Aldeia Nagô
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Não vou Temer a luta. Por Samira Soares

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Samira-Soares

Na época em que mulher jovem do interior buscava sua autonimia e liberdade sem buscar com prioridade o casamento, ela era vista com maus olhos.

Mainha, aos 17 anos saiu de casa e veio buscar uma vida com mais oportunidades em Salvador, cidade essa que ao invés de oportunidades lhe trouxe lições marcantes pra toda vida.

Trabalhar em casa de família, conquistar sua primeira casa, retomar a conclusão do seu ensino médio, proporcionar uma vida melhor a mim e meu irmão e retornar a Lençóis pra enfim… Ser feliz em espírito. Mainha, minha maior referência de resistência e de luta, tem em sua essência a resistência do povo preto, sendo ela filha de Lavadeira e Garimpeiro, neta de índia e quilombolas de Lençóis é sem dúvidas tão forte e resistente como os diamantes brutos da Chapada Diamantina.

Tendo esse histórico de Mulher preta e de luta, mainha e minha avó não temiam as dificuldades que o racismo tramavam para enfraquecê-las na vida. Não temiam aos obstáculos que dificultavam a ascensão na sociedade. Portanto eu, jovem negra do interior da Bahia, cotista, primeira mulher da família a adentrar na Universidade que também saí de Lençóis aos 17 anos em busca de oportunidades na vida e por uma sociedade igualitária pra mim, minha família e meu povo preto não irei temer a tamanho retrocesso presente no país diante desse desgoverno, não irei temer porque sou em essência resistência, NÃO VOU TEMER E NEM ME PERMITIR SER SILENCIADA POR ESSE GOVERNO GOLPISTA.

Sou fruto das políticas de reparação implementadas nos governos Lula e Dilma e por uma sociedade melhor e mais igualitária não irei TEMER e lutarei até o fim pelo projeto político que acredito. Esse golpe é contra nós e NÓS em unidade conseguiremos reverter esse crime político que manchará mais uma vez a história do Brasil.

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