Racismo, RACISMO, racismo e RACISMO. Vocalista de banda de forró, RODRIGO SANTOS, protagonizou essa cena de horror hoje! Um homem branco, a quem fui explicar que “negra linda” não é elogio, acabou dizendo que “construção racista é seu rabo”, que sou “uma bosta” e que “NEGRO QUANDO NÃO CAGA NA ENTRADA, CAGA NA SAÍDA”. Como podem ver na imagem, Rodrigo disse primeiro “negra linda” e eu citei a música de Juracy Tavares e respondi “negro lindo é pleonasmo”. Sabemos que a afirmação dele é uma construção racista, pois trata como exceção a beleza de um individuo negro. Ou alguém aqui já ouviu “branca linda”? Eu não! E sei o quanto dói ter sua identidade construída em meio a esses padrões que te excluem e que te dizem “não” todos os dias.

Infelizmente eu não conheço mulher negra que tenha passado ilesa pelo processo de formação de sua identidade e de sua autoestima, elas são construídas a ferro e fogo, na contra mão dos padrões, do racismo, das mensagens da mídia, do coleguinha que chama de cabelo duro, do vizinho que chama de nega do bozó, da colega que fala que o carinha não vai te preferir porque você é NEGRA. SIM! Esse é o nosso mundo! É assim que vivemos! E ainda precisamos ser fortes, resistir como se toda essa dor não cortasse as nossas carnes.

Foi isso q eu afirmei no meu segundo comentário. Mas Rodrigo, insatisfeito com meu enfrentamento e por eu não aceitar sua esmola de racismo travestido de “elogio”, veio e afirmou “negro quando não caga na entrada, caga na saída”.

Rodrigo e racistas, como ele mesmo cita, - inclusive aparentando uma certa revolta, já que não estou no espaço e nem com a submissão que você espera de mim – temos conhecimento, estamos em rede de empoderamento, existe print, lei, movimentos sociais e o mais importante! Você vai se arrepender porque somos muitas e estamos juntas! Obrigada, Maíra Azevedo, pelo apoio, como você disse, "o racismo nos une", a empatia e a solidariedade também!

Isto tudo ocorreu num post sobre um mais um evento organizado pela Marcha do Empoderamento Crespo. Estivemos o dia inteiro no Bairro do Nordeste de Amaralina e construímos uma tarde aonde os moradores do bairro e outras pessoas de diversas partes da cidade puderam, em coletividade, desconstruir as mentiras forjadas contra nós e reconstruir a nosso favor, retirar sobre nossa estética o silenciamento, os estigmas e afirmar seus corpos físicos e subjetivos.

O Jornal Correio cobriu a tarde e postou uma matéria na internet e no jornal impresso. Infelizmente, como de costume, tivemos uma enxurrada e entendimento errôneos e truncados sobre a pauta, sobre racismo e sobre a atividade por parte dos seguidores. Mas, Rodrigo Santos se excedeu. Deliberadamente, foi racista e ofendeu não só a mim, mas ao povo negro.