O Brasil derrota os corvos por Emir Sader |
Meio Ambiente & Sustentabilidade | |||
Seg, 05 de Outubro de 2009 01:45 | |||
"Corvo" foi o nome que ganhou Carlos Lacerda, como ave que busca
rapina onde houver, senão, inventa. É o espírito udenista, golpista, que
sucumbiu sucessivamente à liderança de Getúlio e das forças populares.
Não
ganhavam eleições, iam bater nas portas dos quartéis ("vivandeiras de quartel",
eram chamados), para tentar, pela força, o que não conseguiam pela persuasão.
Até que, com o apoio decidido do governo dos EUA e da mídia - a mesma que
agora: Globo, Folha, Estadão -, deram o golpe e instauraram a ditadura militar,
que tantos males fez ao país. Suas características são muito similares às dos corvos de hoje: são brancos, de classe média, odeiam o povo, tem seu núcleo básico em São Paulo, se agrupam em torno da imprensa, tem uma sólida convicção de que tem razão (mesmo contra todas as evidências e a grande maioria dos brasileiros) A campanha para trazer as Olimpíadas ao Brasil possibilitou distinguir os que amam o Brasil, mais além dos seus problemas e com todos os seus problemas, e os que têm suas almas corroídas pelo ódio, torceram e militaram contra o Brasil. (Um deles convenceu seus leitores a tal ponto que numa consulta que fez, ganhou Chicago contra o Brasil.) Agora se vestem de luto - a cor dos corvos - e já tem temas para amargurar o resto das suas vidas até 2016. Para os que têm alma pequena, segundo Fernando Pessoa, a vida não vale a pena. Estão há anos incomodados que o Brasil dê certo governado por um operário, sindicalista de base, nordestino, sem diploma universitário, que perdeu um dedo na máquina, enquanto aquele do qual são viúvas - supostamente a pessoas melhor qualificada para dirigir o Brasil - fracassou estrepitosamente e é repudiado pelo povo. Tem a alma corroída pelo ódio, pelo despeito, pelo rancor. Lula tinha que dar errado, como Evo tinha que dar errado, como Hugo Chávez tinha que dar errado. Um é de origem nordestina e operária, o outro é indígena, o terceiro é um mulato. Mas quem fracassou foram os tucanos, aqui, com FCH, na Bolívia, com Sanchez de Losada, na Venezuela, com Carlos Andrés Perez. Não por acaso o governo de FHC apoiava àqueles, Lula apóia aos que os sucederam e, estes, por sua vez, têm a Dilma como candidata. Essa geração de lacerdistas, corvos do século XXI, precocemente envelhecidos, pela frustração e pelo rancor, vegetarão o que lhes resta viver, ruminando reclamações contra o Campeonato Mundial de 2014 e contra os Jogos Olímpicos de 2016. Enquanto a caravana do povo brasileiro passa. Artigo publicado originalmente em http://www.cartamai
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