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10 coisas que não vou desejar pra mim em 2018. Nem para as pessoas que mais gosto . Por Zuggi Almeida

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Zuggi_Almeida

O fim do ano aproxima-se e a regra geral é estabelecer metas a ser alcançadas na nova era que se inaugura. Pois é, o ano vindouro é encarado como algo zerado, inédito e sem os defeitos do ano que passou. Isso repete-se há séculos, embora seja apenas uma questão cronológica.

Todo mundo vai ser bonzinho daqui pra frente, não vai roubar doces de criancinhas, vai pagar todos as contas em dias , vai ajudar uma instituição de caridade, vai ser espiritualizado, não vai chegar atrasado nos encontros e acima de tudo, vai manter a fidelidade conjugal impoluta.
Tudo isso é agendado de modo estrito e acertado com os outros do convívio comum até a pessoa enfiar o pé na jaca com Moët & Chandon ou Sidra acrescentando um fardo de comidas gordurosas. Resulta em acordar no primeiro de janeiro com uma ressaca do tamanho de um elefante adulto da selva de Botswana.

O apagador etílico se encarrega de deletar tudo firmado um dia antes, daí que…

Portanto, decidi fazer uma lista com 10 coisas que não vou desejar pra mim em 2018 ( nem para as pessoas que mais gosto )

1º – Eu não desejo deixar de beber em 2018.
Explico: a importância que a birita tem nessa época de tensões, incertezas e cobranças de resultados impostos pela sociedade de consumo é fundamental para sobrevivência.
Três doses de uma cachaça de boa qualidade tem o efeito melhor que um comprimido de Prozac. Em defesa da minha saúde mental continuarei a beber com moderação conforme as especificações do fabricante. Uma garrafa por vêz.
Aqui pra nós: existe um consultório melhor do que um bar ?

2º – Eu não irei a shows de Wesley Safadão, Pablo, nem Marília Mendonça, em 2018.
Explico: na realidade nunca fui a shows de nenhum deles. Não será agora que vou arriscar pagar algumas dezenas de reais, quando o cara do carro do cafezinho toca o dia inteiro as músicas deles e só cobra um real pelo copinho.
Aqui pra nós : você sabe que gosto tem alcachofras ? Nem eu.

3º – Eu não vou comprar uma esfirra siquer, no Habib´s, em 2018.
Explico : você sabe porque.

4º – Eu não vou ser indulgente com o coxinha arrependido, em 2018.
Explico : o cara bateu panela, pintou a cara, fez discurso, apoiou o golpe e agora aparece com a maior cara de fdp para me desejar boas festas, sentar na minha mesa e detonar o governo corrupto que ele mesmo apoiou.

5º – Eu não vou assistir o The Voice Brasil 2018.
Explico : nas poucas vezes que zapeei constatei que a escala do ridículo não tem extremos. As caras e bocas de Brown, Ivete, Michel Teló e do Lulu Santos são impagáveis. A direção, cenário, produção e cenografias do programa são de Hollywood, mas, o elenco é de novela mexicana.

6º – Eu não vou curtir, nem compartilhar correntes religiosas na internet, em 2018.
Explico : tem coisa mais absurda que receber um post de uma vela digital e a informação que você não deve deixar apagar aquela chama. Ou pior, se você não der continuidade aquela msg, algo de terrível vai acontecer na sua vida nas próximas horas. O terror é saber que um médico da Coréia desfez a corrente e explodiu junto com o consultório dele.

7º – Eu não vou acreditar numa única frase dita por Míriam Leitão, nos comentários econômicos da Globo, em 2018
Explico: e quem anda acreditando em Míriam Leitão? Acho que nem o mercado financeiro. Ela diz uma coisa e o investidor faz o inverso, essa é a regra.

8º – Eu não vou em acreditar em nenhuma decisão tomada por Carmém Lúcia, Dias Toffoli, Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowki, Luiz Fux, Rosa Weber, Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre Frota, em 2018.
Explico: alguns de vocês acreditam nesse bando togado ?

9ª – Eu não vou postar fotos de viagens à Europa exibindo jantares em restaurantes nababescos, em 2018.
Explico: eu não vou à Europa, em 2018. Melhor, não tenho como ir à Europa, em 2018. Melhor ainda, não tenho o mínimo interesse em conhecer a Europa.

10º – Eu não vou a nenhum camarote no carnaval, em 2018.
Explico: tem algo mais brega ?

* zuggi almeida é um soteropolitano que vai em todas ( ou melhor, em quase todas ! )

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