A manchete do UOL, 6/09, é: “Réu diz que comprou terreno a pedido da Odebrecht e confirma ligação com Instituto Lula”. Lendo a matéria, na íntegra:

O Réu – Dermeval Gusmão, da DAG Construtora – investigado como fazendo parte de uma suposta armação da Odebrecht para passar recursos de propina para o ex-presidente Lula, afirma:

a) quanto à sua participação no negócio do terreno: “ter visto uma oportunidade de negócio com o Instituto Lula. Após a aquisição do terreno [pela empresa dele], a instituição decidiria se compraria ou pagaria aluguel pelo terreno em que o edifício seria erguido”.

b) o empresário “negou também saber que o terreno seria parte de acertos de propina entre a Odebrecht e agentes políticos, como Lula e Palocci”.

c) e, para finalizar, disse que toda a transação caiu por terra após uma visita do ex-presidente Lula ao terreno em 2011. Segundo Gusmão, “Lula não gostou do local e desistiu de levar a sede do instituto para o endereço, na zona sul de São Paulo. O dono da DAG contou que conseguiu convencer a Odebrecht a recomprar o terreno”.

Ou seja, como todas as demais armações da turma de Curitiba contra Lula, a denúncia contra Lula e o Instituto não se sustenta. Sequer houve uma real transação. Apenas um negócio possível entre uma empresa privada e o Instituto Lula, que seguia um trâmite normal, e não foi concretizado. Nada a ver com Petrobras, propina, etc.

O que faz o UOL, do Grupo Folha, do publisher (!!!) Otavio Frias, notório manipulador de notícias contra o ex-presidente Lula?

Fabrica uma manchete para deixar dúvidas no ar …

A manchete do bom jornalismo seria:

“Réu afirma que negócio com Instituto Lula era normal e não foi concretizado” ou “Réu nega envolvimento com propina e Petrobras no caso do Instituto Lula”.

Este é mais um exemplo do jornalismo manipulador, vagabundo, que nada mais é do que um forte sintoma da degradação moral atual do país.

Claudio Guedes é empresário e professor