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Sou UFBA e tenho muito orgulho de sê-la. Por Bianca Araújo

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Bianca_Araujo

Entrei na UFBA na turma de 1999. A universidade pública, aquela época, passava por um triste período de sucateamento. Havia uma estrutura velha, desgastada,

falta de material e pelo menos na minha faculdade, ainda eram poucos os professores doutores além de haver um tímido programa de pesquisa internacional.

Me formei em 2005 e um novo cenário já se colocava em prática: havia programas de pesquisa em andamento, projetos de reforma estrutural das faculdades / escolas e um movimento intenso de qualificação dos professores. Havia também um novo desenho de democratização ao acesso, ou seja, não somente os abastados podiam desfrutar desta oportunidade, mas também todos aqueles que desejassem o conhecimento. E que riqueza de conhecimento humano, social, era estar numa sala com tanta diversidade… Em 2012 cursei disciplinas como aluna especial e em 2013 ingressei como aluna regular do mestrado. Havia uma universidade muito melhor estruturada, professores altamente qualificados, disponibilização de materiais e tecnologia além de um franco desenvolvimento na pesquisa e na internacionalização. Fui para a Inglaterra fazer uma parte do mestrado, voltei, defendi minha dissertação e logo em seguida entrei no programa de doutorado.

Encontrei um ambiente organizado, rigoroso, exigente. A aula de boas-vindas, inesquecível para nós, já apresentava a infinidade de metas que deveriam ser cumpridas para além da tese: proficiência em língua internacional, publicação de artigo em revista b2, apresentação de trabalhos em conferências e seminários, preferencialmente internacionais. Cumpríamos disciplinas obrigatórias com rigorosa carga horária e rigorosos métodos de avaliação que nos colocavam à prova semanalmente, seja através de apresentações de seminários, de produção de resenhas e artigos, de elaboração de anteprojetos. Os alunos da pós-graduação da minha faculdade contam com apoio do colegiado para produção cientifica, temos acesso a salas de trabalho, computadores conectados à bibliotecas e todo o incentivo para que possamos produzir, cada vez, mais conhecimento.

Estudo num ambiente diverso, com professores e colegas que possuem entendimentos e visões também diversas sobre os mais variados temas. Temos a liberdade de retificar paradigmas, rever conceitos e somos lembrados, a todo momento, que a vida segue um fluxo contínuo e que não há verdade absoluta, mas caminhos e possibilidades que merecem nossa atenção, observação e reflexão.

Isso é a UNIVERSIDADE, e essa universidade, PARA TODOS, foi reconstruída no Brasil ao longo dos últimos anos. Ainda há muita coisa para ser melhorada, nem tudo são flores, mas nem de longe estamos perto do que éramos no passado ou das falácias que são usadas como argumentos para nos empurrar para uma escuridão ainda mais perversa.

Sou UFBA e tenho muito orgulho de sê-la. O que sou, o que poderei vir a ser, é e somente será possível graças a esta oportunidade.

Respeitem a universidade pública!

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