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Como lidar com o fim do relacionamento? por Maria Cristina Capobianco*
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Comportamento
Ter, 22 de Setembro de 2009 00:05
O fim de uma relação é um momento muito delicado que exige cuidados pois freqüentemente envolve tristeza e sofrimento. Para alguns este sofrimento se deve ao sentimento de perda de um ser muito significativo e para outros esta perda representa um alivio. Quando a relação em si é conflitiva, por vezes sentida como destrutiva a separação significa uma libertação deste sofrimento.

Neste sentido o término de uma relação precisa ser visto como um momento de um processo, que precisa ser delicadamente cuidado; exige reflexão e análise para que possa acontecer a partir dela uma transformação, uma renovação das pessoas.

É comum perceber que algumas pessoas, imediatamente após a separação mergulham em outros relacionamentos ou no trabalho ou na academia, como forma de amenizar a dor, o vazio. Outras caem em um desânimo profundo, a vida perde o sentido e sentir só torna-se insuportável. Especialmente na adolescência, período de grande vulnerabilidade e impulsividade, as tentativas de suicídio são freqüentes.

Essa vontade de querer fazer tudo ao mesmo tempo para esquecer o ex, nem sempre é bom. No primeiro caso, o alivio da sensação de peso que o relacionamento despertava faz a pessoa pensar que ter ‘descartado' a relação foi uma atitude mais saudável. Em muitos casos, a separação é necessária e aponta para a ampliação dos modos de viver a vida.

Porém, se a pessoa não tenta compreender como foi entrando e permanecendo numa relação que se tornou destrutiva, ela poderá eventualmente continuar escolhendo este tipo de relação e repeti-la com outras pessoas. Aparecem em muitos casos outras ‘dependências’, de álcool, do trabalho, da tirania da imagem de um corpo esbelto, potente.

As pessoas, que pelo contrário, passam por períodos de sofrimento profundo, depressão, tristeza, também precisam de cuidados intensos, ressalta a terapeuta. Provavelmente esta pessoa se sente abandonada, sua autoestima despenca e perde a confiança no seu potencial e desejo de seguir vivendo.

Nestes casos, o que houve provavelmente foi que a relação era o que denominamos de um tipo ‘simbiótico’; similar aquela que acontece entre uma mãe e um recém nascido. O bebê não tem recursos próprios para sobreviver, ele não discrimina quem é quem, mãe e bebê se fundem numa única pessoa.

Quando pessoas adultas mantêm este tipo de relação, na qual existe uma indiscriminação intensa entre quem é quem, quando acontece a separação, ela é vivida como se perdesse uma parte de si próprio ao se desligar do outro. A pessoa se confundiu tanto com seu parceiro, que ao se separar dele, perde seus próprios recursos e sente-se um bebê sem a proteção da mãe.

Após a separação, o período de luto pela perda do ser amado varia e é comum chegar a nove, dez ou doze meses. É importante ter paciência e não tentar acelerar o processo. As pessoas têm o costume de olhar de maneira negativa para as experiências de sofrimento.

Porém é fundamental respeitar o ritmo que cada um precisa para elaborar este momento e poder se abrir para novas experiências. Homens e mulheres variam muito na sua forma de vivenciar este momento. Os homens sofrem sozinhos; enquanto as mulheres se apóiam uma nas outras, eles, por razões culturais, se fazem de durões.
 
Maria Cristina Capobianco é Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP,fez especialização em Psicanálise de adultos e crianças no Instituto Sedes Sapientes, SP. Trabalhou nos Hospitais, São Paulo, Hospital do Câncer A.C. Camargo, Hospital Municipal Infantil Darcy Vargas e Hospital Umberto I trabalhando os aspectos emocionais de crianças com enfermidades nas áreas de gastropediatria, neoplasias, pneumologia, nutrição hepatologia entre outras e as doenças psicossomáticas. Desenvolveu o trabalho clínico com famílias de trabalhadores para atender os efeitos do trabalho dos pais nas relações familiares. No consultório, utiliza atividades artísticas como um meio de abordar os conflitos das crianças.Escreveu o livro, "O Corpo em OFF", Editora Liberdade, 1998

Artigo publicado originalmente em: http://itodas.uol.com.br

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