Aldeia Nagô
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Trabalho à vista. Pagamento, à longo (longuíssimo prazo. Por Joatan Nascimento)

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Joatan-Nascimento

Profissionais liberais vivem essa realidade. Como suas atividades profissionais nem sempre são remuneradas com folha de pagamento ou contracheques, receber o pagamento pelo trabalho realizado é uma aventura.

Com os músicos não é diferente. Lembro bem do sufoco que era para o meu tio Edson receber o cachê do carnaval. Aquela era uma das suas poucas fontes de recursos e quando trabalhava, era obrigado a mover mundos e fundos para receber a sua remuneração. Para uma pessoa com a visão, já é complicado, imaginem para um deficiente visual?!

Pois bem, segui-lhe os passos e me tornei músico também. Travei algumas dessas batalhas, mas por ter me envolvido em trabalhos que perspassavam o período de carnaval, o pagamento era menos demorado. Mas ainda assim, demorado.

Hoje, já fora deste mercado há catorze anos (tendo tocado vinte carnavais), vejo meus colegas enfrentarem a mesma luta. E me pergunto, não muda nunca? Não há como se programarem – a quem cabe – de forma que o pagamento seja feito logo após o trabalho realizado, que é sempre à vista? 
Entendo que a animosidade entre as partes advém de um ciclo vicioso que, longe de querer definir quando começou, me limito a afirmar que se retroalimentam. Mas igualmente afirmo que a maioria dos empresários que lidam com o mercado de carnaval, além de não entenderem nada de música, igualmente desconhecem o que seja respeito aos profissionais que fazem a música acontecer. Digo isto, repito e afirmo, não porque me disseram. Estive lá por catorze anos! 
Também sei de histórias a envolver falta de profissionalismo por parte de colegas que em nada ajuda a mudar esta realidade.

Resta esperar que o conjunto de profissionais envolvidos na questão de sintam motivados a resolver a situação antes que algo grave e radical aconteça. Mas aí já são outros quinhentos.

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