejos de ser aceito em uma sociedade extremamente patriarcal.

Ao apresentar um tema invisibilizado e pouco discutido, principalmente quando apresentado numa realidade periférica, coloca Ivan num papel de incentivador, no papel de alguém que acredita que o debate sobre masculinidades precisa ser discutido. O jornalista acredita que o curta vai despertar um senso crítico em quem assiste. “O documentário pode despertar em quem assiste, um processo de busca sobre suas histórias, despertar o entendimento sobre a legitimidade na luta social das mulheres, além de promover um processo de desconstrução”, acrescenta.

LADO AVESSO aborda a relação social que o machismo estabelece no apagamento de mulheres que deram suas vidas pela libertação na história do país, e legitima a luta social dessas mulheres e homens que não se enquadram ao regime patriarcal estabelecido no Brasil desde a sua colonização predominando até a atualidade.

“Portanto, quando se analisa corpos pretos, e a gente percebe que o medo que eu sinto, os fantasmas que eu carrego é um padrão social, a gente passar enxerga que não tem nada de errado comigo e sim com a sociedade, aí fica claro que eu não posso ficar de braço cruzado, e que eu tenho que arregaçar as mangas e não aceitar esse padrão que só beneficia uma parte da sociedade”, conclui Ivan Costa.

Para acompanhar o lançamento, basta acessar o portal da BOMBOZILA através do link https://bombozila.com/

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