A peça A Lira dos Vinte Anos estreia no próximo dia 7 de outubro no Teatro Vila Velha, onde fica em cartaz por duas semanas, em curta temporada, até o dia 16 de outubro, de sexta a domingo (sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h). Nos dias 14 e 19 de outubro o espetáculo realiza duas sessões extras, às 15h, tendo como convidados alunos de escolas públicas. A peça é dirigida por Paulo Henrique Alcântara, vinte anos após sua primeira direção em 1996. No elenco estão Edu Coutinho, Ícaro Bittencourt, Isadora Moraes, Jell Oliveira, Raphael Mascarenhas, Tiago Anjos e Vivianne Laert.
A ação se passa em 1968, mostrando um grupo de jovens amigos da faculdade (Bruno, Diogo, Lucas, Marcos, Ninon e Regina). Eles enfrentam a ditadura militar e atravessam passeatas, manifestações, bradam contra a opressão, debatem suas convicções políticas, entram para a clandestinidade e escancaram seus amores.
Além do enfoque neste grupo, a peça mostra a relação de um dos estudantes, Lucas, com sua mãe, Clara (interpretada por Vivianne Laert), evidenciando o conflito de gerações entre eles. Ao percorrer os Anos de Chumbo, em meio a gritos de protesto e corações apaixonados, os personagens perdem a inocência, comprometem-se ativamente com os destinos da nação, assumindo os riscos de várias escolhas no âmbito coletivo e pessoal. Temas como repressão, feminismo e homofobia são discutidos ao som de tiros e canções tropicalistas, vindo à tona cenas sobre a memória e a história do Brasil, contadas ao som da lira de jovens de vinte anos que sonharam e lutaram por um país livre.
"Em cena, estes estudantes e amigos enfrentam a ditadura militar, protestam, amam, bradam palavras contra a repressão, num rito de passagem em que perdem a inocência e aprendem diversas lições para além dos muros da faculdade. Saem das salas de aula e levam, simbólica e teatralmente, suas carteiras para as ruas, onde vão aprender e por em prática os ensinamentos de como lutar por um país livre do totalitarismo", conta o diretor Paulo Henrique Alcântara.
A ação se passa no marcante e buliçoso ano de 1968, o “ano que não acabou”, segundo Zuenir Ventura. E a montagem pretende fazer ecoar a memória por meio de um salto no passado e um olhar no retrovisor da história. Por esse texto, (escrito pelo dramaturgo carioca Paulo César Coutinho, falecido em 1996, aos 49 anos), é possível, graças à dramaturgia, ver e rever como foram os anos de repressão. E que estes permaneçam apenas na memória e não voltem nunca mais, a despeito das vozes que clamaram, em protestos recentes, por este retrocesso.
"A proposta de encenação é um convite para que o público mire, através do palco, no nosso passado histórico e que seus acontecimentos nos sirvam de alerta contra qualquer ameaça à democracia. O espetáculo existe porque é preciso lembrar sempre, recordar para não esquecer o que foi a ditadura militar e para que novas gerações saibam mais, graças ao teatro, como foram os anos em que muitos jovens lutaram por um país livre", conclui Paulo Henrique Alcântara.
Texto: Paulo César Coutinho
Direção: Paulo Henrique Alcântara
Elenco: Edu Coutinho, Ícaro Bittencourt, Isadora Moraes, Jell Oliveira, Raphael Mascarenhas, Tiago Anjos e Vivianne Laert
Produção: Ivana Santana
Assistentes de direção: Otávio Correia e Sofia Colleti
Contra regra: Cahê Roberto
Cenário: Erick Saboya
Figurino: Lohana Soares e Leonardo Telles
Trilha sonora: Luciano Bahia
Videos: Davi Arteac
Iluminação: Larissa Lacerda
Assessoria de corpo para o elenco: Fernando Santana e Marilza Oliveira
Preparação vocal: Iami Rebouças
Programação Visual: Mariana Viveiros |