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O mito da restauração da confiança, por André Araújo
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Economia
Qui, 26 de Maio de 2016 22:54

Andre-AraujoA mídia repete à exaustão um termo colocado em circulação pelos "economistas de mercado" que tornou-se a verdade revelada.

O conceito "restaurar a confiança" significa que, colocados na mesa os preceitos fundamentais da escola clássica, quais sejam o equilíbrio fiscal, a absoluta prioridade no combate à inflação, o Estado mínimo, por lei da gravidade os investimentos virão e a economia se torna próspera.

A estorieta é FALSA. Em um ciclo de PROFUNDA RECESSÃO caminhando para a DEPRESSÃO a receita é incompleta.

O conservadorismo fiscal é, sim, necessário. O Estado não pode jogar dinheiro pela janela em desperdícios completamente irracionais como aluguel de prédios caríssimos e desnecessários, os imensos custos do Congresso, o mais caro do mundo; da Justiça, a mais cara do planeta; os supersalários. Só no Congresso são 6.000 pessoas com salários acima do teto, indivíduos que, no mercado competitivo, não conseguiriam ganhar R$2.000, entram na folha do Estado com R$32.000; os gastos em diárias, viagens, terceirizações, equipamentos médicos caríssimos e depois abandonados, aluguel de veículos. Tudo isso precisa ser centralizado e racionalizado, pois o Estado brasileiro é péssimo gastador.

Mas AO LADO da eficiência com o gasto público é necessario PUXAR A ECONOMIA pela demanda gerada por investimento público, o ÚNICO INSTRUMENTO para rapidamente criar demanda.

Sem DEMANDA gerada em algum ponto do sistema econômico, tal qual uma locomotiva puxa um trem, a economia não deslancha porque não é a RESTAURAÇÃO DA CONFIANÇA que traz investimentos, é o AQUECIMENTO DA DEMANDA que estimula o empresário a investir.

Isso é elementar mas no Plano Meirelles, assim como em qualquer plano ortodoxo, não há essa previsão. Sanea-se a economia pelo lado fiscal, mas isso não faz por si só a economia deslanchar, a confiança não induz ao investimento se não há demanda. Porque irei fabricar fogões se o povo desempregado não tem dinheiro para comprar? O Brasil pode ser Triple A, o investimento não virá sem demanda.

O conceito de RESTAURAR A CONFIANÇA é do mercado financeiro, não é da economia produtiva, nesta o empresário não precisa de tanta confiança se há demanda. O Brasil cresceu entre 1945 e 1975 às maiores taxas do planeta, em meio à inflação e crises cambiais porque havia DEMANDA para comprar tudo.

O Brasil não está em uma fase de economia morna que permite dar tempo ao ajuste fiscal produzir o discutível efeito confiança. O Brasil está em uma PERIGOSA RECESSÃO pelo seu desdobramento social, não há tempo para esperar dois ou três anos um ajuste fiscal produzir efeito, se é que vai produzir. É preciso estimular a demanda já.

O velho pensamento econômico pré-2008 era monotrilho, ou se seguia uma escola conservadora ou uma escola expansionista, a visão binária não serve mais porque a economia dos grandes países é muito complexa para uma só receita. É preciso operar com várias receitas ao mesmo tempo, salgado e doce no mesmo prato.

De um lado enxugar os gastos cortando desperdícios, todos os programas sociais precisam ser auditados, há fraudes e desperdícios em todos MAS, ao mesmo tempo, é preciso jogar com pesados investimentos públicos para puxar a demanda sem o que o Brasil não sairá da recessão.

Como financiar investimentos públicos? Como se faz em qualquer lugar, como fez Roosevelt com o New Deal, como fez Schacht na Alemanha de 1933, pelo rearmamento, como fez Juscelino em 1956, pela construção de Brasília e o programa de 30 Metas, se faz com EXPANSÃO MONETÁRIA. Vai gerar inflação? Não ou, se for, muito pouca, porque há ENORME CAPACIDADE OCIOSA NA ECONOMIA, em equipamentos instalados e em mão de obra disponivel.

Os juros básicos podem ser cortados pela metade, os títulos federais estão em carteiras que não tem outra aplicação, transformar toda a dívida em indexada mais juros de 3% ao ano, está bom demais, hoje daria 10%. Com a baixa de juros o dólar vai a R$5, ótimo, a desvalorização vai estimular a indústria pela exportação e pela substituição de importados.

Economia tem que ser operada de FORMA FLEXÍVEL, não por cartilhas fixas, é no dia a dia, como fazia Alan Greenspan nos seus 14 anos de Fed. Economia não anda no piloto automático, é preciso ajustar velocidade e roteiro continuamente.

Após 2008 o Instituto para o Novo Pensamento Econômico, de Nova York, com 650 dos melhores economistas do mundo, vários Prêmio Nobel, prega o abandono das receitas de apostila que os nossos economistas tanto adotam pela "nova cozinha" de economia, mistura de escolas, de acordo com as circunstâncias.

Expansão monetária + baixa dos juros + investimento público: a economia sai da recessão em um ano.

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