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SARAU no Goethe - Convidado: Gramiro de Matos, “o tropicalista esquecido”
Quarta-feira 12 Setembro 2018, 18:00

Acessos : 1261

Desta vez, Gramiro de Matos, “o tropicalista esquecido” será o convidado para o evento que acontece mensalmente com muita música e poesia, além de um bate papo com o poeta/escritor, mediado por Cacau Novaes, que também é curador do evento.

O autor falará sobre seus livros, lançados na década de 70, durante o auge do tropicalismo e da literatura marginal no Brasil, e também sobre sua convivência com nomes como Torquato Neto, Waly Salomão, Mário Cravo Neto, Glauber Rocha, Jorge Amado, dentre outros.

Douglas de Almeida, Jeane Sánchez, Michelle Saimon, Jovina Souza, João Fernando Gouveia, Rosana Paulo, Valdeck Almeida, Rita Pinheiro, Marcos Peixe, Ísis, Semírames Sé, Taíssa Cazumbá, Alvorecer Santos, Chá Rize, Marcos Peralta, Dilu Machado, Milica San e Cacau Novaes também participarão recitando poemas e lendo textos de seus livros de de outros autores.

O Sarau no Goethe terá ainda muita música com Ritta Cidhreira, Evandro Correia, Magno Estevam e Conexão Estalos & Faíscas (Márcio Di Carvalho e Marcos Peralta).

Gabriel Lopes Pontes fará uma participação especial no sarau falando sobre a proposta literária do pós-realismo fantástico e fazendo alguns solos no trompete, além de disponibilizar para aquisição alguns exemplares do seu romance “A Linha”, lançado recentemente.

Durante o evento, também acontecerá uma exposição dos livros e CDs de todos os músicos e poetas participantes, que estarão à venda no local. A entrada é gratuita.

Sobre Gramiro de Matos

Ramirão ão ão, ou Gramiro de Matos, nomes adotados por Ramiro Silva Matos Neto, que teve uma juventude bastante movimentada. Foi estudante de letras, hippie e literato. Nos anos 1970 foi para o Rio de Janeiro levado por uma namorada. Ao chegar na cidade maravilhosa, infiltrou-se na “piração” artística da cidade. Seus dois primeiros livros, “Urubu Rei” (1972) e “Os morcegos estão comendo os mamãos maduros” (1973), ambos fora de catálogo, eram caldeirões pós-modernos e que foram elogiados pela crítica na década de 70. Misturavam um pouco de tudo: prosa, poesia, dialetos indígenas, linguagem de computador, mitologia negra e portunhol selvagem. A reedição de uma de suas mais experimentais — e obscuras — obras: o romance “A conspiração dos búzios”, publicado originalmente em mimeógrafo, em 1978, foi resgatado do limbo pela editora catarinense Cultura e Barbárie, que publicou uma nova edição no final de 2016.

Morando no Rio, fazia parte do movimento tropicalista, era amigo de Waly Salomão e Torquato Neto e se considerava, mais ou menos como todo mundo ao seu redor naquela época, porta-voz de uma nova e malemolente contracultura. Assim como Waly e outros de sua geração, sonhava com uma literatura que não cabia apenas na literatura. Seu hermetismo intransigente, porém, destoava dos demais. “Naquela época, estávamos buscando inovações para fazer uma anarquia da cultura”, lembra Gramiro. Eram provocações, porque se sentia que havia a necessidade de um movimento cultural, que já era feito na música, mas que faltava na literatura.

Ao conhecer Ramirão, no início dos anos 1970, Jorge Amado disse à sua esposa Zélia Gattai: “O folgado tem talento, só que é maluco, mas maluquice passa”, sobre um jovem baiano cabeludo que lhe havia apresentado seus escritos. O “maluco” era Ramiro Matos, mas assinava Gramiro de Matos (em homenagem ao “avô espiritual”, o poeta Gregório de Matos), ou, ainda, Ramirão, ão, ão. Tempos depois do primeiro encontro, Jorge Amado não apenas confirmou a sua impressão como chegou a afirmar que se tratava “da mais nova experiência da linguagem depois de Guimarães Rosa”. Com a chancela do ilustre conterrâneo, ganhou uma bolsa para estudar em Portugal, onde presenciou a agonia do amigo Glauber Rocha (em seu leito de morte, o cineasta teria lhe confidenciado que Gramiro foi sua maior influência na literatura). Em uma carta ao autor, Jorge Amado (1973) declara: "Você está criando uma literatura sua, original, ninguém conseguirá impedir que você vá em frente e realize a sua obra".

“Gramiro foi um dos mais jovens do grupo tropicalista, sendo um autor que começou a publicar quando o movimento já estava em crise”, explica o editor e pesquisador Leonardo d'Ávila. Gramiro participou do movimento, mas foi um dos mais jovens do grupo no Rio de Janeiro, sendo um autor que começou a publicar quando o tropicalismo já estava em um momento de crise. Nesse aspecto, seu segundo livro, “Os morcegos estão comendo os mamãos maduros” já manifestava uma linguagem mais marcada pela violência. “Me segura q’eu vou dar um troço”, de Waly Salomão, também possuía essa característica, a qual contribuiu para uma aproximação de ambos os autores pela crítica.

O crítico Silviano Santiago dedicou um capítulo inteiro à dupla Waly e Gramiro, em “Uma literatura nos trópicos”, de 1978, tratando-os com a mesma importância. Criou até um termo para definir a produção deles: “leitura da curtição”. “Para Gramiro, os textos não existiam para serem lidos no sentido tradicional, mas para serem curtidos nos seus babados e fragmentos. Eles têm uma visão do político que não é sociológica, mas lúdica”, diz o crítico, que arrisca uma teoria para o silêncio em torno do autor de “Urubu-Rei”: “Foi o mais radical da sua geração, e por isso não deixou discípulos. E ele próprio parece não ter continuado sua obra.

Ainda assim, Gramiro foi considerado sempre o autor mais impenetrável por boa parte dos próprios poetas marginais. Inclusive em uma rápida conversa que tive com Chacal no ano passado, o poeta afirmou ter muita dificuldade para compreender Gramiro e que não se identificava com tamanho experimentalismo. Por isso, Ramirão, como era conhecido, teve um lugar de destaque no tropicalismo e na literatura marginal, ainda que esse lugar tenha sido o de “autor incompreensível”, o que também pode ter contribuído para a sua menor projeção, não apenas em relação ao público ou à crítica, mas entre seus próprios companheiros.

Contato   (71) 98442625 / e-mail: Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

Valor Gratuito

Quando: 12 de setembro - 18h. SARAU no Goethe - Poesia, música, performances e intervenções artísticas. O autor falará sobre seus livros, lançados na década de 70, durante o auge do tropicalismo e da literatura marginal no Brasil

Localização  Biblioteca do Goethe-Institut (ICBA) - Corredor da Vitória
Av. Sete de Setembro, 1809 - Corredor da Vitória
Brasil/Bahia/Salvador
40080-002

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