Maurice Ravel: O Gênio por Trás do Bolero. Por Renato Queiróz
Joseph Maurice Ravel nasceu em Ciboure, uma charmosa cidade no sudoeste da França, na região da Nova Aquitânia, em 7 de março de 1875, e faleceu em Paris, a capital da França, em 28 de dezembro de 1937.
Compositor e pianista conhecido pela sutileza de suas melodias instrumentais e orquestrais, entre elas o famoso Bolero, o “Bolero de Ravel” que ele considerava trivial e descreveu como “uma peça para orquestra sem música”.
Desde cedo, Ravel demonstrou interesse pela música, começando a estudar piano aos 7 anos. Aos 14, ingressou no Conservatório de Paris, onde estudou composição com Gabriel Fauré.
Fauré, nascido em 12 de maio de 1845 em Pamiers, França, foi um dos mais proeminentes compositores franceses de sua geração.
Além de compositor, foi organista, pianista e professor, influenciando muitos músicos do século XX com seu estilo musical que transitava entre o romantismo e o modernismo. Ravel foi significativamente influenciado por Fauré.
No entanto, logo, Ravel encontrou seu próprio estilo, marcado pelo Impressionismo. Admirador de Emmanuel Chabrier, Erik Satie, Mozart, Liszt, Saint-Saëns, Debussy.
Influenciado pela leitura de Baudelaire, Edgar Poe, Condillac, Villiers de L’Isle-Adam e Stéphane Mallarmé, Ravel manifestou precocemente um caráter firme e um espírito musical independente.
Suas primeiras composições já demonstravam uma personalidade cativante e uma maestria original: Ballade de la reine morte d’aimer (1894), Sérénade grotesque (1894), Menuet antiqu (1895) e Habanera (1895, para dois pianos).
Entre suas diversas obras, destacam-se a “Abertura” para “Shéhérazade” (estreada em maio de 1899, recebida com assobios pelo público) e a famosa “Pavane pour une infante défunte (Pavana para uma infanta defunta)”, que continua sendo uma das suas obras pianísticas mais tocadas.
Ravel faleceu devido às consequências de uma doença cerebral orgânica, a Doença de Pick, agravada por um acidente de táxi em 1932.
A Doença de Pick é uma condição neurodegenerativa rara, semelhante ao Alzheimer, mas com sintomas psicomotores e comportamentais que aparecem antes da perda de memória, geralmente entre os 40 e 60 anos.
Nos anos que precederam sua morte, Ravel perdeu parte de sua capacidade de compor devido às lesões cerebrais causadas pelo acidente.
Sua inteligência permaneceu intacta, mas seu corpo não respondia adequadamente devido a graves problemas motores.
Seu Bolero é mundialmente conhecido e ainda hoje é a obra musical francesa mais tocada no mundo.
A composição foi encomendada pela bailarina Ida Rubinstein e estreou na Ópera de Paris em 1928.
Aqui, Wiener Philharmoniker – Maurice Ravel – Bolero – Regente Gustavo Dudamel (HD)
No concerto de encerramento do Festival de Lucerna, Suiça, 2010, a Wiener Philharmoniker executou a peça provavelmente mais famosa de Maurice Ravel sob a batuta de Gustavo Dudamel: o famoso Bolero.
O concerto foi transmitido ao vivo em mais de 50 cinemas na Europa em 18 de setembro de 2010.
Data da gravação: 18 de setembro de 2010
Compositor: Maurice Ravel
Orquestra: Wiener Philharmoniker
Regente: Gustavo Dudamel
Diretor: Michael Beyer
SONZAÇO!
Renato Queiroz é professor, compositor, poeta e um apaixonado pela história da música,.