Dois irmãos juntos no palco, compartilhando sua formação e vivência da música popular, o estudo e prática da música erudita. Com trajetórias que se confundem, Ângelo e Gilberto Santiago deram importantes contribuições à cena musical baiana, e agora, somando experiências, apresentam panorama bem diverso em seu novo trabalho juntos: o DuOrigem. Da parceria e aprendizado junto ao trabalho da cantora e compositora Mariella Santiago, até a presença, juntos, em diversos grupos, orquestras e apresentações de artistas de destaque na cena baiana, O DuOrigem espelha as experiências dos seus componentes e a poesia que lhes toca. O Duo é fruto de um ambiente onde música e origem seguem o seu rumo espontâneo, contando histórias musicais através do encontro de linguagens e habilidades multiinstrumentais desenvolvidas ao longo da carreira de Ângelo e Gilberto. Adaptando, resignificando e construindo a música que lhes agrada, aos sons que lhe comovem, os dois músicos trazem na sua pesquisa o baixo acústico e o vibrafone como eixo central e ponto de partida desse trabalho. Com o tempo, as vozes pediram pra cantar e outras frequências foram sendo acrescentadas numa linguagem que permite a naturalidade do som acústico em companhia dos efeitos e programações eletrônicas. No repertório, releituras como A pérola e o Rubi, sucesso cantado por Cauby, One Drop de Marley, numa versão instrumental, e novidades autorais como a experiência de um Tango Mineiro, canção de Ângelo, que traz o canto e faz do violão, vibrafone e programações uma outra combinação. Nesse embalo, para cada nova sonoridade que pede passagem, cresce a gama de estilos e ritmos. Da escaleta brotou a vontade de seguir Descendo a Serra, de Pixinguinha, até chegar Na Baixa do Sapateiro de Ary Barroso, calçado com programações, vibrafone, violão, berimbau e voz, para depois sambar Somente Ela, de Riachão. No braço elétrico do Duo surge um samba novo, Extremos, de Ângelo, uma experiência de delays e improvisações, uma canção instrumental para baixo elétrico, vibrafone e programações. O vibrafone também dá passagem a novos sons em antigos batuques de um Afoxé para Pelotas, de Gilberto. Na maleta de sons instrumentais, o vibrafone traz a balada jazz A child is born, de Thad Jhones, o contrabaixo acústico traz nas arcadas que se prolongam a Gymnopediè, de Satiè, compositor francês que criou a música de mobília, precursora da música ambiente dos nossos dias, nos transportando rapidamente para uma atmosfera camerística e contemplativa. Ângelo Santiago, formado em contrabaixo acústico pela UFBA, professor do CEEP e do Núcleo Moderno de Música, é musico e compositor, tendo atuado ao lado de grupos como Saravá Jazz, Orquestra Afrosinfônica, OCSAL, SambaForróFone e Orquestra Sinfônica Popular Brasileira. Gilberto Santiago, formado em Percussão Sinfônica pela UFBA, é músico, compositor, e foi contemplado pelo troféu Caymmi como melhor instrumentista em 2000, tendo atuado ao lado de artistas e grupos como Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), Orquestra Afrosinfônica, Banda de Riachão, grupo Barra Manteiga (infantil), India Arie (cantora norte americana vencedora do Grammy), Zeca Freitas Banda, Orquestra Sinfônica Popular Brasileira, Banda Tara Code, Grupo Lápis Lazuli, Escola de Dança da UFBA e Grupo de Percussão da UFBA. |