É difícil imaginar situação mais absurda. A inflação disparando, a economia estagnada, 15 milhões de desempregados, mais de cem milhões de brasileiros passando fome, a Amazônia e o Cerrado sendo

devastados, quase seiscentos mil brasileiros vítimas da maior pandemia dos últimos cem anos (número que deve ser batido em breve pela inépcia e corrupção no Ministério da Saúde) e o presidente da República, com o apoio dos setores mais reacionários e perniciosos da economia nacional, passa dois meses, mobilizando milhares de fascistas, para atacar, em praça pública, ministros do STF e do TSE e as urnas eletrônicas, sem apresentar qualquer prova de que estas tenham possibilitado qualquer fraude em mais de 20 anos em que são usadas, afirmando que não cumprirá mais as decisões judiciais de ministros do Supremo, nem aceitará que as eleições de 2022 sejam com as urnas eletrônicas, não obstante o Congresso já tenha rejeitado a alteração desse sistema eleitoral. Ou seja, cometeu crimes insofismáveis, diante de todo o país – motivo mais do que suficiente para desencadear seu processo de impeachment, não bastassem todos os crimes que vem cometendo desde que passou a ocupar o Palácio do Planalto.

Bolsonaro não mais governa, dedica todo o seu tempo a fomentar um golpe de estado, para se perpetuar no poder e evitar que ele, seus filhos e toda sua camarilha paguem pelos crimes que cometeram. Acuado, isolado e desesperado, faz a única coisa que sabe fazer: arruaça e terrorismo. Foi assim que se notabilizou: planejando atentados contra o exército brasileiro, na década de 1980. E ainda conta com o apoio do que há de mais podre na sociedade brasileira: milicianos e policiais corruptos e criminosos, generais e militares corruptos e entreguistas, mercadores da fé, latifundiários e grileiros do agronegócio, madeireiros e garimpeiros ilegais, juízes, procuradores e desembargadores corporativistas, reacionários e arbitrários e toda sorte de negacionistas, recalcados, nazifascistas, misóginos, racistas, escravistas, homofóbicos e armamentistas. Conta ainda com sustentação na maioria fisiológica do pior Congresso da história da República, o qual, assim como Bolsonaro, teve como grande eleitor a nefasta Operação Lava Jato.

Não se poderia esperar outra coisa de um parlamentar medíocre e inútil, do baixíssimo clero, associado ao crime organizado das milícias do Rio de Janeiro, que passou trinta anos amealhando dinheiro, com a prática criminosa da rachadinha e praticando pequenos ilícitos, como forjar notas de consumo de gasolina para receber ressarcimento da Câmara, por ser incapaz de participar de esquemas mais elaborados de corrupção, em função de suas evidentes limitações intelectuais. Um parlamentar que só se notabilizou por defender a ditadura militar e a tortura de forma histriônica.

Demonstrando toda sua pequenez e irresponsabilidade histórica, o grande capital financeiro e os oligopólios da mídia possibilitaram a eleição desse miliciano fascista e genocida e sustentaram seu governo até hoje, porque seu ministro da economia mantinha seus lucros astronômicos, com uma política econômica que penaliza com crueldade, e até  cinismo, a maioria da população do país. Resta saber se, para manter seus interesses mesquinhos e escusos, vão continuar chancelando essa insensatez e desvario e permitir que o país siga em marcha batida para o caos e o desastre.