O tradicional Amostrão Vila Verão movimenta a cena cultural baiana com a estreia de dois clássicos do teatro mundial: Hamlet +HamletMachine (incluindo a peça de Heiner Muller) e Macbeth, de William Shakespeare. Com encenação de Marcio Meirelles, os espetáculos levam ao palco 30 atores, que dão vida a 60 personagens. Protagonizada por Vinicius Bustani (Espelho para Cegos, O Último Godot), Hamlet estreia no dia 10 de janeiro, 19h30, e segue em cartaz às terças, quintas e sábados. Já Macbeth tem Tiago Querino (Frankenstein, Esperando Godot) no papel principal e é apresentada às quartas, sextas e domingos, às 19h30, durante todo o mês de janeiro, no Teatro Vila Velha. A venda de ingressos tem início no dia 6 de janeiro na bilheteria do teatro ou através do site (www.teatrovilavelha.com.br).

Escritas no século 17, Hamlet e Macbeth ganham contornos contemporâneos a partir de estética rock’n’roll. O estilo orienta a plasticidade e, sobretudo, o ritmo e a pulsação dos espetáculos - elementos cruciais na obra de William Shakespeare -, além de aproximar as obras do público jovem. As duas peças funcionam em rede: compartilham mesmo elenco e cenário e dialogam através de fragmentos da trilha sonora, figurinos e citações.

O desenho de luz é assinado por Jorginho de Carvalho, pioneiro da iluminação cênica no Brasil, que ao longo de 52 anos de carreira já realizou a luz de mais de 500 espetáculos e trabalhou com artistas como Maria Clara Machado, Débora Colcker e Aderbal Freire-Filho. A coreografia é assinada pela diretora e coreógrafa Cristina Castro (Muvuca, Da Ponta da Língua à Ponta do Pé) e a direção musical por Caio Terra (A Mulher como Campo de Batalha). No palco está o resultado de um ano inteiro de pesquisas e trabalhos sobre a obra de Shakespeare realizados pela universidade LIVRE, programa de formação de atores do Teatro Vila Velha. O processo de criação contou com o total de 28 colaboradores de áreas como história, dramaturgia, dança, canto, esgrima, entre outras.

Trilogia do Golpe

Hamlet e Macbeth integram a Trilogia do Golpe, ao lado de Jango: Uma Tragedya, peça de Glauber Rocha sobre o exílio do presidente João Goulart montada em 2014 para celebrar os 50 anos do Teatro Vila Velha. A trilogia reúne tragédias que acontecem a partir de golpes de estado. Todas encenadas por Marcio Meirelles, as peças são atualizadas a partir de referências a fatos e questões do Brasil de agora. "Shakespeare é sempre atual. É um clássico porque continua tendo coisas a nos dizer. Fazer Shakespeare não é difícil, o problema é quando queremos fazer outra coisa dele. E quero o que ele tem: pulso, ritmo, poesia, um olhar político sobre a humanidade e um espelho imenso voltado sempre para nós e para nosso tempo", comenta o encenador Marcio Meirelles sobre as duas últimas peças da trilogia, simultaneamente em cartaz durante o mês de janeiro.

Na versão do Teatro Vila Velha, Hamlet, príncipe da Dinamarca, é um jovem do século 21. Na peça, ele vê o fantasma do  seu pai declarar que foi morto pelo irmão, que usurpou o trono, e exigir vingança. A partir daí, o jovem coloca-se em um conflito entre fazer ou não vingança - lutar por uma velha ordem ou manter a nova ordem. Dentro de Hamlet, é encenada a peça Hamlet Machine, de Heiner Müller. 

Valores: 

R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Os demais valores seguem os mesmos: R$ 20 (inteira) e 10 (meia) às quintas e domingos; e R$ 30 (inteira) e 15 (meia) às sextas e aos sábados.