A íntima relação de um neto com a avó se revela em instantes de um convívio que durou 25 anos. Um menino, com seu irmão gêmeo, sempre celebrado pela mãe de sua mãe, que organizava suas festas de aniversário durante toda infância. A meninice e a juventude vividas em Rio Real, município do interior da Bahia, entre a cidade e o campo, em meio a uma família de elos muito firmes. O desgaste da saúde desta matriarca que, rodeada de afeto e da presença insistente do seu neto devoto, teve seus últimos anos dependentes de cuidado. Em “Maria, um rito para a minha avó”, Leandro Santolli faz um ato autobiográfico, ao mesmo tempo em que revive a história de Maria, mulher de João, mãe de três filhas, que lhe deram sete netos. O texto-desabafo, tão leve quanto profundo, se desenvolve na festa de aniversário que ele resolve promover em retribuição a esta mulher, que nunca teve uma dessas em vida. O espetáculo performativo mergulha nos laços do amor, na ressignificação da despedida, compondo uma aura de familiaridade com a plateia, convidados especiais para cantar os parabéns.
“Há em mim o desejo de entender o ser humano e sua complexidade. Quando vivi algo tão relevante e tão comum a todos como a morte de um ente querido, senti uma enorme necessidade de expor meu olhar sobre como lidamos com o doente e as limitações da medicina clássica. Eu precisei falar sobre os tabus que permeiam a morte”, explica Leandro Santolli, que concebeu, dirige e atua na peça, fruto da disciplina Rito e Performance do curso de Artes Cênicas – Direção Teatral da Universidade Federal da Bahia (UFBA) “Quando, no artista, a dor não dói mais, torna-se propulsora de uma transformação”, completa Santolli.
Além de graduando na UFBA, Leandro Santolli é já graduado em Marketing pela Universidade Estácio de Sá e em Teatro pela Universidade Federal de Sergipe. Começou seus primeiros estudos teatrais em 1999 no Curso de Formação de Atores do Grupo Imbuaça. De seus principais trabalhos como ator, destacam-se “Morte e Vida Severina”, com direção de Lindolfo Amaral (SE); “Onde fica a Praça Camerino”, com direção de Kléber Lourenço e Carlos Ferrera (PE), “Salomé”, com direção do libanês Gaby Shiba; “Popoesia Papa Criança”, com direção de Fernanda Júlia (BA); e “Pequeno Manual dos Amores em Andamento”, em direção conjunta com Letícia Bianchi. Como diretor, assina “Bodas ou Deja Vu”, “A Serpente”, “Darluz” e “Relatos Sentimentais para Copações Juvenis”.
SINOPSE – Num solo autobiográfico, Leandro Santolli revive Maria, sua avó falecida. O texto-desabafo, tão leve quanto profundo, se desenvolve na festa de aniversário que ele promove em retribuição à matriarca, que nunca teve uma dessas em vida. Um mergulho nos laços do amor e na ressignificação da despedida.
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Maria, um rito para a minha avó
Solo de Leandro Santolli
Concepção e direção: Leandro Santolli
Orientação: João Sanches, Tina Melo e Ciane Fernandes
Figurino e ambientação: Leonardo Teles
Duração: 80 min |