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George Harrison, o Beatle transcendental. Por Renato Queiróz

3 - 4 minutos de leituraModo Leitura

Era uma manhã em Liverpool, Inglaterra, nascia George Harold Harrison, o Beatle que traria ao mundo uma melodia diferente.
Era 25 de fevereiro de 1943, e o destino já lhe reservava um lugar especial na história da música.

George era o filho mais novo de Harold Hargreaves Harrison, um condutor de ônibus, e Louise Harrison (nascida French), uma assistente de loja. Ele tinha uma irmã, Louise, e dois irmãos, Harold e Peter.

Senta que lá vem História!

“O Beatle quieto e transcendental”, George Harrison encontrou no hinduísmo um caminho de luz e serenidade. Com sua guitarra, ele tocava notas, corações e mentes ampliando os horizontes dos Beatles e de seu público.

A partir de 1965, as composições de Harrison começaram a brilhar nos álbuns da banda.
“Taxman”, “Within You Without You”, “While My Guitar Gently Weeps”, “Here Comes the Sun” e “Something” são algumas das pérolas que ele nos deixou.

Suas primeiras influências vieram de George Formby e Django Reinhardt, mas foi com Carl Perkins, Chet Atkins e Chuck Berry que ele moldou seu estilo.

Em 1965, George guiou os Beatles pelo caminho do folk rock, inspirado pelos Byrds e Bob Dylan, e pela música clássica indiana, com o sitar em “Norwegian Wood (This Bird Has Flown)”.

Em 1967, ele levou a banda à meditação transcendental, e sua alma encontrou paz no movimento Hare Krishna.
Sim, George Harrison foi um devoto do movimento Hare Krishna. Ele se envolveu profundamente com o hinduísmo e a espiritualidade indiana, especialmente após conhecer o sitarista Ravi Shankar.

Harrison ajudou a popularizar a meditação transcendental e a filosofia Hare Krishna no Ocidente. Ele até escreveu a canção “My Sweet Lord”, que inclui o mantra Hare Krishna, refletindo sua devoção e crenças espirituais.

Com o fim dos Beatles em 1970, George lançou “All Things Must Pass”, um álbum triplo que ecoou pelo mundo com seu single mais famoso, “My Sweet Lord”. Sua slide guitar tornou-se sua marca registrada. Em 1971, ao lado de Ravi Shankar, organizou o “Concerto para Bangladesh”, precursor dos shows beneficentes como o Live Aid.

Produtor musical, Harrison fundou a Dark Horse Records em 1974 e, no cinema, co-fundou a HandMade Films em 1978.

Em 1988, George Harrison uniu-se a Bob Dylan, Tom Petty, Roy Orbison e Jeff Lynne para formar o supergrupo The Traveling Wilburys. A ideia surgiu durante as gravações do álbum “Cloud Nine” de Harrison, quando ele e Lynne decidiram reunir alguns amigos para gravar uma música bônus.

O resultado foi “Handle with Care”, considerada boa demais para ser apenas um lado B, levando à criação de um álbum completo, “Traveling Wilburys Vol. 1”.

O grupo adotou pseudônimos e se apresentou como meio-irmãos da fictícia família Wilbury. O álbum de estreia foi um sucesso revitalizando as carreiras de Dylan e Petty.

Após a morte de Roy Orbison em dezembro de 1988, o grupo continuou como um quarteto e lançou “Traveling Wilburys Vol. 3” em 1990.

Apesar de Harrison ter planejado uma série de álbuns e até um filme sobre a banda, o grupo se tornou inativo após 1991. No entanto, os membros continuaram a colaborar em projetos solo uns dos outros.

George era um músico prolífico, colaborando, também, com artistas como Badfinger, Ronnie Wood, Billy Preston, Eric Clapton, Tom Petty e o companheiro desde dos Beatles, Ringo Starr.

Em 1997, infelizmente, George Harrison foi diagnosticado com câncer na garganta, uma batalha que enfrentou com coragem. Em 2001, após tratamentos e cirurgias, ele escolheu passar seus últimos dias em Los Angeles, onde faleceu em 29 de novembro, aos 58 anos.

Harrison foi duplamente imortalizado no Rock and Roll Hall of Fame: como membro dos Beatles em 1988 e, postumamente, por sua carreira solo em 2004.

“Something” composta por George Harrison foi lançada no álbum “Abbey Road” em 1969 é uma das mais belas declarações de amor da história da música. É a segunda música mais gravada dos Beatles, perdendo apenas para “Yesterday”.

SONZAÇO!
Renato Queiroz é professor, compositor, poeta e um apaixonado pela história da música,.

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