"César Romero - Trabalhos sobre Papel" foi o tema escolhido pelo premiado artista visual César Romero, médico, fotógrafo e crítico de arte, para celebrar seu amor incondicional a toda a forma de arte que concebeu e produziu em 50 anos de pesquisa e de trabalho autoral e plural, retratando o Nordeste. O artista declara: "dei ao Brasil uma imagem originalíssima, única, as Faixas Emblemáticas. Hoje posso dizer - eu tenho uma obra".
A exposição será inaugurada no dia 9 de novembro próximo, às 19h, no Salão do Museu de Arte da Bahia, com a curadoria de Nanci Novais. Dela fazem parte 137 peças, a maioria em papel, algumas fotografias e gravuras,belíssimas estampas distribuídas em desenhos, séries imaginárias como "Paisagens com Faixas Emblemáticas" e "Arraias".
No mesmo dia 9 de novembro, será lançado MAB o livro "A Brasilidade na Pintura de César Romero" escrito pela artista plástica e filosofa Míriam de Carvalho. Os dois eventos têm entrada franqueada ao público.
PAPEL ARTE: depoimentos do artista
Baiano de Feira de Santana, César teve seu primeiro encontro com o papel, o lápis e as tintas veio na adolescência, na escola, e lembra: "Percebi que o papel é um suporte milenar, nobre, que utilizei em muitos trabalhos. As gravuras ganharam atenção entre 1977 e 1988 - prossegue. Aprendi no atelier Almavera, de Ivana Almeida, em São Paulo".
Segundo o diretor do MAB, Pedro Arcanjo "nessa exposição César Romero apresenta uma profunda vinculação com a cultura popular a partir de líricas e poéticas imagens, ele produz linguagens que criam conexões com o contemporâneo, através da sua memória afetiva. Desloca para o espaço urbano expressões culturais com infinitas sugestões plásticas que habitam o território do seu imaginário, construindo um discurso que estabelece relações viscerais com sinceras manifestações estéticas da alma do povo brasileiro".
César fez muitas edições de gravuras no Rio de Janeiro, que tiveram distribuição pelo Brasil e outros países. Quanto a fotografia veio com a arquiteta Vivian Lene. Foi ela quem mostrou ao artista os tamboretes de Festas de Largo da Bahia. O artista editou mais de 200 imagens entre 1981 e 1992 e elas fizeram parte de muitas exposições em SP, Rio, Recife, Brasília e PE e renderam ao artista cinco prêmios em Salões Oficiais.
A estreia de César Romero nos Desenhos foi numa exposição individual em São Paulo em 2011, com "Urdiduras", originárias de pesquisa de panos-de-bandeja, porta-copos, peças de fuxico e outras urdiduras do artesanato popular nordestino, que foram transfigurados para o desenho.
Segundo a curadora Nanci Novais, "a grande mostra, até então inédita para os baianos, já foi vista em várias capitais do Brasil e também do exterior". O Museu de Arte da Bahia é unidade vinculada ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural - IPAC- orgão da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. |