Nascida na Terra Firme, bairro da periferia de Belém, Aíla é um dos principais nomes da nova música produzida no Pará e no Brasil. Depois de circular por diversas cidades e festivais com ótima repercussão de mídia e público, a artista aporta pela primeira vez em Salvador, a bordo da turnê “Em Cada Verso Um Contra-Ataque”, segundo álbum da carreira. O Show acontecerá no Commons Studio Bar, no dia 24 de agosto, e conta ainda com a participação especialíssima de Lucas Santtana, que assina a produção musical do disco. Trata-se de um encontro emblemático: é a primeira vez que Aíla e Lucas dividirão o palco na cidade-natal do cantor e compositor baiano.

“Em Cada Verso Um Contra-ataque” reúne ainda canções autorais, uma inédita de Chico César, músicas em parceria com Dona Onete e Roberta Carvalho, além de canções de Siba e César Lacerda, tudo temperado com forte voltagem política: uma mensagem urgente e conectada com o nosso tempo. “Eu preciso falar do hoje. Há coisas que precisam ser ditas”, conta Aíla. “Desde que comecei a idealizar esse novo trabalho, um pensamento que me movia muito era a possibilidade de fazer as pessoas dançarem, cantarem alto e refletirem ao mesmo tempo, buscarem um olhar mais crítico. Sempre imaginei aproximar canções pop, dançantes, de um discurso mais ‘artivista’. Eu queria uma poesia mais política”, afirma. Desta maneira, temas como feminismo, assédio, racismo, homofobia, ocupações, amor livre, intolerância e resistência ganham o centro do debate, em um disco que explora a faceta militante da artista, da primeira à ultima faixa.

A proposta também norteia o figurino, criado pelo artista paraense Vitor Nunes. Não à toa, a máscara composta por cacos de vidro, prego e espelhos que estampa a capa do álbum também acompanha a cantora no palco, como elemento lúdico carregado de signos. “A máscara é um símbolo muito forte, evoca a ideia de se transfigurar, se preparar para um rito, para um combate. É como digo no refrão da faixa de abertura: ‘Eu canto, canto, canto, mas não se engane, em cada verso há um contra-ataque’. A gente canta, dança, se diverte, mas a cutucada está lá, o recado está lá, e cada canção é uma maneira de resistência. A arte tem papel fundamental no debate político e no combate a retrocessos históricos. Nesses tempos sombrios, escancarar nossas ideologias é necessário”, defende.

No disco “Em Cada Verso Um Contra-Ataque”, Aíla investe em uma sonoridade pop, que flerta com as distorções do rock e ao mesmo tempo com os beats eletrônicos - reflexo também da conexão Belém, cidade de origem da cantora, e São Paulo, onde reside hoje. O disco entrou nas principais listas de melhores do ano de 2016 e o show já passou por palcos icônicos, como o Teatro Oficina (SP) e Circo Voador (RJ). A banda de Aíla é composta por Arthur Kunz (bateria e programações), Allen Alencar (guitarra), Joao Deogracias (baixo e synth) e Chiquinho Moreira (teclados e simples).

O show de abertura ficará por conta da cantora e compositora Josyara, natural de Juazeiro, e expoente da nova música da Bahia.

DIÁRIO DE BORDO

A turnê do projeto, que antes de chegar a Salvador passou por Belém e Rio de Janeiro, vai originar um vídeo-documentário com trechos de shows, relatos de viagem, entrevistas com Aíla e o público, rotina de ensaios e vivências, além das trocas e influências sonoras em cada uma das regiões visitadas. O documentário será lançado em breve. O projeto tem o patrocínio da Vivo, via Lei de Incentivo à Cultura Semear, Fundação Cultural do Pará e Governo do Estado do Pará. A Vivo incentiva projetos que promovem a valorização da cultura brasileira em diferentes regiões do país. Em 2016, a empresa apoiou mais de 100 projetos por meio das leis de incentivo à cultura, que beneficiaram mais de 2 milhões de pessoas.