Meu Corpo. Por Tâmy Rodrigues
Doa a quem doer, MEU CORPO, branco, pardo, moreno, negro. Sangro igual a esses homens sedentos… Não são homens, nem bichos, São demônios malditos, incumbidos, a matar as almas de nós, anjos caídos.
Deus!
Não perdoa esses seus filhos,
não são filhos, nem bichos.
Deus!
Condena esses escravos,
escravos malditos,
aprisiona-os no terreno imortal,
filhos dos demônios do umbral.
MEU CORPO,
doa a quem doer!
Eu escolho viver sem ter medo de morrer!
Eu escolho viver, sem de um homem ter que me esconder.
MEU CORPO!
Nosso corpo,
Liberdade é um abono!
Sou mulher,
Mulher,
MEU CORPO comigo aonde eu estiver!
Sou mulher,
FEMINISTA E OUTROS ISMOS QUE TIVER!
SOU MULHER!
MEU CORPO não é recipiente pra usar quando quiser!
MEU CORPO
Eu sou mulher
Liberdade aonde eu,
MEU CORPO estiver.
Míseros condenados,
míseros escravos,
que nasceu de um ventre de uma mulher!
Não são homens, nem bichos!
São monstros assassinos!
Deus não tenha piedade de condenar todos,
quando seus anjos assim o fizer.
MEU CORPO
EU SOU MULHER.