Urbanidades/soteopolitanas. Por Sérgio Guerra |
Dom, 19 de Fevereiro de 2017 16:10 |
“Paleteiro(1)”, desmotorizado crônico e soteropolitano, tenho observado belas flores, recentemente, em alguns logradouros, desta “triste Bahia”, ora mais arborizados por “esquálidos coqueiros”, em nossa árida orla, reduzidos que estão a mínimos espaços de 75 centímetros quadrados, no meio do concreto armado e cercados ainda de granito, de extração familiar de algum “amigo do rei”, ou mesmo do próprio. Desta forma, verificar a existência de belas flores, sem dúvida, é uma bela surpresa, apesar de que suspeitava de que seria apenas mais um desvario senil de um cidadão poetizado em busca de alegrias estéticas nas “avenidas, praças e ruas consagradas com nome de familiares(2)” dos “amigos do rei”, ou mesmo do próprio, nesta senhorial tradição que os mais de 125 anos da “Proclamação da República, não foram suficientes para superar esta herança do quase medievo. Felizmente, tenho encontrado apoio para essas observações, inclusive de alguns turistas, especialmente, alguns sulistas, para minha alegria, animação e até estranheza, posto que tenho em conta o nosso atraso nas questões ambientais e urbanísticas, que são, inclusive motivos fundantes deste novo projeto de registros, ora em forma de prosa, ora em de versos, com que pretendo, periodicamente, comentar os eventos e práticas sociais desta nossa querida terrinha. Igualmente, tenho observado um “novo projeto de arborização da cidade” com o plantio de novas plantas, cercadas de grades e protegidas por plásticos, que tentam sobreviver a aridez da cidade sem sombras, e, quiçá nos garantir um pouco de flores, sombra e verde, nesta cada vez mais árida, calorenta e desmatada cidade de “Salvador de Todos os Santos, Encantos e Axé”. Enfim, esperando que esta “... fantasia seja eterna...”, seguiremos, conto com vocês, especialmente em fotos, registrando com muita alegria, e esperamos, que, com cada vez menos, tristeza, estas “Urbanidades”, em nosso caso, por motivos óbvios, “Soteropolitanas” e, assim, até a próxima.
2. Recentemente, me surpreendi ao observar que no centro dinâmico de Salvador, por volta da Rodoviária e alguns bairros no seu entorno, especialmente, em algumas áreas consideradas nobres, remanescentes da fazenda Joventino Silva, todas as grandes avenidas e praças, tem o nome de familiares do “dono da cidade”, como o do próprio pai, o próprio, o da filha suicida e o filho “fundador e líder do “Centrão”. Curiosa e ironicamente, a única grande avenida de acesso a esta região, que vem do Rio Vermelho, também tem o nome da família, ainda que não seja parente sanguíneo, apenas do “filho do padrinho político”, também um suicida. Sérgio Guerra Licenciado, Mestre e Doutor em História Presidente do Instituto Ze Olivio IZO Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina". |
Agenda |
Aldeia Nagô |
Capa |