Não será nem um pouco exagerado prever que o palco de um teatro da capital baiana será o cenário épico e atemporal para o encontro de duas “lendas vivas”, da musica: Xangai e Mateus Aleluia se unem, para,num show histórico para uma celebração em forma de ritual músico-cultural. Um encontro de almas, de músicos, de ícones de culturas complementares e de tamanha intensidade que, em essência, poderia, mesmo ser pouco provável. Mas não: ambos em plena efervescência de agendas, decidiram,como quem sabe que o espetáculo já é um divisor de águas em suas carreiras e vidas, inventar um tempo no Tempo e comungar sob o signo da devoção à Deusa Música, poesia, musicalidade, histórias de vida e acima de tudo ALMA. Não poderiam escolher melhor nome de batismo: SAGRADO.
E como acaso é algo, no mínimo discutível, o show tem estréia no dia 07 de setembro (tendo segunda apresentação no dia seguinte, 08.09, sempre às 21h). Ambas no Teatro do SESC Casa do Comércio que seguramente atingirá seu epicentro de Templo das artes, quando os artistas derem início a esta autêntica liturgia musical : a sertania orgânica e pulsante de XANGAI e as veias abertas da ancestralidade negra de Mateus Aleluia: dois expoentes da mais genuína música brasileira, dois ícones, dois mestres que transitam em dois mundos como que encantados que nos trazem ancestralidade, cultura e vida de forma pulsante, generosa e desmedida.
Auxílio luxuoso...
Apesar de, apenas com seus violões, os cantadores já transbordarem musicalidade em arranjos e performances nas quais a verdade da simplicidade e a apropriação de uma linguagem única e universal preenchem todos os espaços, em SAGRADO, os artistas convocaram instrumentistas virtuosos e em sintonia fina com a essência do espetáculo, gerando uma sonoridade ainda mais rica e diversa em ritmo e harmonia. São eles: Ricardo Vieira (violão 7 cordas), João Liberato (flauta) e Luizinho do Gêge (percussão).
Mais amor, não por favor, mas por querer
Atualmente temos vivido tempos difíceis. Os jornais noticiam guerras, discórdia, desamor, intolerância e propagam o terror e o medo. Conscientes dos problemas do mundo, dois cantadores, um do sertão, outro do litoral, encontram na fé, na devoção e na espiritualidade a resposta e a cura para sofrimento do ser humano. Assim, Xangai e Mateus Aleluia, buscam em suas raízes, sertanejas e africanas, reaproximar o Homem de Deus e da Natureza,procurando resgatar a dimensão do SAGRADO através de suas músicas. No conserto, os cantadores irão nos encantar com canções elevadas do cancioneiro popular, evocando a necessária religação do homem com o divino, a paz entre os povos, o respeito mútuo entre as religiões, a natureza do sagrado e o sagrado presente na natureza.
OS CANTADORES
Xangai - Eugênio Avelino, popularmente conhecido como Xangai é um dos maiores cantadores e violeiros do Brasil.Nasceu às margens do Córrego do Jundiá, afluente do Rio Jequitinhonha, na zona rural do município de Itapebi, no extremo sul da Bahia. Viveu em Vitória da Conquista, naBahia, de onde recebeu a influência que o tornou um cantador das coisas do sertão. Recentemente consagrado pelo Prêmio da Música Brasileira como Melhor Cantor Regional do Brasil, Xangai também nos encanta interpretando o cantador Avilino, na novela Velho Chico, da Rede Globo.
Mateus Aleluia - Natural de Cachoeira, Recôncavo Baiano,Mateus é um dos maiores expoentes da música afro do Brasil. Cantor e compositor de voz poderosa, é um dos integrantes do tradicional grupo “Os Tincoãs”, da década de70/80. Sua música ressalta a cultura e a história da raiz africana e revela suas influências e fontes de inspiração artística, marcada por fortes vínculos com a sua ancestralidade e imaginário indígena brasileiro.;
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