Mais sobre o Popelô - Salvador, 1ª Capital do Brasil, é conhecida como uma cidade multifacetada e, desde o século XIX, tem apresentado ao mundo suas diversas características e pluralidade cultural. Fazendo um recorte temporal, na década de 50, foram criados os Seminários de Música (hoje, Escola de Música da UFBA) e o Carnaval recebia a “Fobica e o Pau Elétrico”, 1ª versão do que hoje conhecemos como Trio Elétrico e Guitarra Baiana. Desde então, diversas manifestações culturais e movimentos musicais, tais como: Samba Junino (oriundos do Terreiro de Candomblé); Conjunto de Música Nova (criado na UFBA); Jovem Guarda; Rock; Tropicalismo; Blocos Afros; Axé Music e a Música de Concerto têm acontecido e se misturado dentro do mesmo caldeirão musical que é “a nossa capital” e também “o nosso capital”.
O diálogo estético entre tais expressões musicais sempre foi um diferencial da cultura soteropolitana e, ao passar dos anos, tais manifestações artísticas – a “música da academia” e a “música de rua” – ficaram famosas internacionalmente, colocando Salvador no centro das atenções devido a essa riqueza musical. Um dos fatos mais recentes que comprovam tal história é o título de “Cidade da Música”, dado pela UNESCO, em 1° de junho de 2016, reconhecendo Salvador como um ambiente musical extremamente expressivo, tanto para o soteropolitano (que se reconhece nele), quanto para os que tomam contato e admiram sua consistente pluralid ade musical.
É nesse cenário maravilhosamente diverso que o POPELÔ – Polo de Orquestras do Pelourinho – atua, lançando luz sobre grupos orquestrais já existentes na cidade, divulgando as atividades musicais no Centro Histórico, no qual fomentará a música orquestral feita em Salvador, com suas influências históricas e novas tendências estéticas! Para tanto, as quatro orquestras participantes terão uma agenda regular de ensaios abertos e concertos gratuitos, em Igrejas e outros espaços do Pelourinho. Essa ação possui um caráter de Residência Artística, na qual cada orquestra desenvolverá seus trabalhos individuais e també m em conjunto com as outras orquestras participantes, apresentando ao público processos e resultados dessa pesquisa sobre o trabalho orquestral feito hoje em nossa capital. Os grupos participantes são:
Ø Orquestra Afrosinfônica – sob a direção do M° Bira Marques, dedica-se a um repertório autoral afro-brasileiro com uma arquitetura sinfônica, sob influência de Moacyr Santos e Abigail Moura, além de reconhecidos compositores do século XX, a exemplo de Gershwin, Debussy, Stravinsky, etc.
Ø Orquestra de Câmara de Salvador – sob a direção do M° Angelo Rafael, está voltada à música de concerto, interpretando obras de grandes mestres da música, tais como: Vivaldi, Bach, Mozart, Villa-Lobos, Mignone, Guerra-Peixe, bem como ao precioso repertório da MPB, com arranjos para composições de Caetano Veloso, Gerônimo, Luiz Gonzaga, Tom Jobim, dentre out ros.
Ø Orquestra São Salvador do M° Fred Dantas – sob a direção do M° Fred Dantas, dedica-se ao desenvolvimento de um repertório brasileiro em três vertentes: pesquisa histórica (com obras de Carlos Gomes, Nerpomuceno, etc.); pesquisa etnográfica (chulas, cantos de trabalho, etc.) e desenvolvimento da música de vanguarda com obras atonais e polirrítmicas do próprio maestro Dantas.
Ø Sanbone Pagode Orquestra – sob a direção do M° Hugo Sanbone, está voltada para um repertório autoral, tendo como ponto de partida os padrões rítmicos do pagode baiano, utilizando técnicas contemporâneas de composição e também o conceito da criação espontânea do jazz, abrindo espaço para a improvisação musical.
Considerando que Salvador possui o DNA das principais influências musicais da cultura brasileira – o que legou a ela a já citada diversidade musical – o POPELÔ fomentará um processo de residência artística cuja troca de saberes e conteúdos técnicos, musicais, artísticos e humanos dão a linha mestra desse potente intercâmbio cultural, beneficiando diretamente o mercado de trabalho, o turismo, a economia e, acima de tudo, a comunidade soteropolitana! |