Aldeia Nagô
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Com abertura de Mateus Aleluia, programação gratuita do CachoeiraDoc homenageia Makota Valdina e conta com 52 filmes

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É sob o olhar da professora e líder religiosa baiana Makota Valdina que o IX CachoeiraDoc – Festival de Documentários de Cachoeira acontece a partir desta sexta, 4 de dezembro, e segue até o dia 20 de dezembro, com 42 filmes disponíveis online e 10 filmes exibidos presencialmente. Além disso, a programação gratuita conta com atividades artísticas, conferências, oficinas, lançamento de livro, que se

desenrolam no site www.cachoeiradoc.com.br, Facebook e YouTube (CachoeiraDoc). Neste universo de filmes, 29 são dirigidos por mulheres, 16 são assinados por profissionais da Bahia e 31 têm pessoas negras na direção. Além disso, 8 dos documentários fazem suas estreias nesta programação online do CachoeiraDoc.

A celebração de abertura do evento, intitulada “Nzo Onimboyá recebe Mateus Aleluia”, será um encontro musical nesta sexta, 4 de dezembro, com transmissão a partir das 19h. Encabeçado pelo cantor e compositor Mateus Aleluia, este é o marco da homenagem à Makota Valdina, saudando musicalmente a memória da pensadora, professora, ativista e liderança religiosa. Nesta data, pouco mais de um ano depois da passagem de Makota, Nzo Onimboyá, terreiro da nação angola fundado sob sua liderança e da Nengwa Vulasese (Maria Angélica Pinto), receberá a visita do ex-integrante do grupo Os Tincoãs e filho de Cachoeira. Este será um momento de renovação de laços, alianças entre mundos, passado, presente e futuro em articulação.

Quatro filmes compõem a homenagem à Makota Valdina, na maioria, dirigidos por realizadoras negras de cinema:  “Aleluia, o Canto Infinito do Tincoã” (Bahia, 2020, 70 min.), de Tenille Bezerra; “Pattaki” (Bahia, 2019, 21 min.), de Everlane Moraes; “Retrato da Mestra Makota Valdina” (Minas Gerais, 2019, 92 min.), de César Guimarães e Pedro Aspahan; além da pré-estreia de “Kalunga – memórias de um mar sem fim” (Bahia, 2020, 14 min.), de Renata Semanyangue.

Como aponta Amaranta Cesar, idealizadora e coordenadora artística do CachoeiraDoc, Makota Valdina, desde a juventude, como professora negra e militante, já dava lições em palavras e gestos que são cada dia mais atuais. “Homenageá-la é a forma que encontramos de nos juntar ao trabalho de fecundação do presente com a força da ancestralidade para garantia de vida. Como diz Conceição Evaristo, o ancestral coloca o novo no mundo”, reforça.

Desse modo, em sintonia com a abordagem de pensamento da líder Makota, é forte a presença de mulheres e pessoas negras à frente da direção dos filmes que compõem o IX CachoeiraDoc, num processo criativo que costura outros imaginários. Além disso, há uma significativa participação de obras audiovisuais nascidas a partir das experiências de alunos e ex-alunos do curso de Cinema e Audiovisual, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Abertura: fala-performance e filme

No dia 5 de dezembro, sábado, às 16h, uma fala-performance de abertura será comandada por Denise Ferreira da Silva, sob o título “Corpus Infinitum”. A filósofa e artista visual, em uma apresentação online realizada em junho de 2020, expõe o insuportável acúmulo de evidências de violência colonial e racial que estrutura o discurso e imaginário do mundo, exigindo o reconhecimento de tantas injustiças. Seus questionamentos traduzem uma convocação ao cinema documental, gênero que se funda e orbita em torno da produção de evidências do mundo visível e de suas injustiças, para um trabalho de recomposição crítica e poética.

Já a sessão de cinema na abertura fica com a pré-estreia do filme “Acervo ZUMVI – O Levante da Memória” (Bahia, 2020, 36 min.), de Iris de Oliveira. O documentário aborda a trajetória do ZUMVI Arquivo Fotográfico, sua luta por preservação e o trabalho do fotógrafo Lázaro Roberto, o “Lente Negra”, uma das referências primeiras em fotografia documental na Bahia. O acervo contém mais de 30 mil fotogramas, num pouco conhecido conjunto de registros de momentos definidores da história da luta por justiça social da população negra na Bahia reunidos desde a década de 70.

Estreias

Das oito estreias, cinco delas são da Bahia. Além das pré-estreias de “Kalunga – memórias de um mar sem fim” e “Acervo ZUMVI – O Levante da Memória”, também estão na lista os baianos “É sim de verdade” (Bahia, 2018, 23 min.), direção coletiva de mulheres em privação de liberdade junto ao Complexo Prisional de Feira de Santana; “Essa festa é a minha vida” (Bahia, 2020, 18 min.), de Ulisses Arthur; e “Irun Orí” (Bahia, 2020, 8 min.), de Juh Almeida. As outras estreias são “Formatura” (São Paulo, 2020, 8 min.), de Caio Franco; “O Bem Virá” (Pernambuco, 2020, 75 min.), de Uilma Queiroz; e “Um de vermelho e um de amarelo” (Minas Gerais, 2020, 14 min.), de Frad, GM, Lipe.

Música e poesia no encerramento

O encerramento do evento acontecerá no dia 20 de dezembro, domingo, às 16h, num encontro poético e musical ao vivo. A dupla formado pelo escritor, poeta e compositor Lande Onawale e pelo cantor, músico e compositor Tiganá Santana será responsável por conduzir as trocas artísticas.

PROGRAMAÇÃO DE FILMES:

(Outros) Fundamentos (São Paulo, 2019, 15 min.), de Aline Motta

A Cristalização de Brasília (Distrito Federal, 2019, 7 min.), de Guerreiro do Divino Amor

Ainda te amo demais (Alagoas, 2020, 22 min.), de Flávia Correia

Arco do tempo (Bahia, 2019, 17 min.), de Juan Rodrigues

Aurora (Bahia, 2018, 15 min.), de Everlane Moraes

Cadê Edson? (Distrito Federal, 2019, 72 min.), de Dácia Ibiapina da Silva

Cinema contemporâneo (Pernambuco, 2019, 5 min.) de Felipe André Silva

Estreia: É sim de verdade (Bahia, 2018, 23 min.), direção coletiva de mulheres em privação de liberdade junto ao Complexo Prisional de Feira de Santana

Entre Nós e o Mundo (São Paulo, 2019, 17 min.), de Fabio Rodrigo

Entre o céu e o subsolo (Bahia, 2019, 43 min.), de Felipe da Silva Borges

Estreia: Essa festa é a minha vida (Bahia/Alagoas, 2020, 18 min.), de Ulisses Arthur

Filme de Domingo (São Paulo, 2020, 28 min.), de Lincoln Péricles

Estreia: Formatura (São Paulo, 2020, 8 min.), de Caio Franco

Invasão Espacial (Distrito Federal, 2019, 15 min.), de Thiago Foresti

Estreia: Irun Orí (Bahia, 2020, 8 min.), de Juh Almeida

Lembrar daquilo que esqueci (Espírito Santo, 2020, 20 min.), de Castiel Vitorino Brasileiro

Mães do Derick (Paraná, 2020, 77 min.), de Dê Kelm

Michele de Michele Mesma: Narrativas de uma Mulher Sertaneja (Bahia, 2019, 12 min.), de Michele Menezes

Minha História é Outra (Rio de Janeiro, 2019, 22 min.), de Mariana Campos

Não fique triste, menino (Ceará, 2018, 8 min.), de Clébson Francisco

NC5 contra a lei do impedimento (Rio de Janeiro, 2019, 24 min.), de Lucio Branco

Negro Em Mim (São Paulo, 2020, 123 min.), de Macca Ramos

Notícias de São Paulo (Pernambuco, 2019, 11 min.), de Priscila Nascimento

Estreia: O Bem Virá (Pernambuco, 2020, 75 min.), de Uilma Queiroz

O Mundo Preto tem Mais Vida (Maranhão, 2018, 40 min.), de Sabrina Duran

Obatala film (Minas Gerais, 2019, 7 min.), de Sebastian Wiedemann

POPXOP (Minas Gerais, 2019, 102 min.), de Natalino Maxakali e Ana Estrela

Quando Era Primavera (Goiás, 2019, 13 min.), de Lara Damiane

Reduto (Bahia, 2020, 13 min.), de Michel Santos

Relatos Tecnopobres (Goiás, 2019, 13 min.), de João Batista Gabriel Carvalho Silva

Rua Augusta, 1029 (São Paulo, 2019, 11 min.), de Mirrah Iañez

Sair do Armário (Bahia, 2018, 4 min.), de Marina Pontes

Sob a sombra da palmeira (Minas Gerais, 2020, 17 min.), de Tomyo Ito

Estreia: Um de vermelho e um de amarelo (Minas Gerais, 2020, 14 min.), de Frad, GM, Lipe

Vander (Bahia, 2019, 2 min.), de Barbara Carmo

VAZÃO (Pernambuco, 2019, 9 min.), de Cecilia Assy e Marcia Rezende

Veias de Fogo (Ceará, 2020, 18 min.), de coletivo Carnaval no Inferno

SESSÕES ESPECIAIS

Sessão de Abertura

Estreia: Acervo ZUMVI – O Levante da Memória (Bahia, 2020, 36 min.), de Iris de Oliveira

Homenagem à Makota Valdina

Aleluia, o Canto Infinito do Tincoã (Bahia, 2020, 70 min.), de Tenille Bezerra

Pattaki (Bahia, 2019, 21 min.), de Everlane Moraes

Retrato da Mestra Makota Valdina (Minas Gerais, 2019, 92 min.), de César Guimarães e Pedro Aspahan

Estreia: Kalunga – memórias de um mar sem fim (Bahia, 2020, 14 min.), de Renata Semanyangue

Cinema em Vizinhança

Beldade (Bahia, 2020, 19 min), de Juliana Costa

Filhas de Lavadeiras (Distrito Federal, 2019, 22 min.), de Edileuza Penha de Souza

Irun Orí (Bahia, 2020, 8 min.), de Juh Almeida

CORRERIA (Bahia, 2020, 6 min) de Rafael Cerqueira Ramos

Interrogação (ou Psicopata Legalizado) (São Paulo, 2019, 1 min.), de Moisés Pantolfi

O peixe (Bahia, 2018, 6 min.), de Ítalo Rodrigues

Favela onde eu cresci (Bahia, 2019, 11 min.), de Daniel Souza do Nascimento

Vander (Bahia, 2019, 2 min.), de Barbara Carmo

Pega-se Facção (Pernambuco, 2020, 13min.), de Thais Braga

Tempos Verbais (Bahia, 2019, 4 min.), de Ema Ribeiro

Fartura (Rio de Janeiro, 2019, 26 min.), de Yasmin Thayná

As rendas de Dinho (Santa Catarina, 2019, 25 min.) de Adriane Canan

Essa festa é a minha vida (Bahia, 2020, 18 min.), de Ulisses Arthur

SOBRE O CACHOEIRADOC

O festival busca fomentar a difusão e a produção de documentários, assim como a discussão sobre o gênero, por meio de oficinas, debates, ciclo de conferências e exibição de filmes. O CachoeiraDoc já se consolidou como um dos principais festivais do gênero documentário no país. Nas oito edições anteriores, cerca de 17 mil pessoas assistiram a mais de 320 documentários, muitos deles inéditos na Bahia e no Brasil. O CachoeiraDoc é uma realização da Cura e Cultura e do Grupo de Estudos e Práticas do Documentário, do Curso de Cinema e Audiovisual da UFRB, produção da Ritos Produções, e conta com o apoio financeiro do Fundo de Cultura da Secretaria de Cultura da Bahia através do Edital Setorial do Audiovisual 2019.

IX CACHOEIRADOC: 4 a 20 de dezembro de 2020

52 filmes gratuitos: 42 online e 10 presenciais

Transmissão gratuita das atividades pelo YouTube e Facebook: CachoeiraDoc

Programação de abertura:

  • Celebração de abertura em homenagem à Makota Valdina: o Nzo Onimboyá recebe Mateus Aleluia – 4 de dezembro, sexta-feira, às 19h;
  • “Corpus Infinitum”: fala-performance de abertura com a filósofa e artista visual Denise Ferreira da Silva – 5 de dezembro, sábado, às 16h.
  • Pré-estreia do filme “Acervo ZUMVI – O Levante da Memória” (Bahia, 2020, 36 min.), de Iris de Oliveira.
  • Encerramento ao vivo: encontro entre o poeta, escritor e compositor Lande Onawale e o cantor, músico compositor Tiganá Santana – 20 de dezembro, domingo, às 16h.

“Trocas de saberes: encontros de projetos de extensão”: 9 a 11 de dezembro, às 11h.

Encontros online com autores do livro “Desaguar em cinema”: 17 e 18 de dezembro, às 11h.

Programação completa em: www.cachoeiradoc.com.br

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