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A solidão dos mais de 20 e tantos anos. Por Samira Soares
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Seg, 03 de Abril de 2017 02:53

Samira-Soaresvocê começa a se dar conta de que seu círculo de amizade está bem menor do que na sua adolescência. percebe que o tempo livre tem se tornado preciosidade diante da correria da vida e se organizar diante de tanta demanda tem sido tarefa minimamente planejada entre trabalho, faculdade, crushs, política... e cada vez mais aquele netflix ou o velho livro vem cumprindo o papel de ser companhia nos momentos solitários do fim do dia.

as multidões já não são mais vistas como a diversão prioritária, ás vezes até te irrita tanta agonia e falatório num só lugar, sair todo final de semana já não tem sido mais animador, por vezes só de pensar nos gastos que fogem do planejamento do apertado salário te deixa desanimada e aquela velha cerveja em casa cumpre o papel de aliviar o cansaço da semana

para além da rotina do dia a dia, as reflexões sobre seus desejos da vida se tornam mais constantes e a necessidade de entender a si mesma tem sido tarefa emergencial proporcionando a compreensão do ser mulher comprometida na militância feminista que para além de ser alvo de resistência aos golpes do patriarcado, consegue praticar solidariedade para com as outras mulheres, ter sororidade com todas as companheiras mas a partir de tanto tempo dedicado as outras e você? tem cuidado de si? o feminismo, também te transforma e te cuida, essa luta te fortalece.

nesse momento a solidão dos mais de 20 e tantos anos se evidencia com o desgaste de cada assédio e a cada agressão visual, verbal ou física dos homens explode o exercício de tais reflexões.

na correria da vida, cuidar das migas, bancar de conselheira, sair vez ou outra com as bixa e escutar seus desamores tem tomado mais seu tempo pra com as outras do que pra si, até mesmo analisar seus 20 e tantos anos tem ficado secundário em busca de compreender a outra, as outras... mas e você? tem cuidado de si? o feminismo também te transforma e te cuida, essa luta te fortalece.

em meio a tanto desgaste já apresentado acima, onde fica o seu coração nesse turbilhão de dedicação? amores vem e vão, uns com mais intensidade, outros com muito menos mas tem uns... que marcam, chegam, ficam de forma efêmera e você impulsivamente deixa passar... mas porque? o medo de reviver desamores, bloqueia oportunidades de conhecer outros amores não moldáveis aos rótulos do sistema, amores livres, fechados, amores cruzados, amores sem explicação, amores, há mores... (um mais barril que o outro, mana)

de repente, você se vê em frente a um amor e trata de se obstinar ao passado mas ainda não se dá conta de que os vários afetos tem suas especificidades, sem contar aqueles amores sem rótulos que não precisam serem seus para te fazer alegre vez ou outra, amores que não precisam pertencer a alguém para transbordar afeto. pós a percepção da liberdade você segue avançando, tendo crises de pensamentos ou risos de si e dos outros, tendo desejos de estar perto ou se manter longe e nesse não sei se largo ou ci.garro as oportunidades podem ir passando e novas histórias não se permitindo acontecer (na dúvida, deixa acontecer). você se preocupa com a felicidade dos outros mas julga as suas quando possíveis histórias venham a surgir, pra ti ao passar dos anos, talvez seja o avançar da maturidade, talvez seja o receio de reviver o passado sem saber o certo o quão surpreendida pode ser, talvez seja medo ou receio de experimentar o novo, talvez você esteja se bloqueando a experiências incríveis.

o que, talvez, você não se dê conta, é que independente da idade, formato de vida ou relacionamento você acaba se identificando com esse texto por ter sido por algum momento influenciada pelo sistema a querer alguém apenas pra si e todas nós que estamos perto ou já chegamos na famigerada fase da solidão dos mais de 20 e tantos anos, gostaríamos de ter a coragem e curiosidade de se entregar as histórias feito os primeiros amores na adolescência. parece ser algo perigoso, um caminho ás vezes sofrido ou até mesmo trágico sobretudo para nós mulheres negras que vivenciamos a solidão latente , mas sem dúvidas você menina, pode se permitir a viver momentos inesquecíveis e se der errado a lição que fica é que o auto amor te basta.

(baseado no texto "a síndrome dos 20 e poucos anos"

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